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Brasília

Restaurada, mostra permanente resgata a história do quadradinho

Disponível no Museu Vivo da Memória Candanga, exposição ‘Poeira, Lona e Concreto’, passa por reparados e volta a receber visitantes

Mayra Dias

25/04/2022 18h14

Foto: Divulgação/Secec-DF

“Estamos trabalhando com ações que exaltam a preocupação do GDF com a memória cultural, por meio de exposições que colocam em dinâmica aspectos históricos”, observa o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues. Como prova disso, e integrando as atividades do projeto Sorria, Brasília, cujos 62 anos foram comemorados no último dia 21, a Secec entregou, esta semana, um dos patrimônios memoriais da capital totalmente restaurado. É a exposição permanente Poeira, Lona e Concreto, disponível no Museu Vivo da Memória Candanga (MVMC). “Poeira, Lona e Concreto conta justamente a realização do sonho que é Brasília”, acrescentou o titular.

Localizada no mesmo espaço desde sua inauguração, no ano de 1990, a exposição permanente contempla mais de mil itens para serem apreciados pelos visitantes, e é composta por peças, objetos e fotos que narram a história do nosso quadradinho, desde os projetos, a construção, até a inauguração.

Devido a tamanha representatividade e importância para o cenário cultural da capital federal, a secretaria de cultura viu a necessidade de realizar reparos que garantam a perenidade desses objetos. Desta forma, após minuciosa análise técnica do acervo, feita pela Diretoria de Preservação (Dipres), foram constatados desgaste das madeiras e nos objetos e presença de insetos. A Secec, então, passou a atuar no processo de restauração, que levou cerca de 90 dias para ser concluída.

Conforme explica o subsecretário do Patrimônio Cultural, Aquiles Brayner, responsável pelos espaços culturais da pasta, os itens não sofreram alterações que implicam em mudanças dos seus formatos originais, e a exposição é retomada do jeito que foi concebida em seu princípio. “Após a descupinização do espaço e reimpressão das imagens que estavam muito desgastadas pelo tempo, Brasília recebe de volta a preservação da história do povo candango”, garante o titular.

Ainda segundo Aquiles, a exposição ‘Poeira, Lona e Concreto’ foi desmontada devido um Relatório Técnico elaborado pela Gerência de Conservação e Restauro, ainda em outubro de 2020. Nele, consta uma análise sobre a exposição, partindo do entorno do Museu até o estado de conservação dos objetos expostos.

A mostra, que é composta de diferentes ambientações, tem o papel de resgatar a época da chegada dos sonhadores candangos em Brasília. Poeira, Lona e Concreto, assim, faz com que a representação sociocultural se materialize para cada visitante, e tal efeito nasce a partir de fotografias, textos, móveis e objetos do início da capital, que vão desde documentos importantes, como os da Missão Cruls, projetos de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, até as acomodações dos pioneiros, com detalhes da vida de inúmeras famílias.

Eliane Falcão, gerente do Museu Vivo, destaca a satisfação de trazer de volta, e em excelente estado, uma exposição que, como ela descreve, simboliza toda a diversidade cultural presente no Distrito Federal. “Ela vai além de sua competência didática e histórica. A mostra eterniza toda a narrativa de trabalhadores de diversos lugares do país movidos pela oportunidade de trabalho e pelo desejo de participar do processo de construção da nova capital”, considera.

As manutenções, contudo, não acabaram. Como destaca a gerente, tal processo é um ato contínuo e, mesmo com a reabertura, ainda há reparos a serem feitos devagarmente. “Foram restaurados alguns objetos e praticamente todas as fotos do espaço”, comenta. “Estamos muito felizes, com o trabalho que a Secec vem fazendo”, declarou Eliane. A primeira etapa dos trabalhos, concluída neste dia 20 de abril, durou aproximadamente 7 meses.

O museu

Transformado em Museu no ano de 1990, o espaço era, inicialmente, um hospital. Construído em 1957, entre a Candangolândia e a antiga Cidade Livre, hoje Núcleo Bandeirante, o Hospital Juscelino Kubitschek de Oliveira (HJKO), foi o primeiro hospital da cidade. Ao ser desativado, em 1974, e após passar por um longo período de degradação, a área foi tombada como Patrimônio Histórico e Cultural do Distrito Federal, por sua importância histórica e por representar uma das últimas referências arquitetônicas do período inicial da construção de Brasília.

Intitulado, Museu Vivo da Memória Candanga, o local, como conta Eliane, passou a desenvolver projetos e atividades culturais e, hoje, constitui um dos mais importantes espaços de registro, preservação e difusão da história e da cultura candanga. “O Museu Vivo da Memória Candanga mantém exposições permanentes e temporárias, sendo Poeira, Lona e Concreto a mais importante, por enfocar a trajetória da mudança da capital do país até a sua inauguração”, salienta a responsável. De acordo com ela, o lugar recebe, com frequência, visitantes de outros estados e países, além de escolas de todo o DF e entorno. “Os visitantes querem conhecer a memória da construção da Nova Capital”, completou.

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