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Brasília

Novo tratamento para coronavírus é pesquisado pelo IGESDF

A previsão é avaliar o tratamento em 400 pacientes hospitalizados com sintomas leves, moderados ou graves para comprovar se as substâncias funcionam ou não

Redação Jornal de Brasília

09/04/2020 12h58

An analyst at Fiocruz laboratory, a public health research institute, in Rio de Janeiro holds samples of mucus to be tested for COVID-19, on March 11, 2020. – The World Health Organisation (WHO) declared the Coronavirus a pandemic with 118,000 cases in about 120 countries, and 4000 deaths. (Photo by CARL DE SOUZA / AFP)

Pesquisadores do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) estão estudando um novo tratamento para o coronavírus, que envolve o uso de hidroxicloroquina e hidrocortisona associada à diacereína. Diferentemente dos demais estudos no Brasil, a terapia farmacológica envolverá a diacereína, substância usada no tratamento sintomático da osteoartrite (artrose e afecções articulares do tipo degenerativo).

O protocolo de pesquisa clínica, chamado AGES-COVID-HCQ, foi submetido, nesta semana, pelo Centro de Pesquisa em Saúde da Diretoria de Ensino, Pesquisa e Inovação do IGESDF à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP). Assim que for aprovado, até 27 de abril, pela Conep, será iniciado o estudo que já conta com toda estrutura pronta e vai durar nove meses, porém, com a promessa de que os primeiros resultados saiam ainda no primeiro semestre.

A previsão é avaliar o tratamento em 400 pacientes hospitalizados com sintomas leves, moderados ou graves para comprovar, cientificamente, se as substâncias funcionam ou não. “Essa pesquisa é mais uma iniciativa do IGESDF para o enfrentamento da Covid-19 no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O IGESDF está empenhado em contribuir em diversas frentes e o conhecimento é uma das principais armas que devem ser usadas nessa guerra”, ressaltou o diretor-presidente do IGESDF, Sérgio Costa.

O pesquisador do IGESDF, Luiz Sérgio Fernandes de Carvalho, reforçou que ainda não existe tratamento para Covid-19, apesar do forte debate em torno da hidroxicloroquina com outras associações. “Nosso grupo de pesquisadores está otimista com as possibilidades colocadas para este estudo clínico, pois poderemos demonstrar eficácia e segurança e, ao mesmo tempo, testar hipóteses que vão ter condições de serem generalizadas não só para o Brasil, mas para o mundo”, disse.

Estudo

A pesquisa foi intitulada “Aliança pela Gestão Estratégica da Síndrome do desconforto respiratório agudo leve, moderado e grave associada ao vírus SARS-CoV-2: impacto da hidroxicloroquina e hidrocortisona com ou sem diacereína” (Protocolo AGES-COVID-HCQ).

O estudo será realizado no Hospital de Base e no Hospital de Santa Maria, pelos pesquisadores Luiz Sérgio Fernandes de Carvalho, Riobaldo Marcelo Ribeiro Cintra, José Roberto de Deus Macedo e Paulo Giovanni Pinheiro Cortez, e em outros Hospitais do Distrito Federal e do estado de Goiás, sob coordenação do Centro de Pesquisa em Saúde do IGESDF.

“Desenvolvemos um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, fatorial 2×2, comparando placebo com o uso de diacereína com e sem a associação de hidrocortisona em baixa dose (até 200mg/dia) e hidroxicloroquina sobre o tempo livre de disfunções orgânicas e mortalidade até o 28º dia de internação em pacientes com Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo associada à infecção pelo novo coronavírus”,  explicou de forma técnica o diretor de Ensino, Pesquisa e Inovação, Everton Macêdo.

No protocolo, de baixo custo, existe plausibilidade biológica, o que o torna importante diante de uma necessidade urgente ainda não atendida. O estudo também contará com o rastreamento de biomarcadores diagnósticos para COVID-19 por meio de Inteligência Artificial. O intuito é também de padronizar e validar um método para a o diagnóstico da Covid-19 por proteína C-reativa (PCR), mas sem a etapa de extração, tornando mais rápido e barato.

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