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Brasília

Produtores de eventos reclamam de suspensão

Em vigor desde a última quarta-feira (12), a decisão busca diminuir os índices de transmissão da covid-19, hoje em 2,6

Redação Jornal de Brasília

13/01/2022 18h14

Foto: Agência Brasil

Luciana Costa
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Para conter o aumento dos casos de Covid-19 no Distrito Federal, o Governo do Distrito Federal suspendeu a realização de eventos, shows e festivais, realizados mediante venda de ingressos ou cobrança de qualquer valor de contribuição dos convidados, ainda que seja revertido em consumação. A decisão foi uma surpresa esperada pelo setor de eventos, que já sofreu após um ano de suspensão desde início da pandemia.

Em edição extra do Diário Oficial do DF, a nova regra altera o Decreto nº 42.730, de 23 de novembro de 2021, que dispõe sobre as medidas para enfrentamento do coronavírus no DF. A publicação foi feita logo após anúncio em coletiva de imprensa com participação do governador em exercício, Paco Britto, e os secretários de Saúde, General Pafiadache, da Casa Civil, Gustavo Rocha, e de Comunicação, Weligton Moraes.

A medida válida desde quarta-feira (12) segue coerente após os cancelamentos das festas de fim de ano e do carnaval nas ruas. Mas, o setor de eventos não esperava por uma proibição novamente da realização de shows e festivais na capital. Pois, com a obrigatoriedade da apresentação do cartão de vacina na entrada e com a alta porcentagem da população imunizada, a categoria tinha a expectativa de receber outro tratamento do GDF.

Grande parte da movimentação financeira é representada pelo setor de eventos a níveis regional e nacional. O sócio do Deu Certo Produtora e Mais Brasil Eventos, Luciano Monteiro, reclamou da falta de cuidado por parte do GDF, que não buscou um equilíbrio. “Não tem nenhum subsídio do governo, e ainda ficamos como vilão da história. Nós trabalhamos promovendo a alegria, o que ajuda a saúde mental, que é importante também neste momento de pandemia. Mas cortaram os eventos e não deram alternativa para nós”, opina o produtor.  

Como membro da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), Luciano pede que haja um diálogo em busca de um equilíbrio, para que nenhuma parte fique prejudicada – nem a população, nem a economia. “Queremos ser ouvidos e queremos ser respeitados. Sabemos que é um processo delicado, queremos colaborar da melhor forma”, pondera ele.

O segmento abrange diversas áreas de atuação, de artistas à segurança, a cadeia produtiva por trás é gigante, todos são afetados financeiramente por esta decisão. Na parte de produção dos eventos, a empresa Deu Certo teve prejuízo de R$ 20 a 30 mil nos contratos. Luciano comenta que, após o decreto, não planeja voltar às atividades até abril: “apesar de suspenderem o carnaval, as pessoas podem se reunir no particular, e toda vez há concentração de pessoas, a Covid-19 se potencializa”, analisa.

Eventos realizados em casas e estabelecimentos de festas, que promovam a venda de ingressos ou cobrança de qualquer valor a título de contribuição dos convidados, ainda que o valor seja revertido em consumação, também estão enquadrados no decreto. “Por isso, nós da área de eventos, nós pedimos que para que as pessoas, que gostam de arte, cultura e entretenimento, que se vacinem. Agora os casos estão leves para quem está vacinado, para quem está fazendo sua parte para voltar ao normal”, apela Luciano.

A decisão tomada pelo governador Ibaneis Rocha, assinada pelo governador em exercício, Paco Brito, após a análise dos dados de monitoramento e do cenário atual da pandemia no Distrito Federal. No último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde, a taxa de transmissão chegou a 2,6 – a medida busca atenuar a circulação do coronavírus e da influenza. Na coletiva de imprensa, o secretário da Casa Civil, Gustavo Rocha, disse que “queremos diminuir o índice de transmissão para poder retornar à vida normal. É uma medida que precisa ser tomada”.

Por sua vez, o GDF segue firme à decisão e atento à economia, que tem sido preservada por meio das medidas de incentivo, como o Refis Distrital. Foi informado que será feito um acompanhamento da evolução dos índices para avaliar a necessidade de novas ações, que por enquanto, esta será a única medida restritiva. Porém, não há intenção de um lockdown.

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