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Brasília

Personal trainer é preso por tráfico de drogas sintéticas em Águas Claras

Arquivo Geral

07/12/2018 17h38

Na residência do traficante foram encontrados comprimidos de ecstasy, anabolizantes e suplementos proibidos no Brasil. Foto: Lígia Vieira/Jornal de Brasília

Lígia Vieira
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A Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) da Polícia Civil prendeu, nesta sexta-feira (7), um professor de educação física que fornecia drogas sintéticas a traficantes e usuários na região de Águas Claras. Durante a apreensão, os agentes também descobriram que Gabriel da Rocha Lima, 32 anos, aplicava irregularmente anabolizantes em clientes.

A PCDF chegou ao homem após receber informações de outros presos que vendiam ecstasy no Distrito Federal. “Ele fornecia drogas sintéticas a esses sub-traficantes e vendia ecstasy em boates caras da cidade”, afirma o coordenador da Cord, Luiz Henrique Dourado.

Na casa do suspeito foram encontrados R$ 4.400 em espécie, cerca de 250 comprimidos de ecstasy, porções de haxixe e de cristal de MDMA (substância que produz o ecstasy), anabolizantes e suplementos proibidos no Brasil. Gabriel Lima vai responder por tráfico de drogas e pode ficar de cinco a 15 anos na prisão, se for condenado. Ele também pode ser enquadrado por venda ilegal de medicamentos, e então passaria de 10 a 15 anos atrás das grades.

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As investigações não acabaram. A polícia não tem certeza de quem abastecia Gabriel, mas acredita que as drogas vêm do sudeste do País. Eles ainda afirmam que parte dessas substâncias ilegais é produzida no Brasil e outra vem da Europa.

Esta é a 12ª prisão feita pela Cord, no segundo semestre de 2018, de uma pessoa de classe média que vendia drogas sintéticas. De acordo com o delegado Luiz Henrique Dourado, as pessoas dessa classe social optam pela venda de drogas por causa da rentabilidade. Ele estima que, por semana, Gabriel Lima conseguia R$ 6 mil em vendas. O homem já estaria aplicando este montante na bolsa de valores.

Apesar da riqueza acumulada, o traficante era discreto. Trabalhava em uma academia na Asa Sul, tinha um carro popular, morava e agia sozinho. A PCDF teve dificuldade para encontrar a residência dele – localizada em Arniqueiras -, pois, apesar de praticar venda física, ele não utilizava a casa para o comércio.

“O consumo de drogas sintéticas é o que mais cresce”

Conforme relatório da Cord, neste segundo semestre, a equipe apreendeu 1.050 comprimidos de ecstasy, 550 selos de LSD e 50 g de MDMA cristal, principalmente nos meses de novembro e dezembro. Enquanto nos primeiros meses do ano não confiscou-se nenhuma dessas substâncias, apenas maconha e cocaína.

A coordenação passou por uma mudança, pois percebeu que havia um crescimento no consumo de drogas sintéticas. Não pararam de procurar outros tipos de substâncias ilícitas, que continuaram com o mesmo volume de apreensão do primeiro semestre, mas criaram uma divisão para investigar apenas as artificiais.

Os policiais civis percebem tendências: o ecstasy e LSD são vendidos para compradores da classe média-alta da cidade e há um perfil dos traficantes. “Este é o perfil de quem vende drogas sintéticas, alguém que estudou e é de classe média. A gente sente uma certa arrogância e confiança por acreditar que não vão ser identificados, porque usam aplicativos e redes sociais”, explica o delegado Luiz Henrique Dourado.

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