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Brasília

Morre mulher que sofreu erro médico em cirurgia em hospital particular

Camila Cabral teve compressa de gaze esquecida no corpo após histerectomia realizada em hospital do Lago Sul

Willian Matos

31/12/2022 11h07

Foto: Divulgação

Morreu, nesta sexta-feira (30), a paciente que foi vítima de um erro médico durante uma cirurgia no Hospital Daher, no Lago Sul, no dia 15 de outubro deste ano. Camila Carvalho de Cabral, 39 anos, teve insuficiência múltipla de órgãos, choque séptico e complicação em cirurgia de histerectomia.

Camila estava na UTI do Hospital Regional de Samambaia (HRSam) há cerca de 50 dias, após o erro médico. A paciente chegou a ter uma compressa de gaze esquecida no corpo.

Relembre o caso

Camila Carvalho de Cabral foi uma das beneficiadas por um mutirão de cirurgias eletivas realizado pela Secretaria de Saúde do DF em outubro deste ano. Ela precisava realizar uma histerectomia, que é a retirada do útero, e estava esperando na fila do SUS há dois anos. Graças à ação realizada em parceria com hospitais particulares, o procedimento foi realizado no dia 15 de outubro no Hospital Daher, no Lago Sul.

A paciente sofria com um mioma no útero, que causava hemorragia, e por isso, precisava retirar o órgão. Após o procedimento cirúrgico, foi liberada para voltar para casa logo no dia seguinte, em 16 de outubro, apesar de reclamar de desconforto. “Ela dizia sentir uma ‘agonia’ dentro dela, uma coisa ruim”, explicou a mãe da paciente ao Jornal de Brasília no último dia 13.

No dia 4 de novembro, Camila retornou ao hospital para a retirada dos pontos, mas ainda sofria com o desconforto. A mulher voltou para casa naquela sexta-feira (4), porém, na segunda-feira, 7 de novembro, acordou sentindo muita dor. O local dos pontos acabou abrindo, causando um vazamento de secreção. Ela, então, se dirigiu ao Hospital Regional de Samambaia (HRSam) investigar o problema. Foram dois dias na enfermaria sem grandes melhoras e, por isso, a equipe médica pediu para que fosse realizada nova cirurgia para uma busca ativa de agravos.

No dia 9 de novembro, constatou-se uma lesão no cólon e no intestino delgado, ocorridas durante a cirurgia realizada no hospital Daher. Foi quando se observou também a compressa de gaze esquecida na região pélvica de Camila, o que estaria causando a infecção e agravando toda a situação. Desde então, Camila ficou na UTI do HRSam em estado grave.

Camila Cabral morreu aos 39 anos. Foto: Reprodução

Respostas

Em contato com a reportagem, a Secretaria de Saúde informou que a realização desta cirurgia ocorreu por meio de contrato firmado com o hospital particular. Disse ainda que notificaria o Hospital Daher para apurar o ocorrido.

JBr tentou contato com o Hospital Daher, que, à época, não teve interesse em se manifestar sobre o assunto. O espaço continua aberto para eventuais colocações.

A família de Camila registrou ocorrência na 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), que investiga o caso como possível erro médico e lesão corporal culposa.

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