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Brasília

O fim de uma era: Pinheiros do Parque da Cidade serão substituídos

Por motivos de segurança, o GDF decidiu remover as árvores, que por conta da idade, começaram a causar acidentes no local

Elisa Costa

31/07/2023 16h38

Foto: Arquivo/Agência Brasília

Em coletiva de imprensa no Palácio do Buriti, na tarde desta segunda-feira (31), a Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal anunciou que os 1.628 pinheiros do Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek, localizados próximos aos estacionamentos 4 e 5, serão substituídos por 3,1 mil mudas de árvores nativas do Cerrado e não nativas.

Com mais de 40 anos de atração para os brasilienses, os pinheiros se despedem da população para dar lugar a outros ganhos ambientais e sociais, de acordo com o Governo do Distrito Federal (GDF).

Aos jornalistas, o secretário de Esportes, Renato Junqueira, disse que a retirada será feita por motivos de segurança, devido a acidentes que aconteceram em decorrência da queda de árvores e galhos. “Junto com todo o secretariado e com as empresas, montamos uma força-tarefa para solucionar essa situação. Desde quando os incidentes começaram, interditamos o local e colocamos placas de identificação”, contou. Os pinheiros ocupam uma extensão de quase 9 hectares e serão extraídos dos dois lados, próximo à pista de cooper e de ciclismo.

Em 2022, a Secretaria de Esportes já estudava a substituição do bosque dos pinheiros, após dois acidentes marcantes no local. Naquele ano, um adolescente de 15 anos foi atingido por uma das árvores e ficou 5 meses internado, em outro dia, três veículos foram danificados por um galho no Estacionamento 4, próximo ao restaurante Gibão. Segundo a administração do Parque da Cidade, a vegetação tem dado sinais de perigo pela sua idade e por isso uma comissão de estudo de recomposição da área foi instaurada.

“A comissão envolve a Secretaria de Cultura, Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Defesa Civil, Novacap, Detran e Administração do Parque da Cidade. Assim, a equipe trabalhou em um plano de manejo, para que a remoção não atrapalhe quem frequenta o parque e nem o trânsito”, pontuou Renato Junqueira. “O plano foi aprovado nessa segunda-feira e será publicado no Diário Oficial do Distrito Federal nos próximos dias”, comentou. A intenção também é fomentar a biodiversidade, em um espaço aberto e seguro para visitas e ações educacionais.

De acordo com Fernando Leite, presidente da Novacap, a empresa já está pronta para começar os trabalhos. “O prazo de execução está previsto entre 90 a 120 dias, pois envolve a supressão dentro de um parque, o qual segue algumas normas e preparativos para adubação. Desta forma, o plantio começará no período chuvoso”, explicou Fernando à imprensa. A madeira recolhida dos pinheiros será armazenada e disponibilizada em um leilão público. Os recursos obtidos serão destinados ao Tesouro do Distrito Federal.

Todo o processo de supressão e plantio deve custar cerca de R$5 milhões ao governo. O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) atuará na sinalização, necessidade de desvios e instalação de placas informativas, enquanto perdurarem as ações, e se for necessário estender. Já a Defesa Civil cuidará da segurança das pistas, calçadas, distanciamento, acompanhamento de derrubas e o que for necessário para manter as pessoas seguras durante os procedimentos.

Para ocupar o lugar das árvores no parque, algumas espécies estão sendo avaliadas, como jacarandás, pau-ferro, ipês, pequizeiros, cambuí, pata de vaca e tibouchina. Os pinheiros do Parque da Cidade são da espécie Pinus elliotti, tem altura de até 20 metros e curiosamente, não fazem parte da vegetação típica do Planalto Central, apesar de ser um grande ponto turístico para os candangos e turistas. No Brasil, muitas áreas de reflorestamento desse tipo de pinheiro ficam no estado de São Paulo e em alguns lugares da região Sul do país.

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