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Para reduzir prejuízos, Caesb faz obras que prometem reduzir em 10% as perdas de água

Medida beneficiará milhares de moradores de Taguatinga, São Sebastião e Ceilândia e deve, futuramente, minimizar reajustes das tarifas

Redação Jornal de Brasília

25/07/2019 19h13

Da Redação
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Para combater o prejuízo causado pelas perdas de da água distribuída no Distrito Federal, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) realiza em Taguatinga, São Sebastião e Ceilândia uma série de obras no sistema de distribuição de água tratada. As obras devem refletir em pelo menos 10% da economia do que atualmente é perdido nessas regiões. 

As obras contam com a instalação de novos trechos de rede de água, macromedidores e válvulas redutoras de pressão. Esses equipamentos permitirão o controle a distância da operação do sistema, adequando a pressão na rede e identificando online possíveis vazamentos. 

A expectativa de recuperação é de aproximadamente R$ 800 mil por ano em Taguatinga, R$ 2,5 milhões por ano em Ceilândia e R$ 1,1 milhão em São Sebastião , esses são valores que a empresa espera superar implementando ações de redução das ligações clandestinas e realizando pesquisas de vazamentos nas áreas mais críticas apontadas pela setorização.

A estratégia é dividir a malha da rede de distribuição em pequenas áreas, criando os Distritos de Medição e Controle. Com isso, o monitoramento e controle de cada parte da rede poderá ser feito individualmente.

A Caesb contratou um estudo do sistema de distribuição em Taguatinga, Samambaia e Ceilândia e os impactos que a redução da pressão da água na rede dessas regiões refletiria economia para a empresa. De acordo com o gerente de Gestão de Perdas da Caesb, Ulisses Pereira, quanto menos pressão, menos água circula pelos encanamentos e, automaticamente, menos é perdido. “Há vazamentos que ocorrem e são visíveis, como um cano que estoura na rua. Outros acontecem na superfície, e não são facilmente identificados. A setorização do sistema nos permitirá localizá-los”, explica ele.

Há dois tipos de perdas identificadas pela companhia: as aparentes e as reais. As primeiras são as também chamadas comerciais, que é quando a empresa fornece, porém não fatura por esse fornecimento. Isso ocorre quando hidrômetros muito antigos deixam de registrar o consumo real de um cliente, por exemplo, ou quando ligações clandestinas fraudam o fornecimento.

Este último caso é frequente em áreas de expansão desordenada e que os chamados “gatos” desviam o fluxo da água não contabilizado pela companhia. Já as perdas reais são os vazamentos como o rompimento de uma rede e a água acaba sendo “desperdiçada” até que o problema seja identificado e resolvido.

Uma segunda parcela de recuperação das perdas é o monitoramento das vazões mínimas noturnas, que permitirá à Caesb atuar nas áreas com mais vazamentos não visíveis. A implantação da setorização nestas áreas trará impactos diretos na redução de vazamentos diante do estudo de setorização contratado prever a redução da pressão da água na rede.

No início do mês de junho, o Instituto Trata Brasil divulgou pesquisa apontando em aproximadamente 34% as perdas na água tratada e distribuída no Distrito Federal. Isso significa que, de cada 100 litros do que é captado nos rios e córregos, cerca de 34 são perdidos ou não medidos pela Caesb, seja por furtos nas redes de água, ligações clandestinas, erros na medição do cliente (submedição dos hidrômetros) e vazamentos na rede de distribuição e em reservatórios.

“Atualmente, por dificuldade de verificação, muitas perdas só são identificadas quando se tornam aparentes, o que poderemos evitar daqui pra frente”, explica o assessor da Diretoria de Engenharia da Caesb Antônio Luís Harada.

Em Taguatinga, as obras já começaram. O sistema será implantado em parte da cidade, beneficiando 160 mil pessoas. O investimento será de R$ 16.606.220,64, com recursos provenientes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e a previsão de conclusão das obras é no primeiro semestre de 2020.

As três regiões administrativas foram selecionadas em função dos índices e dos volumes de água perdida ao longo dos últimos anos, gerados por expansões urbanas aceleradas e pelas ocupações irregulares.

Outro componente da obra é o trabalho de substituição de rede que abastece diretamente as residências. Essa rede está localizada na área frontal das casas, na calçada ou rua, onde se conectam os ramais que abastecem cada casa.

A substituição de rede envolverá 8.635 casas das áreas que representam maior incidência de vazamento, envolvendo as quadras QNH, QI, QNF, QNG 34-46, QND, QNE e QNG 1-33. Nessas áreas, as obras terão uma maior interface com os moradores.

A obra contempla 12 setores de medição e controle, além da construção de 19,3 km de redes de distribuição de água para setorização, variando entre os diâmetros de 60 mm e 500 mm. Também prevê a substituição de 78,4 km de rede.

Com informações da Agência Brasília. 

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