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Brasília

Laboratório do GDF trabalha na reprodução de espécies do Cerrado ameaçadas de extinção

Jardim Botânico de Brasília preserva espécies ameaçadas do Cerrado por meio de reprodução em laboratório

Redação Jornal de Brasília

17/06/2023 10h55

Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

A cada mês, o laboratório de reprodução in vitro do Jardim Botânico de Brasília (JBB) reproduz mais de mil plantas do Cerrado em risco de extinção e espécies de outros biomas, como orquídeas, cactos, bromélias e palmeiras, para serem reintroduzidas futuramente na natureza.

Jardim Botânico de Brasília é o único espaço dedicado à reprodução de espécies do Cerrado no Distrito Federal. Recentemente, uma pesquisa do IBGE apontou que 16,2% das 7.385 espécies do Cerrado estão em risco de extinção, destacando a importância do trabalho realizado no Jardim Botânico para preservar essas espécies ameaçadas.

“Fazemos um trabalho de suma importância, pois pode acontecer de plantas que estamos acostumados a ver simplesmente sumirem”, afirma a superintendente técnico-científica do JBB, Lilian Breda. “Aqui temos uma variedade muito grande de plantas reproduzidas e estamos fazendo um trabalho de formiguinha, mas empenhados em preservar e conservar o Cerrado.”

A gestora alerta sobre alguns fatores que aumentam causas da extinção de algumas espécies: “Algumas pessoas coletam bromélias e levam para casa, retiram a planta do habitat natural dela para embelezar a casa; elas acabam morrendo e, com isso, temos várias espécies ameaçadas. As queimadas são outro fator que contribui para a extinção”.

Processo de reprodução

O laboratório conta com sala climatizada com cerca de 10 mil mudas em estágio inicial que acabaram de iniciar a germinação e 5 mil em frascos em fase final de crescimento ou já preparadas para serem aclimatadas em ambiente externo, além de três estufas com as plantas maiores. O espaço também tem equipamentos que promovem a recirculação de 100% do ar, mantendo o espaço estéril para o manuseio das espécies, o que evita contaminações do meio externo nas amostras manipuladas.

“Realizamos todo um processo de desenvolvimento e crescimento em ambiente controlado, com climatização, iluminação e temperatura controladas”, explica o gerente do laboratório, Daniel de Oliveira Mata, doutor em biologia molecular. 

Ele detalha o trabalho com as plantas: “Assim que estão aptas, elas serão aclimatizadas no ambiente externo para ambientação em estufas apropriadas, com controle de irrigação e adubação. Após todo esse processo, que pode durar anos, assim que preparadas para viver em um ambiente externo, elas vão para o orquidário, ou podem ser replantadas no JBB ou na natureza. Temos a capacidade de gerar novas mudas em um processo científico que visa à conservação das espécies, melhora o meio ambiente e preserva o Cerrado”.

Entre as mudas produzidas no laboratório, informa ele, destacam-se, nos exemplares do Cerrado, as espécies Cattleya walkeriana, uma orquídea em risco de extinção, e Ubelmania pectinifera (tipo de cacto). Mas também há bromélias e mais orquídeas de outros biomas. 

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