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Brasília

Policiais envolvidos no caso da BMW foram afastados

A decisão tem o objetivo de avaliar o psicológico dos agentes antes de colocá-los de volta às ruas

Redação Jornal de Brasília

30/10/2023 20h08

Reprodução

Por Lurya Rocha
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Os oito policiais militares envolvidos nos disparos que mataram Islan da Cruz Nogueira, jovem de 24 anos, foram afastados nesta segunda-feira (30). A medida faz parte do processo de investigação necessária no caso, afirma o coronel Edvã Souza, Chefe do Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran) da PMDF. Os agentes precisam passar por avaliação psicológica para, a depender do laudo técnico, avaliar se estão em plena capacidade de voltar a desempenhar suas respectivas funções ou se eles irão fazer parte do administrativo. O coronel também ressalta que esse processo de afastamento tem o intuito de preservar questões psicológicas dos envolvidos e não é em razão deles estarem sendo investigados.

O caso se tornou alvo de Inquérito Policial Militar e os policiais que dispararam contra o veículo tiveram suas armas apreendidas, as circunstâncias e acontecimentos estão sendo apurados. O juiz responsável pelo caso encarregou a Corregedoria da PMDF e o Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público (MPDFT) de averiguar se houve excesso por parte dos policiais durante a abordagem.

O motorista da BMW, Raimundo Cleofás Alves Aristides Júnior, de 41 anos, foi detido no local e preso em flagrante pelo crime de tentativa de homicídio, ao atropelar um policial, e de embriaguez ao volante. Ele foi levado a 5ª DP e se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas a embriaguez foi constatada pelo Instituto de Medicina Legal (IML). O acusado continua preso por ordens da Justiça.

O veículo foi atingido por, no mínimo, oito tiros e um deles causou a morte de Islan que foi atingido com um tiro na cabeça. Assim que os policiais perceberam o passageiro ferido no carro, acionaram o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas ele não resistiu e morreu ainda no local. O carro e o corpo foram levados à sede do Instituto de Medicina Legal (IML), da PCDF, para perícia.

A mãe do jovem só ficou sabendo da morte do filho quase 20 horas após o acontecimento por meio da imprensa, neste momento, o corpo de Islan já havia sido identificado e estava no IML. Ela também afirma com indignação que irá correr atrás dos direitos que lhe foram tomados: “Meu filho não estava dirigindo, quem estava dirigindo era outra pessoa. Ele não pode atirar de qualquer forma assim não”.

Islan era passageiro na BMW branca que foi perseguida pela polícia militar após furar dois bloqueios de blitz da Operação Álcool Zero no fim da noite de sábado (28), no Setor de Garagens Oficiais, na região do Palácio do Buriti. O engenheiro e empresário do ramo da construção civil que dirigia o carro se recusou a obedecer o comando dos agentes e atropelou um policial para conseguir fugir em alta velocidade pelo outro lado da pista. O policial militar foi levado ao Hospital de Base com ferimentos leves e já recebeu alta.

Edvã afirmou que os policiais só atiraram contra o veículo após o motorista não obedecer às ordens e que os disparos iniciais foram feitos apenas em direção aos pneus do carro para imobilizá-lo. Após cerca de 3 km de perseguição, o carro parou no acostamento do Eixo Monumental, próximo ao Complexo Brasil 21, onde Raimundo desceu do veículo e deitou-se no chão. Foram encontradas garrafas vazias de bebidas alcoólicas no carro. Também foi constatado que o veículo tinha mais de 10.500 reais em débitos, entre eles: IPVA atrasado e multas por excesso de velocidade e dirigir sem CNH.

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