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Brasília

Maior patrimônio histórico e cultural é o conhecimento

Para celebrar as conquistas deste patrimônio a céu aberto, o Iphan vai disponibilizar livros didáticos na rede pública de ensino

Redação Jornal de Brasília

29/01/2021 6h35

Cezar Camilo
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Brasília foi aceita na lista de patrimônios mundiais da Unesco no dia 7 de dezembro de 1987. Em 1992, cinco anos depois, a cidade foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Desde então, a capital é reconhecida mundialmente. Tanto por sua trajetória, com a construção em apenas mil dias, até o esforço constante de toda uma nação para continuar pulsando o coração do país.

Para celebrar as conquistas deste patrimônio a céu aberto, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) vai disponibilizar livros didáticos na rede pública de ensino do Distrito Federal a fim de conscientizar os jovens sobre a importância de preservar os tesouros históricos da capital.

Com o selo “Coleção Patrimônio para Jovens”, a superintendência do Iphan no Distrito Federal pretende suprir a carência de material didático específico para jovens. Um dos pontos críticos detectados nas ações conjuntas do instituto com a Secretaria de Estado de Educação (SEDF). Durante os trabalhos, foi percebido que são poucas as publicações sobre esse tema e, quando existem, são voltadas para o público adulto. A abordagem também trata apenas do patrimônio arquitetônico e urbanístico do Plano Piloto. Quase nunca falam das demais localidades do DF, como também suprimem a diversidade cultural das outras Regiões Administrativas.

O termo de cooperação técnica, selado em fevereiro do ano passado, rendeu uma proveitosa troca de experiências entre as políticas adotadas até então pelo Plano Distrital de Educação e os anseios do Iphan em expandir o conhecimento patrimonial histórico dentro das salas de aula. O objetivo é claro: fortalecer a política pública patrimonial em Brasília de forma didática. Atualmente, a cidade é a maior área urbana tombada do mundo – são 112,25 km² indispensáveis aos turistas ao redor do globo. “Fruto de um esforço coletivo, essa obra é a concretização da visão do Iphan sobre o Patrimônio Cultural – algo definido juntamente com as pessoas que o vi vem. Sem o engajamento desses atores, o projeto não seria possível”, ressalta o superintendente do Iphan-DF, Saulo Diniz.

“Temos uma cidade que é um patrimônio histórico e isso é um privilégio porque soma valor ao lugar onde moramos. É preciso educar para que os alunos valorizem o que é deles. Eles que estarão aqui no futuro”, disse o secretário de Educação do Distrito Federal, João Pedro Ferraz dos Passos. Cinco mil professores da rede pública, orientadores educacionais e profissionais da carreira da assistência, receberão cursos para aperfeiçoamento e especialização técnica por meio de oficinas, palestras, além de outras atividades conjuntas e complementares.

Alunos do 4º e 5º ano , bem como os estudantes do 8º e 9º ano, receberão livros pedagógicos com a história dos bens culturais da capital, além de atividades didáticas, propostas nos exemplares, com a finalidade de auxiliar o aprendizado. A ação também deu origem a um Caderno de Apoio, com conteúdos de referência aos docentes que forem trabalhá-lo em sala de aula, e um perfil no Instagram, cujo conteúdo também é produzido de forma colaborativa.

“Não adianta analisarmos os projetos de grande complexidade, sem olhar para a educação dos mais jovens, explicar a importância de preservar os bens materiais da nossa história”, ressaltou o superintendente. Até 2025, serão elaborados três livros que vão compor a coleção Patrimônio para Jovens, bem como serão realizadas as Jornadas do Patrimônio Distrital, entre outros eventos. Ao final do cronograma de atividades, em janeiro de 2025, a parceria poderá ser prorrogada.

A primeira ação consiste na impressão do primeiro exemplar, o livro lúdico Atos Colorindo Brasília, uma iniciativa da superintendência do Iphan no DF. Organizado por Thiago Pereira Perpétuo e Francisco Ricardo Costa Pinto – com ilustrações de Gabriela Santana do Vale, Sofia Paiva de Araujo e Róbsom Aurélio – a obra é destinada aos estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental, entre o 4º e o 5º ano.

Livro sobre a cultura da Ceilândia

Após homenagear o artista plástico que conquistou os palácios de Brasília, o segundo exemplar vai contar a história da maior região administrativa do DF: Ceilândia. Minha Quebrada É Maior Que o Mundo será distribuído para adolescentes do 7º e 8º ano da rede pública, primordialmente nas escolas da cidade. A criação gráfica foi assinada por Pedro Joffily de Araújo. “A obra destina-se a propagar um pouco da valorosa e interessante história da região mais populosa do Distrito Federal. Um território de resistência, sobrevivência, luta, tradição, cultura e esperança.

A pandemia atrapalhou o lançamento das ações, marcados para o ano passado, mas o instituto nacional de preservação já conversa com a SEE-DF para adiantar a distribuição do material até os leitores pretendidos. “Veio a pandemia e parou tudo. Tivemos que postergar os trabalhos – inclusive os projetos junto a secretaria”, disse o superintendente.

“A intenção é abordar a importância da preservação patrimonial em todas as RAs. Vamos botar que 70% dos estudantes do Distrito Federal não moram no Plano Piloto. Podemos pulverizar o conhecimento através de ações assim”, disse o superintendente do Iphan-DF, Saulo Diniz. “Temos um museu a céu aberto, não podemos permitir que destruam para depois reconstruir”, ressaltou Diniz. A próxima ação pretende expandir as histórias para a cidade vizinha, Taguatinga.

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