Para promover o rock autoral da cidade, os moradores de Brasília puderam passar o dia de domingo (25), curtindo o som das bandas Marcius Cabral Trio, a banda base, Caos Lúdico e a clássica banda Elffus, que faz seu retorno aos palcos no Rock Na Ciclovia que ocupou a 204 Norte. O evento é promovido pela Carreta Palco Sesc de forma gratuita. Esta foi a primeira edição do ano do projeto que tem curadoria do músico Philippe Seabra da banda Plebe Rude. A programação também contou com atividades culturais e esportivas. A próxima edição já tem data marcada para o dia 29 de setembro, no mesmo local.
Os quatro shows disponíveis na tarde de domingo foram o programa perfeito de pai e filha para o programador Livio de Sousa, 59 anos, e a filha Júlia Castro, 25 anos, empresária. “Eu e a Júlia acompanhamos a banda Elffus desde quando ela era bebê”, afirmou Lívio. Eles não conheciam as outras bandas, mas Livio frisa que qualquer grupo musical que tenha uma guitarra mais puxada já agrada a dupla. “Rock é meu tipo de música, e agora é bom saber que tem esses eventos abertos com esse estilo musical também”.
Para Júlia é muito legal ter esses eventos gratuitos que estimulam as pessoas a irem para a rua. “Porque assim as pessoas podem sair no final de semana, se divertir e ouvir música de qualidade”.
Jordana Pimenta, 38 anos, pedagoga, veio com a família para curtir o show da banda Caos Lúdico. Ela gosta muito de rock, e poder trazer as crianças para o evento foi um grande ponto positivo para Jordana comparecer. “É o momento de reunir a família em um lugar agradável e as crianças conseguem brincar num lugar seguro”. Para Jornada, também foi interessante estar no Rock na Ciclovia e poder conhecer outras bandas de rock local.
Táta Cavalcanti é produtora cultural da Capital do Rock Produções, responsável pelo evento junto de Philippe Seabra. O Rock na Ciclovia é um festival de 1982. Ela conta que é uma característica do projeto, ocupar espaços públicos e poder entregar para a população, apresentações de artistas da cidade. “Até o Renato Russo tocou no Rock na Ciclovia, foi uma coisa organizada, iniciada pelo pessoal da Plebe Rude nos anos 80 quando ainda tinha aquela coisa da Ciclovia chegando em Brasília e já surgimos com a intenção de estar em área pública, aberta e de graça”.
Para ela, o diferencial é que com a parceria com o Sesc, vem a estrutura da carreta e dos equipamentos novos. A nossa Hold até falou, nossa, a Hold gosta de coisa nova, equipamento novo. A produtora acredita que eventos como esse proporcionam espaços democráticos e acessíveis para as pessoas também participarem do movimento cultural da região.
Das bandas para o público
Esse evento marcou o retorno da banda Elffus, que estava a cinco anos sem fazer show. O guitarrista da banda, Pedro Selva, conta que depois dos quatro trabalhos gravados ao longo dos anos, dois vinizes, e dois CDs, o grupo está embarcando em um novo projeto. “Vamos lançar um disco novo esse ano, contemplando um pouco dessa história. Hoje a gente esta voltando depois de cinco anos sem tocar ao vivo”.
Para ele é ótimo poder voltar logo no Rock na Ciclovia, evento do qual já participaram antes. “Porque a cultura é para se disseminar de todas as formas possíveis. A gente está vendo hoje no Eixão, várias manifestações culturais, tanto amarrado ao jazz, ao choro, ao samba e ao rock também, que é o nosso caso”. Pedro acredita que trazer essa figura da música autoral num evento aberto, no domingo, com a família, não podia ser uma oportunidade melhor para essa volta acontecer. “Nós só temos a agradecer ao GDF e ao Sesc com esse apoio maravilhoso”.
Paul Hodell, vocalista da banda base, acredita que o mais legal desse evento é poder celebrar o rock autoral da atualidade de Brasília. “Já que falta um pouco de espaço para o rock”. Para ele, esse é um festival muito familiar e uma das coisas mais legais desse tipo de programação, é poder ter a família dele assistindo a banda também.
A banda Caos Lúdico também se apresentou na tarde do dia 25, e o vocalista João Ramos considera ser um prazer imenso para todos os membros do grupo poder fazer parte desse projeto. “Nós já tocamos no Rock na Ciclovia há um bom tempo e essa junção com o Sesc é muito boa”. Para João é a melhor solução ter eventos gratuitos como esse, para que as pessoas possam conhecer o que tem sido produzido na cidade em que vivem.
O músico Marcius Cabral Abriu o evento com musicas com temas sociais sobre a capital e achou a iniciativa muito bacana. Ele acredita que o Rock na Ciclovia tem um poder muito grande influência desde quando surgiu. “Ele ajudou a criar um público para o rock em Brasília, a partir desses pequenos festivais”. Depois de finalizar a apresentação, ele partiu para o estúdio para gravar o próximo lançamento chamado Todas As Canções do Mundo como uma denúncia sobre a crise de depressão nas regiões do entorno. O singre vai estar disponível em todas as plataformas digitais logo mais.
Atividades esportivas e lazer cultural
O gerente de cultura do Serviço Social do Comércio do Distrito Federal (Sesc-DF), Leonardo Hernandes, conta que o objetivo foi junto dos produtores do Rock Na Ciclovia, provocar um resgate da perspectiva de ter um espaço para as novas bandas regionais.
A ação começou às 8 horas da manhã com atividades esportivas e de lazer, matrícula na academia da nova unidade do Sesc na Asa Norte, credenciamento e listagem para intenção de consultas médicas no Sesc Asa Norte. A Rádio SuperJazz fez a festa do público pela manhã com os DJs Dudão Melo e Mario Sartô. “E essa ocupação no eixo está juntando as atividades esportivas, a divulgação da nova academia e o Rock na Ciclovia com o projeto de fomentar a cultura, de fomentar o surgimento das bandas de rock da cidade”.