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Brasília

Premier Jet perde 7 embarcações avaliadas em R$ 4 milhões para agiotas do DF

Um dos cotistas entrou em contato com um dos agiotas que informou só devolver as embarcações mediante pagamento. Agiotas são conhecidos no DF.

Redação Jornal de Brasília

06/09/2022 16h51

Lancha Thetys 31 navegando no Lago Paranoá, Brasília. Foto: Premier Jet.

Por Tereza Neuberger
redacao@grupojbr.com

Na tentativa de expandir as operações, o dono da maior empresa de gestão e venda de cotas de embarcações do Distrito Federal, a Premier Jet, acabou se endividando e perdeu embarcações de clientes para agiotas. Rogério Fayad confessou a perda em uma reunião após os clientes começarem a dar falta das embarcações.

Um dos clientes que preferiu não se identificar falou com exclusividade ao Jornal de Brasília e disse que ao entrar em contato com um dos agiotas que estaria em posse das embarcações, o mesmo disse que só devolveria os bens mediante pagamento. A lancha foi rastreada por um dos donos no dia 05 de agosto por volta de 12h, e foi localizada parada no Condomínio Solar de Brasília em São Sebastião. Logo em seguida o rastreador foi desligado.

Embarcação foi rastreada por proprietário e localizada em um condomínio em São Sebastião.

O advogado e ex-militar Gregory Brito, é um dos cotistas afetados com a perda das embarcações pela Premier Jet. Gregory possui uma lancha com a empresa desde 2021 e ao perceber que a lancha não estava na marina questionou o empresário. O cotista recebeu como resposta a afirmação de que a lancha estaria na pintura. A mesma desculpa foi utilizada por cerca de um mês, quando o advogado percebeu que algo estaria errado.

Empresa disse a cotista que lancha estava na pintura.

Gregory Brito registrou um boletim de ocorrência juntamente com outros cinco cotistas de embarcações que também desapareceram. Com medo de que o escândalo viesse à tona, o empresário não revelou inicialmente a real situação aos clientes. De acordo com a denúncia, alguns dos agiotas usam lanchonetes como negócio de fachada para a prática criminosa.

A dívida do empresário com agiotas conhecidos no Distrito Federal começou em maio do ano passado e chega a cerca de R$500 mil. “Tô devendo muita gente e penhorei”, confessou Rogério Fayad em reunião realizada para dar satisfações aos cotistas. Na ocasião, o empresário teria apresentado comprovantes de pagamento que somam cerca de R$1.500.000, porém os agiotas não aceitaram a quitação da dívida e Fayad não conseguiu continuar com os pagamentos, então as embarcações dadas como garantia foram levadas.

Ao todo sete embarcações avaliadas em cerca de R$ 4 milhões foram levadas pelos agiotas. As embarcações estavam no nome da Premier Jet e em julho de 2021 teriam sido transferidas para o nome de laranjas a mando dos agiotas.

A empresa intermedia a ação de compra e venda de embarcações por meio de cotas. Os valores variam de acordo com a quantidade de proprietários que uma lancha terá que pode ser de 4 a 8 donos. Uma embarcação de 4 donos chega a uma cota de R$350 mil. O valor é dividido entre os quatro proprietários que pagam ainda o agenciamento mensal de cerca de R$1147 para a Premier Jet.

Embarcações no nome da empresa foram transferidas para laranjas indicados por agiotas.

De acordo com o delegado Wesley Salomão da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Ordem Tributária e a Fraudes (Corf), um inquérito já foi instaurado para apurar os fatos e mais informações não serão divulgadas para não atrapalhar as investigações.

O empresário registrou dois boletins de ocorrência contra os agiotas. Segundo um dos cotistas, Fayad pediu um prazo aos clientes para resolver toda situação. A nossa reportagem entrou em contato com a Premier Jet sobre o caso e não obteve resposta, o espaço continua aberto para o posicionamento da empresa.

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