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Brasília

Lázaro estava com R$ 4,4 mil no bolso, diz secretário

Miranda contou ainda que o assassino foi flagrado quando tentava entrar em contato com familiares que moram na região, a cerca de 5 km da casa onde mora a ex-mulher e a mãe dela

Redação Jornal de Brasília

28/06/2021 15h47

Foto: Reprodução

Na manhã desta segunda-feira (28), o secretário de Segurança Pública Rodney Miranda afirmou que, após ser encontrado, Lázaro recebeu a equipe de policiais a tiros, em Águas Lindas de Goiás, no entorno do DF. Após o confronto, Lázaro Barbosa, de 32 anos, foi morto. O criminoso é acusado de ter cometido múltiplos assassinatos e pode ter recebido ajuda para fugir das autoridades. O secretário contou, em entrevista coletiva, que Lázaro estava com R$ 4,4 mil no bolso quando foi encontrado pelos policiais.

“Ele descarregou a pistola contra os policiais e não tivemos outra alternativa se não revidar”, afirmou Rodney.

Miranda contou ainda que o assassino foi flagrado quando tentava entrar em contato com familiares que moram na região, a cerca de 5 km da casa onde mora a ex-mulher e a mãe dela. De acordo com o secretário, Lázaro teria ido ao local para se encontrar com a ex-mulher e a sogra. Após ser encontrado, o homem reagiu de forma violenta e ameaçou os policiais.

“Ele chegou a ameaçar os policiais falando que daria tiro na cara”, disse o secretário.

Fizemos o cerco e, além da arma, ele tinha R$ 4,4 mil no bolso. Isso é mais uma prova que tinha gente com ele dificultando o nosso trabalho”, completou.

Entre 9:30 e 10:30, Lázaro foi atingido por diversos disparos e foi levado ao Hospital Municipal Bom Jesus, em uma ambulância do Corpo de Bombeiros. Por volta das 11h10, uma viatura do Instituto Médico Legal (IML) chegou aos fundos da unidade de saúde para encaminhar o corpo à perícia, em Goiânia-GO. Nenhum policial ficou ferido.

O secretário contou que Lázaro veio a óbito na unidade de saúde.

Foto: Reprodução

Cronologia

No início do mês, na quarta (9), Lázaro invadiu a chácara de Cláudio Vidal de Oliveira, 48, e Cleonice Marques Andrade, 43. Eles moravam com os filhos Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. A suspeita é que o homem tenha adentrado a residência da família para roubá-los. Cleonice teria percebido a invasão e tentado ligar para um familiar relatando o caso. Lázaro reagiu matando o marido e os filhos de Cleonice e fugiu com ela em cerca de 10 minutos.

No dia seguinte, Lázaro teria invadido outra chácara, a 3 km de distância do local da chacina. A proprietária, Sílvia Campos, 40, disse que ficou sob a mira do criminoso por mais de três horas. Ele obrigou Silvia e o caseiro Anderson a usarem maconha e depois fugiu levando dinheiro, celulares e uma jaqueta.

Na sexta (11), Lázaro roubou um Fiat Palio e fugiu rumo a Cocalzinho de Goiás-GO. Ao chegar na região, queimou o veículo. Neste dia, ele teria contado com a ajuda de um comparsa, mas não há detalhes desta informação por parte das autoridades.

No sábado (12), o corpo de Cleonice foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros (CBMDF) no Córrego da Coruja, localizado entre a BR-070 e a DF-180. Lázaro raptou Cleonice após invadir a casa dela e matar o marido e os dois filhos da mulher. Cleonice estava nua e com ferimentos na nádega esquerda quando foi encontrada. O irmão dela reconheceu o corpo. A 24ª Delegacia de Polícia (Setor O) registrou a ocorrência da localização do cadáver.

Ainda no sábado, Lázaro invadiu duas fazendas em Cocalzinho: primeiro, a de um soldado do 8? batalhão da Polícia Militar (PMDF). Lá, o foragido fez o caseiro refém e o obrigou a cozinhar para ele. Em mensagem de voz divulgada pelo jornal Diário de Ceilândia, o funcionário revela que Lázaro o obrigou a fazer comida para ele. “Comeu, bebeu cachaça, fez eu beber e fumar maconha à força, senão ele me matava”, conta a vítima.

