Larissa Santiago
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Os católicos do Distrito Federal celebraram mais uma edição do Hallel durante todo o dia de ontem, no Ginásio Nilson Nelson. Promovida pela Arquidiocese de Brasília com o tema “Tende Confiança, Sou Eu, não tenhais medo”, a festa chegou em sua 16ª edição. Neste sábado, os fiéis lotaram a sede do evento, que também abrangia o lado de fora do ginásio. A organização estima que mais de 80 mil pessoas passaram por lá.
A celebração começou por volta das 8h com uma missa de abertura presidida pelo novo arcebispo de Brasília, dom Sérgio da Rocha. “Este é um evento muito importante por tratar-se de uma celebração da fé. É essencial que estejamos juntos neste momento”, afirmou. Segundo o arcebispo, o Hallel atinge a comunidade em dois pontos. “O primeiro deles é a fé que une todas essas pessoas. E depois é a convivência com o outro, que é motivada aqui”, explicou o religioso.
Para dom Sérgio, o evento proporciona a união da população por um mesmo objetivo. Ele acredita que as pessoas estão cada vez mais individualistas quando o assunto é religião. “É importante estarmos juntos, pois hoje há o que eu chamo de privatização da fé. Cada vez mais as pessoas vão vivendo a religião ao seu modo e sozinhas”, explica.
Depois da missa, o Hallel seguiu durante todo dia até às 21h – dentro e fora do ginásio. Além dos shows, ocorreram diversas atividades paralelas e simultâneas para todas as idades, como pregações, Espaço Jovens e Músicos, esportes radicais, SOS Oração, capela, confessionários, entre outras opções.
Para as crianças, havia um espaço especial. Era o Hallelzinho, que tinha uma programação voltada especialmente para os pequenos com shows e até pintura de rosto. Já quem estava afim de dançar, podia contar com o HalleMix, um espaço destinado para quem quisesse dançar um pouco de música eletrônica.
Família reunida
Essa foi a primeira vez que a família Souza compareceu completa ao Hallel. Já a primeira vez que o casal Denize e Fernando visitou o evento foi em 1996. “Na primeira vez que viemos estávamos namorando e, algumas vezes, eu vim grávida também”, lembra a dona de casa Denize Souza, 32 anos. Ontem, ela foi com os três filhos: Lizandra, 13 anos, Letícia, 6 anos e Lucas, 2 anos.
O casal aproveitou ainda para levar a amiga da filha para conhecer a festa. “Eu acabei de chegar e ainda não sei direito como vai ser o evento, mas pelo que vi aqui no Hallelzinho eu gostei”, disse a estudante Layane Cristine, de 13 anos.
Para Denize, um dos espaços mais legais no evento deste ano é o que foi criado para as crianças. “É interessante porque fala a linguagem deles. O intuito deste evento é evangelizar e aqui a gente tem acesso a isso de várias formas”, conta.
O que mais chamou atenção no Hallel deste sábado foi a grande quantidade de jovens que marcaram presença no evento. Segundo o padre João Firmino, os adolescentes vão até o evento por se identificarem com o que é promovido.
“Nesta fase, a juventude quer encontrar seu valor e também se divertir. Aqui eles vão para a balada de Deus, encontram as respostas para seus anseios. Cada um encontra Deus à sua maneira”, brincou.
Um grupo de adolescentes saiu de São João da Aliança (GO), a 152 quilômetros de Brasília, para participar da celebração. Eles vieram em um ônibus com outras pessoas especialmente para o evento.
“Estamos achando o evento muito bom, muito bem organizado”, pontuou uma das jovens. O mais novo do grupo, Gabriel Eiji, de 12 anos, confessou que foi para o evento também pela oportunidade de confraternizar com os colegas. “Eu também vim pela bagunça. O pessoal me falou que é muito animado e estou gostando bastante”, disse.
Grande alcance
O arcebispo dom Sérgio vê com animação a presença de tantos jovens em um evento religioso. “É bom ver que o Hallel tem esse alcance. A igreja está destacando a evangelização da juventude por meio de um evento como esse”, opina.
Dom Sérgio aprova ainda a utilização do evento como forma de interação entre os adolescentes. “Eles se reúnem não só para louvar ou conviver, mas também para evangelizar. Eles podem se conhecer melhor e participar ativamente do processo de evangelização”, opina.
A estudante Taísa Guimarães, 15 anos, promete volta em 2012. “Nós viemos tanto pela bagunça quanto pelo evento em si. Ano que vem nós voltaremos com certeza”, diz.