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Brasília

Primeiro dia de ampliação da bivalente enche UBSs

Cobertura estendida para maiores de 18 anos fez com que unidades de saúde recebessem grande público de interessados

Vítor Mendonça

26/04/2023 6h06

Foto: Vitor Mendonça/ Jornal de Brasília

Com o início da aplicação da dose bivalente contra a covid-19 para pessoas acima de 18 anos no Distrito Federal, os postos de vacinação ficaram cheios ontem. A procura pelas vacinas de reforço contra o vírus originário da pandemia e a variante ômicron foi intensa em todas as Regiões Administrativas. Na Unidade Básica de Saúde 1 da Asa Sul, na quadra 612, foram formadas tanto uma fila de pessoas, no período do dia, quanto uma fila de carros, no período da noite.

Pouco antes das 18h, quando estava prevista a abertura das vacinações na modalidade drive-thru na UBS 1 da Asa Sul, ao menos 50 veículos entre carros e motos faziam fila para poder conseguir a aplicação. De acordo com a enfermeira da saúde da família e comunidade, Taciana Madruga Schnornberger, foram 571 doses durante o dia, das 8h às 17h, e estavam previstas mais de 200 ao longo da noite com o drive-thru.

Segundo ela, este é o movimento comum sempre quando novas frentes de vacinação abrem para grupos específicos. Desta vez, os que tiveram acesso à vacina bivalente foram os adultos acima de 18 anos. “Todas as vezes que há ampliação da faixa etária ou de grupos de acesso, há esse aumento na demanda [pelos imunizantes”, destacou.

A nova etapa da vacinação com a bivalente acontece em meio à uma crescente de novos casos da covid-19 no DF. De acordo com o Boletim Epidemiológico semanal da Secretaria de Saúde (SES-DF), foram 896 pessoas contaminadas com o vírus pandêmico nos últimos sete dias. Na última estimativa, o levantamento apontou 1.002 novos infectados, em 18 de abril.

Nas duas semanas anteriores, os números já deram sinal que estavam aumentando, uma vez que ficaram acima da média entre 100 e 300 casos semanais no DF. Nos boletins divulgados nos dias 4 e 11 de abril, foram identificados 958 e 943 novos casos, respectivamente. A taxa de transmissão R(t) apurada ontem, que indica se a doença avança ou regride na capital, estava em 0,9.

Se o índice de transmissão está acima de 1, significa que a pandemia tende a crescer, com novos casos. Se está abaixo do parâmetro em questão, a doença tende a cair nos níveis de contaminação.

De acordo com o infectologista Julival Ribeiro, os novos casos preocupam a estabilidade da doença na capital. O índice de transmissão ainda não é alarmante, mas indica um sinal de maior contágio em comparação ao primeiro trimestre do ano, quando a maior incidência de novos casos semanais foi de 659 novas pessoas contaminadas em sete dias, em fevereiro.

“É importante falar que a pandemia ainda não acabou. O vírus ainda continua circulando, não apenas no DF, mas em todas as partes do mundo. Há uma variação, mas o importante é que as pessoas procurem se vacinar. Aquelas que tiveram as doses completas devem se vacinar”, afirmou o especialista. De acordo com ele, esta é a dose mais completa até o momento, uma vez que reúne a imunização contra duas variantes da covid-19. “A vacina é a melhor estratégia para se prevenir e evitar mais mortes e internações”, ressaltou.

A ampliação da cobertura vacinal da bivalente entre pessoas acima de 18 anos é um incentivo para que o corpo volte a ser estimulado com proteções contra a doença pandêmica, sobretudo as dos grupos de risco, como idosos e pessoas com comorbidades.

Para tomar a dose bivalente contra a covid-19, é preciso, em primeiro lugar, já ter tomado pelo menos as duas doses iniciais da vacinação, independente do período em que foram tomadas. Em segundo lugar, também é necessário que a última aplicação tenha sido feita há pelo menos quatro meses completos, isto é, 122 dias.

Animação para vacinar

Na fila de veículos na 612 Sul, um dos primeiros carros era o do casal Alcides Moraes e Ludmila Araújo, ambos de 40 anos. Eles chegaram por volta de 17h30 no local em busca da dose bivalente contra a covid-19. “É um alívio [receber a dose]. […] Estamos felizes”, disseram. A espera pela abertura dos portões para a vacinação não desanimou o ânimo do servidor público nem da designer gráfica.

Os dois aguardavam uma nova dose de reforço há alguns meses. A última dose foi em agosto do ano passado. Após quatro meses, pegaram a covid-19 pela primeira vez, após quase três anos de pandemia. Dois meses depois, em fevereiro deste ano, foram contaminados novamente, com sintomas mais leves.

“Soubemos nos jornais que a bivalente estaria disponível para a gente também e viemos atrás. Tentamos em outro posto, mas já tinha encerrado, então viemos para esse com o drive-thru”, contou Ludmila. Eles fizeram todo o esquema vacinal da Secretaria de Saúde, conforme as doses foram sendo liberadas pela pasta.

Maria Cecília, 33, e Maria das Graças Melo, 73, filha e mãe, também chegaram ao local para conseguir a dose bivalente. A advogada e a médica, respectivamente, chegaram pouco antes das 17h30 para garantir um local mais à frente na fila. Esta é a quinta dose da trabalhadora da saúde, que considera o serviço essencial.

“É uma obrigação que nós [população] temos em aderir [à vacinação]. É importante para que os hospitais não encham”, citou como exemplo. Ela acredita que o cuidado com a prevenção à doença pandêmica devem continuar a ser feitos pelos cidadãos, uma vez que o risco de contaminação e, consequentemente, de adoecimento permanecem. “Os cuidados precisam ser constantes”, defendeu.

Ambas chegaram a contrair a covid-19 durante uma viagem para o Rio de Janeiro. Maria das Graças não teve muitos sintomas, mas a filha Maria Cecília ficou pior, apesar de não precisar de internação. Elas entendem que a vacinação é uma das maneiras para que a doença diminua na capital.

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