João Paulo Mariano
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Era 25 de junho de 1966. Em um dos muitos prédios públicos da capital, integrantes de forças de segurança assinavam o Decreto-Lei n° 9, que institucionalizava a Polícia Militar de Brasília como uma corporação, não mais formada por integrantes de outras forças policiais. Para comemorar os 52 anos do marco e relembrar a história desses homens e mulheres, houve o lançamento da primeira parte do projeto do livro sobre a história da PMDF.
Ainda sem data de lançamento, a obra pretende proporcionar, pela primeira vez, a memória escrita da corporação. Com início dos estudos em março deste ano, o coronel reformado Jair Tedeschi avalia: já havia passado da hora de a PMDF ter sua história contada por aqueles que a construíram.
“Aos que não conhecem nossa origem, não se assustem. Nós fazíamos de tudo mesmo”, diz o coronel ao lembrar que, antes de 1966, havia uma corporação única, que fazia o serviço de policiamento intensivo, da PMDF, as investigações, da PCDF ou PF, e até os salvamentos, função do Corpo de Bombeiros. Todo o levantamento das primeiras legislações e de nomes importantes para a época já foi feito. Porém, o livro, segundo ele, nunca estará completo. “Muitos dos nossos companheiros já foram embora”, lembra.
Veja, em primeira mão, alguns trechos dos primeiros depoimentos feitos pela PMDF em parceria com o UniCeub.
Histórias que se cruzam
A história desses homens e mulheres se confunde com a dos primeiros anos da Capital. Há depoimentos, inclusive, de policias que chegaram aqui quando os prédios ornamentais eram apenas esqueletos em construção.
O coronel reformado Dilson de Almeida, 82, chegou aqui, em 1960, quando o Distrito Federal ainda estava tomando forma, para ser inaugurada em abril de 1960. Almeida tinha 23 anos quando aqui chegou. Foi um dos responsáveis por implementar a ideia de que era necessário um batalhão de transito, antes apenas uma companhia. O homem acabou saindo, prematuramente, da corporação porque aceitou o convite do governador da época para um cargo civil. Antigamente, quem ficava dessa forma por dois anos, era levado para reserva remunerada.
Todo o levantamento das primeiras leis e de nomes importantes foi feito. Porém, o livro, segundo ele, nunca estará completo. “Muitos dos nossos companheiros já foram embora”, lembra.
Alguns deles até já foram ouvidos, como o coronel reformado do Corpo de Bombeiros Paulo José Martins, 78. Ele chegou a Brasília para morar definitivamente no dia 2 de julho de 1964, vindo do Rio de Janeiro.
O coronel reformado Dilson de Almeida, 82, chegou aqui em 1960, aos 23 anos, quando o Distrito Federal ainda estava tomando forma. Foi um dos responsáveis por implementar um batalhão de trânsito. O homem acabou saindo da corporação ao aceitar o convite do governador para um cargo civil. Naquela época, quem ficava dessa forma por dois anos era levado para reserva.
Lançamento
O coronel reformado Tedeschi, durante o lançamento do primeiro volume, adiantou que o segundo volume vai falar sobre como foram os primeiros anos pós 1966 e dos primeiros anos da academia de formação da PMDF, em 1985. O terceiro deve falar sobre a corporação atualmente. Ele ainda sugeriu que fosse feito um quarto volume: o futuro da PMDF.
O comandante geral da PMDF, coronel Antonio Nunes, afirma que a corporação cresceu e há novos desafios para enfrentar, mas que tudo ocorreu pela “coragem dos que estiveram aqui no início”. “Estamos dando continuidade ao.legado que esses homens deixaram”, afirma.