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Brasília

Pacotão fecha o Carnaval do DF com chave de ouro

O tema neste ano foi a não anistia aos militares acusados de omissão durante os ataques à sede dos Três Poderes, no último 8 de janeiro

Redação Jornal de Brasília

21/02/2023 20h29

Foto: Amanda Karolyne/Jornal de Brasília

Para fechar o Carnaval da Paz de 2023 com chave de ouro, o bloco Pacotão desfilou na contramão da via W3 Norte/Sul, nesta terça-feira (21). O tema neste ano foi a não anistia aos militares acusados de omissão durante os ataques à sede dos Três Poderes, no último 8 de janeiro. Segundo a organização, a média de pessoas presentes era de 7 mil.

Segundo Marcelo Silva, presidente do Pacotão, esse retorno pós-pandemia é uma homenagem ao Joka Pavarotti, um dos fundadores do bloco e antigo presidente, que morreu em 2021 em decorrência de um câncer no intestino. “Hoje eu estou aqui por ele. Isso aqui é o que ele gostava”, afirma Marcelo, que é filho de Joka.

O bloco é conhecido desde 1978 por suas críticas políticas, e Marcelo aponta que o Pacotão não tem lado político, porque a existência do bloco é para falar mal de todos os lados. “Pode ser um governo bom, que a gente vai falar mal, ou um péssimo, que a gente vai falar pior”. Paulão de Varadero, jornalista e um dos membros do bloco, acrescentou que o bloco é “anarcocarnavalesco, como dizia Oswald de Andrade”.

Para Paulão, o Carnaval neste ano está sendo difícil, depois da pandemia, com os desastres das chuvas em São Paulo, os terremotos na Turquia, entre outras coisas. “Que o Carnaval desse ano seja como um réquiem para as vítimas do genecidio Yanomami. E ainda, um protesto pela tentativa de golpe no dia 8 de janeiro”, declarou. Antes do trajeto começar, um silêncio de um minuto foi declarado em homenagem às vítimas dos desastres em São Sebastião-SP.

Membros do Pacotão. Foto: Amanda Karolyne/Jornal de Brasília

Wailer Amorim, 47 anos, artista plástico, frequenta o Pacotão desde pequeno. Em 2023, Wailer ficou em casa nos outros dias de Carnaval e só saiu para o Pacotão. Apesar das poucas saídas, o artista está achando ótimo o retorno dos blocos de rua, com todo mundo vacinado contra a covid. A esposa de Wailer, Rubenita Colaço, 33 anos, professora de educação física, veio pela segunda vez ao Pacotão. “Eu acho um bloco tranquilo e seguro”, afirma.

Rubenita Colaço e Wailer Amorim. Foto: Amanda Karolyne/Jornal de Brasília

A jornalista Caroline Coutinho, 26 anos, e a mãe dela, Lígia Coutinho, 53 anos, servidora pública, vieram ao Pacotão pela primeira vez. “A gente foi em algumas festas fechadas e queríamos vivenciar um bloco de rua”, conta Caroline. Lígia salienta que, aos 53 anos, é a primeira vez dela curtindo um Carnaval em toda sua vida. “Nós escolhemos este por ser um bloco bem tradicional da cidade e ser acessível para a gente.”

Caroline e Lígia Coutinho. Foto: Amanda Karolyne/Jornal de Brasília

Bruno Correa, servidor público, 52 anos, sempre vem ao Pacotão. E todo ano ele está fantasiado com um carro diferente. “Uma vez eu vim vestido de trator do Cid Gomes”, conta.

Bruno Correa e a esposa. Foto: Amanda Karolyne/Jornal de Brasília

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