Depois, Lázaro fugiu para a fazenda ao lado. Nesta nova propriedade, ele baleou três homens (dois estão internados em um hospital em Anápolis-GO. Havia ainda uma senhora e uma criança no local. Elas disseram que o criminoso pretendia atear fogo na residência, mas evitou por conta da criança. A Polícia Militar de Goiás (PMGO) foi ao local e tentou abordá-lo. Neste momento, Lázaro reagiu dando 15 tiros na direção dos policiais e fugindo para uma mata próxima. Ele tentou fazer outro caseiro de refém, mas este conseguiu fugir. Lázaro, então, ateou fogo na fazenda, mesmo tendo dito que não o faria.

No domingo (13), após cinco dias sendo procurado, três caseiros foram fechar uma porteira e se depararam com Lázaro por volta de 8h. Ele fugiu rumo a uma mata fechada. Já no período da tarde, o criminoso invadiu novamente uma chácara da região e roubou um carro, um GM Corsa de cor vermelha. Um chacareiro percebeu que o veículo havia sido roubado e que a chácara dele estava revirada e, por volta de 15h30, foi até um posto da polícia próximo à Cocalzinho de Goiás-GO e reportou os policiais.

As autoridades, então, avistaram o veículo por volta de 18h. Lázaro estava no carro e dirigia sentido Ceilândia. Antes de ser capturado, no entanto, o procurado conseguiu sair do automóvel e se entranhar na mata.

Na época, a Polícia Militar do DF (PMDF) informou que o criminoso estava munido de um revólver calibre 32 e outras armas não identificadas.

Na segunda-feira (14), Lázaro foi visto no curral de uma fazenda entre os distritos de Edelândia e Girassol. Naquela noite, ele trocou tiros com o caseiro de uma chácara. Segundo o caseiro da fazenda, o homem pediu comida e em seguida fugiu para a mata.

Na terça-feira (15), Lázaro trocou tiros com os policiais e um dos agentes foi ferido no rosto. Na ocasião, ele fez três pessoas de uma mesma família de reféns, um casal e a filha de 16 anos. Apesar da presença da polícia, Lázaro conseguiu fugir.

Na madrugada de quarta-feira (16) Lázaro invadiu uma fazenda, preparou comida e fugiu novamente. A propriedade rural fica localizada a cerca de 8 km de distância da cidade de Edilândia, em Goiás, onde ele foi visto na terça-feira (15).

Na quinta-feira (17), também durante a madrugada, a polícia fortaleceu o efetivo no povoado de Girassol, em Goiás. As equipes de mais de 200 policiais fizeram buscas durante toda a madrugada. A Polícia Militar passou a fazer uso de drones da Receita Federal e até um helicóptero para localizar o criminoso.

Na sexta-feira (18), o secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, disse ter avistado Lázaro em um vale. À tarde, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) avistou o suspeito em um chiqueiro, mas ele fugiu novamente em meio à vegetação.

No sábado (19), a força-tarefa realizou buscas na cidade de Águas Lindas-GO, depois que um morador afirmou ter visto Lázaro em uma gruta da região. No mesmo dia, a cadela que atuou nas buscas pelas vítimas da tragédia de Brumadinho foi recrutada para auxiliar nas buscas. A PRF passou a monitorar e revistar veículos na BR-070, para evitar que o suspeito fugisse no carro de algum refém.

No domingo (20), três aeronaves e cinco cães farejadores passaram a reforçar a equipe. Outro policiais civis, militares e federais também se juntaram à força-tarefa.

Na manhã de segunda-feira (21), após três dias sem ser avistado, uma mulher afirmou ter visto alguém com a fisionomia do suspeito. Policiais e bombeiros com cães farejadores acompanhantes de mulher, em uma propriedade rural, mas Lázaro não foi encontrado.

Na noite dessa terça-feira (22), os policiais que buscam por Lázaro Barbosa, 32 anos, encontraram um carro abandonado e incendiado próximo à Gruta dos Ecos, na saída do distrito de Girassol, sentido Cocalzinho de Goiás-GO.

Na manhã de quarta-feira (23), o caseiro Alain Reis de Santana, 33 anos, teve o primeiro encontro com o fugitivo, e Lázaro teria ameaçado o caseiro e a família do funcionário.

Na quinta-feira (24), segundo Alain, Lázaro ainda estava escondido em um cômodo da casa. Em seguida, o fugitivo deixou o local e seguiu em direção a um córrego. No mesmo dia, a equipe da força-tarefa compareceu ao local e realizou a abordagem. O funcionário e o fazendeiro, dono da propriedade, foram conduzidos à delegacia, em seguida. A polícia acredita que Lázaro estela localizado próximo à fazenda.

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