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Brasília

Mulher que chamou jovem de “macaco preto” já foi identificada

O nome da mulher ainda não foi divulgado à imprensa, mas a vítima das ofensas racistas, vai se encontrar com a polícia nessa quinta (12)

Redação Jornal de Brasília

12/05/2022 12h04

Por: Elisa Costa
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Nesta semana, o vídeo de uma mulher chamando um jovem morador de Taguatinga de “macaco preto” chamou a atenção dos brasilienses. A vítima das ofensas racistas, Paulo Vitor Silva Figueiredo, de 22 anos, informou ao Jornal de Brasília que a suspeita já foi identificada e que ele vai se encontrar com a polícia ainda nessa quinta-feira (12) para registrar um boletim de ocorrência.

A mulher envolvida se chama Cláudia, e de acordo com a nota de defesa, ela possui distúrbios psiquiátricos os quais pioraram nos últimos anos. “Importante frisar que a Sr.a Cláudia sofre de transtornos psiquiátricos, diagnosticada com esquizofrenia paranoide, com evolução crônica, progressiva e sem possibilidade de cura, conforme relatório médico”, explicou o documento.

Os policiais da Decrin (Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência) foram acionados e vão até o local da discussão para conversar com o jovem. “Vamos conversar e fazer um boletim de ocorrência pessoalmente, para eles entenderem a situação”, explicou. O incidente ocorreu na loja de açaí de Paulo Vitor, onde ele trabalha como atendente.

Questionado sobre a situação, ele contou como está se sentindo: “Obviamente não foi algo bom de se passar, não tem como, mas estou bem”. Reservado e focado no seu trabalho, Paulo explicou que tenta esquecer o acontecimento para seguir com seus planos e acredita que a divulgação das gravações pode ajudar a combater casos similares. De acordo com as informações passadas por ele, a mulher envolvida deve prestar queixa nos próximos dias.

O que aconteceu?

O caso ganhou notoriedade nos últimos dias depois de Paulo divulgar um vídeo na internet que mostrava a mulher, em posição de imposição e com o queixo elevado, xingando o atendente de “macaco preto, idiota, palhaço, ridículo, ET, inútil, pateta”. Em um determinado momento, ela exige o produto: “Faz o meu açaí. Quem manda aqui sou eu. Você está na minha cidade […] Eu te garanto que você mexeu com a pessoa errada”.

Paulo Vitor é empresário, atendente e dono do estabelecimento The Best Açaí, que fica na QNL 13/15 de Taguatinga Norte, e a discussão com a suspeita aconteceu ali mesmo, no balcão de atendimento, no início dessa semana. Segundo o jovem, a cliente desejava que o açaí não tivesse banana na mistura, mas como ele segue uma receita já estabelecida, não podia retirá-la.

Após a discussão, Paulo Vitor se recusou a preparar o açaí e segundo ele, as ofensas continuaram por, pelo menos, meia hora. “Eu expliquei que a nossa receita é fechada, que é o açaí, banana e xarope. Ela não quis aceitar”, contou. O empresário ressaltou aos jornalistas que nunca havia passado por uma situação assim antes, e que a mulher do vídeo tem fama de causar problemas pelo comércio onde fica a loja de açaí.

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