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Brasília

PCDF investiga o furto de cabos do Metrô-DF

Às 13:30, depois de sete horas de paralisação, o sistema foi restabelecido e as estações foram reabertas para os usuários

Redação Jornal de Brasília

28/02/2023 12h40

Por: Camila Bairros, Gabriel de Sousa, João Victor Rodrigues e Vitor Mendonça
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O dia começou diferente nesta terça-feira (28). Quem acordou cedo para pegar um metrô, se deparou com os portões das estações fechados. Os usuários foram impedidos de acessar todos os terminais, desde os de Ceilândia e Samambaia até a Central, na Rodoviária do Plano Piloto. Segundo o Metrô-DF, uma falha técnica no serviço fez com que todas as atividades fossem interrompidas logo pela manhã.

Em nota, a Companhia afirmou que a pane teria sido ocasionada por atos de vandalismo e furto de cabos de fibra óptica, que geraram problemas na sinalização e funcionamento do transporte. Equipes de manutenção foram acionadas para averiguar e resolver a situação. O roubo dos fios teria acontecido à oeste da Estação Shopping, próximo ao Carrefour, no Guará.

Por volta das 10h50, uma nova equipe de manutenção chegou à Estação Central para ajudar na resolução da problemática de energia. Às 13:30, depois de sete horas de paralisação, o sistema foi restabelecido e as estações foram reabertas para os usuários.

Quem está investigando o caso desde cedo é a 21ª Delegacia de Polícia de Taguatinga Sul. Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o caso é tratado como prioridade pela corporação, tendo em vista os grandes “transtornos causados aos passageiros”.

A governadora em exercício, Celina Leão, disse pela manhã que, assim que soube do crime, ligou para o delegado-geral da PCDF, Robson Cândido, dizendo que queria o ladrão dos cabos “preso em 24 horas”. “Todo o GDF repudia esse tipo de ato, porque uma tentativa dessas não é para roubar o governo, pois prejudica toda a população que está tentando trabalhar”. afirmou a mandatária local

O caos

“O Sistema de Sinalização e Controle é responsável por enviar a informação da localização de cada trem na via para o Centro de Controle. O sistema impede a aproximação deles e, por segurança, reduz a velocidade de tráfego em determinado trecho quando há falha”, detalhou a Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF).

O Metrô-DF também informou que, assim que as intercorrências foram verificadas, notificou a Secretaria de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal (SEMOB-DF). Procurada pelo Jornal de Brasília, a pasta diz ter impulsionado a circulação do transporte coletivo nas vias do DF. “As linhas de ônibus de Samambaia, Ceilândia, Taguatinga e Águas Claras, em direção ao Plano Piloto que operam na área de influência do metrô, foram reforçadas com mais viagens”, afirmou.

Porém, mesmo com o reforço no transporte público, os moradores que, pela manhã, tiveram que recorrer aos ônibus para chegar ao trabalho, relataram ter tido mais transtornos com a lotação dos itinerários. A estudante Luana Ramos, residente em Ceilândia, utiliza diariamente o metrô para ir até a faculdade, na Asa Sul. Sem ele, tentou um ônibus, sem sucesso.

“Passaram três ônibus para a W3 Sul, mas era tanta gente se empurrando para entrar que eu não consegui ir. Eu fiquei esperando um pouco mais na parada, pensando que depois do horário de pico iria diminuir o tanto de gente, mas parecia que só aumentava. Então, eu desisti. Vou falar pro professor que deu esse problema no Metrô. Espero que ele entenda”, disse.

A falta do serviço do Metrô-DF também encorajou motivou populares a utilizarem o transporte por aplicativo, que tiveram os preços inflacionados por conta da alta demanda de passageiros durante o horário de pico. No início da manhã, viagens de Samambaia e Ceilândia até a Rodoviária do Plano Piloto, que geralmente custam em torno de R$ 40, estavam chegando a até R$ 70.

Alterações de fluxo de carros também foram sentidas nas estradas que fazem um percurso semelhante ao transporte metroviário. Segundo o Departamento de Estradas e Rodagem do DF (DER-DF), foram registrados pontos de retenção em trechos da EPTG, além de lentidão no tráfego da EPNB.

Para tentar amenizar os engarrafamentos, o DER/DF e o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran/DF) decidiram liberar o tráfego de veículos leves nas faixas que são exclusivas para ônibus, vans escolares e taxis. A alteração entrou em vigor a partir das 10 horas, e vai permanecer até a normalização do sistema metroviário.

Dificuldades para chegar ao trabalho

Claudinete Oliveira, de 57 anos, é cabeleireira e saiu de São Sebastião para a Rodoviária para ir ao trabalho, em Águas Claras. Quando chegou à Estação Central, se deparou com os portões fechados. “Não tinha visto que o metrô não estava funcionando. Me pegou de surpresa. Como não sei como chegar lá de ônibus, vou ter que me informar com o fiscal para saber qual linha pegar para chegar”, afirmou.

Ela teve de explicar para a chefia do trabalho o que aconteceu, e que chegará atrasada por conta do problema. O trajeto que faria em menos de 40 minutos, agora está com a expectativa de demorar mais de uma hora para chegar. “Nunca aconteceu algo desse tipo comigo e nunca peguei ônibus para lá. Imagino que vou demorar bem mais”, lamentou.

Da mesma forma aconteceu com Roberto Resio, 63, que é morador de Samambaia e que também teve a viagem alongada devido à pane no sistema do Metrô/DF. Ele soube do problema ainda na cidade onde reside, quando se deparou com as paradas cheias. “Em Samambaia muita gente reclamou desse problema. É algo que facilita muito o trajeto, mas todo mundo teve que pegar ônibus. Estava com superlotação”, comentou.

“O metrô ajuda muito, faço o caminho em 35 minutos. Mas hoje, na vinda, demorei mais de uma hora, e agora para eu voltar de ônibus também devo demorar mais de 1h20”, destacou. Ele espera que o problema seja resolvido o quanto antes para que todos consigam voltar à rotina normal de trabalho e trajeto com o metrô.

Por volta das 10h50, uma nova equipe de manutenção chegou à Estação Central para ajudar na resolução da problemática de energia. Ainda não há previsão para o retorno da energia ou das viagens nos trens do Metrô/DF.

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