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Brasília

PCDF investiga revenda de motos arrematadas em leilão

A prática é ilegal: veículos adquiridos em leilão como sucata devem ser desmontados completamente e não revendidos à população

Willian Matos

31/07/2020 11h18

A Polícia Civil (PCDF) investiga uma prática ilegal relacionada à venda de motocicletas leiloadas como sucata em outros estados e trazidas para o Distrito Federal. Nesta sexta-feira (31), a corporação, em conjunto com o Departamento de Trânsito (Detran-DF) deflagrou a operação Frankenstein e foi a sete comércios localizados em Ceilândia, Taguatinga, Samambaia e Fercal.

Segundo as investigações, suspeitos estariam arrematando as motocicletas nos estados de Bahia, Goiás e Tocantins e revendendo à população do DF, o que é ilegal. A legislação vigente diz que motos compradas em leilão como sucata não podem retornar à circulação. O comprador deve desmontá-las em até 10 dias, podendo reaproveitar apenas algumas peças. Entretanto, o que estava acontecendo era a revenda dos veículos para obtenção de maior lucro.

Para revendê-las, os suspeitos usam placas frias e transformam as motos em “fantasmas” para ludibriar as autoridades. Uma delas havia sido apreendida no ano de 2019 com mais de 300 infrações e cerca de R$ 173 mil em multas.

Na visão do delegado Eric Sallum, o Distrito Federal tem virado “lata de lixo” por conta da ausência de fiscalização de outros estados. “Aparentemente esses estados não estão cumprindo as determinações legais e vendendo essas sucatas sem as baixas e inutilizações necessárias. De fato, a capital federal acabou se transformando numa grande lata de lixo desse expurgo de outros estados, e essas motocicletas começaram a se transformar numa epidemia na cidade.”

Além disso, a pandemia da covid-19 tem impulsionado a profissão de entregador de aplicativo, de acordo com a PCDF. A partir daí, a procura a estes veículos ilegais tem crescido, já que os proprietários as vendem por preços mais baixos que os de mercado.

“Esse fenômeno de revenda de sucatas de leilão tem sido epidêmico em todo o país, mas nós não vamos deixar esse vírus viário se alastrar na capital.”

Os proprietários e gerentes dos estabelecimentos visitados nesta sexta (31) responderão pelos crimes de adulteração de sinal identificador, crimes contra as relações de consumo, fraudes tributárias, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Os estabelecimentos foram também notificados e receberão multas administrativas decorrentes da fiscalização do Detran-DF.

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