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Brasília

Morador de rua suspeito de matar dono de food truck se entrega à polícia

Arquivo Geral

03/08/2016 17h14

Josemar Gonçalves

Reprodução/Facebook

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Ana Lúcia Ferreira
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O morador de rua Hugo Tácio de Oliveira Soares, de 30 anos, se apresentou nesta quarta-feira (3), na 3ª DP (Cruzeiro). Ele é suspeito de matar a facadas o empresário Jerry Omar Correia (foto), de 45 anos, dono de um food truck, na noite do último domingo, no Sudoeste. De acordo com a delegada chefe, Cláudia Alcântara, Hugo pediu ajuda a um estranho para se entregar.

“Ele estava na quadra 305 do Sudoeste e pediu a um desconhecido que ligasse para a polícia. Nós pedimos para ele aguardar no local e mandamos uma viatura”, afirmou.

Na delegacia, Hugo confessou o crime e contou em detalhes toda a ação do ocorrido. Entretanto, ele apresentou uma versão diferente para os fatos: o homem relatou que primeiro teria sido agredido pela vítima e seu funcionário e que, por este motivo, deferiu os golpes no empresário.

Em depoimento, ele revelou que, no dia do crime, acordou cedo e foi ao estacionamento 4 do Parque da Cidade para trabalhar – ele é lavador de carros – e, ao fim do dia, se encontrou com um colega, vigia de carros, para consumir bebida alcoólica e drogas. Quando voltou ao local em que costumava dormir, no Sudoeste, o homem ficou incomodado com o barulho do gerador e por isso começou a importunar os clientes, mas fugiu do local ao perceber que a Polícia Militar havia sido acionada.

A delegada Cláudia informou que, nesse intervalo em que o homem se dirigiu ao estabelecimento pela primeira vez até o momento em que cometeu o crime, Hugo foi levado à delegacia por ameaçar a funcionária de uma farmácia.

“Após o chamado dos clientes, a polícia fez uma varredura no local e encontrou Hugo próximo à farmácia. Então o trouxeram até a delegacia, mas, como não havia nenhum registro de ocorrência, ele foi liberado”, disse.

Na versão de Hugo, ao retornar ao local onde costumava se abrigar, teve um novo desentendimento, pelo mesmo motivo, com o funcionário e o proprietário do food truck e que foi agredido no rosto com um porrete. Hugo, então, pegou a faca e deferiu os golpes na intenção de matá-lo.

Antes de se entregar, ele se manteve escondido em uma vala próxima a um colégio na Asa Sul e também na região de Ceilândia. Ele trocou de roupas para não ser reconhecido e escondeu a arma do crime próximo a uma parada de ônibus no Sudoeste, mas, quando voltou para buscar a faca, a mesma não estava no local.

Sem arrependimento

Ao ser apresentado na delegacia, Hugo não demonstrou arrependimento. À imprensa, ele declarou que “era homem e que, por isso, assumia o crime cometido”. Hugo ainda revelou que aguardaria a oportunidade para um possível acerto de contas com o funcionário que o atingiu com um porrete. “Vou esperar lá dentro da cadeia. E o pátio vai ficar pequeno”, provocou.

Uma reportagem publicada pelo Jornal de Brasília mostrou que Hugo sempre teve temperamento explosivo e começou a usar drogas após se envolver com “más companhias”. Segundo parentes, ele optou por morar na rua e se afastar da família.

Versões não batem

A delegada não confirma a versão de Hugo Soares. Entretanto, não descarta as informações fornecidas pelo suspeito. Ela disse que o funcionário será chamado para um novo depoimento e que as investigações sobre o caso não estão encerradas.

“Temos duas versões da história. Vamos trabalhar para descobrir qual é a realidade do fatos. Estamos à procura da verdade”, assegurou Cláudia Alcântara.

Apesar de estar fora do flagrante e ter se apresentado de forma espontânea, o pedido de prisão preventiva foi deferido e Hugo permanecerá preso. Ele responderá por homicídio consumado e homicídio tentado e, caso seja condenado, poderá pegar até 30 anos de prisão.

 

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