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Brasília

Preços altos de leite e café afetam brasilienses

O preço dos produtos subiram devido a diversos fatores, como a inflação no país, o período de seca e as despesas gerais

Redação Jornal de Brasília

04/07/2022 10h09

Marcos Nailton
[email protected]

Com a alta da inflação no país, diversos produtos estão com o preço elevado, entre eles o leite e o café, itens presentes nas refeições dos brasilienses. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço do leite captado em maio deste ano subiu 4,4% em relação ao mês de abril. Desde janeiro de 2022, o leite no campo já acumula um aumento de 14,5%.

Em uma apuração feita pelo Jornal de Brasília, foi possível encontrar em um supermercado no Guará 2 o leite integral mais barato sendo vendido a R$ 7,29 e o mais caro a R$ 7,99. No caso do café moído, a variação foi maior, em um pacote de 500g os preços eram de R$ 11,79 o mais barato e de R$ 18,79 o mais caro.

A auxiliar de serviços gerais Tatiana de Souza está tendo de se adaptar aos textos. Tatiana conta que o leite em caixa acabou se tornando a última opção na hora de fazer as compras porque o leite em pó rende mais e acabou virando preferência na sua residência. “Está sem condições comprar o leite a esse valor, então eu acabo escolhendo em levar o leite em pó, que ao meu ver acaba rendendo mais e está bem mais em conta. Até o leite de saquinho está caro”, contou.

Ao JBr, o Zootecnista e coordenador de ruminantes e equídeos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF), Maximiliano Cardoso, disse que o aumento do leite se deve a três fatores: o inverno que resulta na seca; o custo dos insumos e fertilizantes, que fazem parte da alimentação do gado; e devido a pequenos e médios produtores saírem da atividade por não suportarem a diferença dos custos de produção.

“Um dos fatores é a entrada no inverno que é o período seco do ano, onde a maioria das pastagens produz no período chuvoso, então na época das águas, as pastagens têm um potencial produtivo de cerca de 25% a 30% do que ela produz no período do ano todo. Então nesse período agora você tem a diminuição da quantidade e da qualidade desse pasto, isso leva ao uso de insumos ou alimentos para complementar a deficiência da pastagem nesse período”, explicou.

O coordenador ainda conta que os insumos têm o preço regido pelo mercado internacional pois são commodities. Segundo ele, a alimentação do gado leiteiro representa cerca de 60% a 70% nos custos operacionais do produtor. “O valor de mão de obra subiu, diesel e transporte rodoviário tiveram uma elevação, então isso vai favorecendo que aumente o custo de produção no período da seca devido a isso”, contou Maximiliano Cardoso.

Alta no preço do café

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Foto: Divulgação

No caso do setor cafeeiro, os preços do café moído subiram 56,87% para o consumidor no acumulado de 12 meses até janeiro deste ano. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial de inflação calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em entrevista, o militar e morador da Vicente Pires, Thiago Costa, contou que não vive sem café e que toma todos os dias, principalmente durante o trabalho para recompor as energias. Segundo ele, mesmo com os preços altos do grão, a bebida é indispensável, porém na hora de ir ao supermercado comprar o produto a quantidade diminuiu.

“Eu dou preferência pelas marcas que eu já conheço e considero melhores, nisso eu vejo qual que está mais em conta, o que tiver eu acabo levando. Eu consumo em média quatorze xícaras na semana, em média duas por dia”, contou.

De acordo com o IBGE, o efeito do clima adverso impactado pela seca e geadas e a inflação no produto,combinados, acabam sendo fatores determinantes para o aumento no preço do café.

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