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Brasília

Jovens homens e negros são os que mais ocuparam postos de trabalho no DF no último ano, apontam Codeplan e Dieese

Em alusão ao Dia Internacional da Juventude, a Codeplan e o Dieese organizaram o Boletim Juventude e Mercado de Trabalho

Redação Jornal de Brasília

11/08/2021 20h38

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Ivana Sant’Anna
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Uma pesquisa da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), divulgada nesta quarta-feira(11), fez uma análise da juventude e do mercado de trabalho no Distrito Federal.

Em alusão ao Dia Internacional da Juventude, celebrado nesta quinta-feira (12), a Codeplan e o Dieese organizaram o Boletim Juventude e Mercado de Trabalho que analisou dados da população que tem entre 15 e 29 anos e mora no Distrito Federal. O levantamento foi realizado entre maio de 2020 e abril de 2021. Nesse período, segundo o estudo,os jovens dessa faixa etária representavam 28,9% da população em idade ativa do Distrito Federal. O percentual corresponde a um contingente de 713 mil pessoas, distribuído em três grupos: o dos adolescentes, com idade entre 15 e 17 anos (5,3%); a dos jovens-jovens, entre 18 e 24 anos (14,7%); e, a dos jovens adultos, na faixa etária entre 25 e 29 anos (9,5%).

Nesta faixa etária, segundo o presidente da Codeplan, Jean Lima, os jovens têm muita dificuldade de inserção no mercado de trabalho e os dados revelaram que o desemprego já chega logo na juventude. “Percebemos com os dados do estudo que as dificuldades enfrentadas pela juventude em sua inserção no mercado de trabalho e formação escolar compõem o quadro da desigualdade brasileira, aprofundada pela atual crise econômico-sanitária, após um curto período de alento. Em geral, esta situação é expressa em elevadas taxas de desemprego, na dificuldade em conciliar estudo e trabalho e na pequena probabilidade de inserção qualificada, visto que a maior parcela da juventude não adquiriu experiência em inserções anteriores e/ou formação escolar correspondente. Estes dilemas, que caracterizam o início da vida laboral, foram intensificados na pandemia, quando o desemprego aumentou e houve ampliação das dificuldades para manutenção das atividades econômicas, sobretudo, as mais vulneráveis, além de total transformação das rotinas da educação”, explicou o dirigente.

Queda no desemprego

Apesar dessa dificuldade em arranjar emprego, muitas vezes pela primeira vez, o índice de jovens desempregados caiu entre maio de 2020 e abril de 2021. Segundo o estudo, enquanto 35,2% da população economicamente ativa juvenil estava desempregada, proporção praticamente três vezes menor de adultos se encontrava na mesma situação (11,9%). Neste percentual, as mulheres foram as mais atingidas pelo desemprego, registrando 39,3% da amostra; os homens alcançaram os 31,6%.

Entre os jovens de 15 a 29 anos, 42,6% estavam ocupados, majoritariamente, em atividades terciárias. O setor de serviços foi o maior responsável pela geração de postos de trabalho para essa faixa etária, seguido do comércio e reparação, construção civil e indústria de transformação.

Pela análise, a jornada de trabalho da maioria dos jovens trabalhadores do DF foram às 31 horas semanais (80,5%), dividindo-se entre as classes horárias de 32 a 40 horas (40,3%) e àquela acima deste patamar (40,2%). Somente 8,8% da juventude trabalhadora regional mantinha tempo de trabalho limitado às 20 horas semanais.

Perfil dos jovens

Pelo levantamento da Codeplan e do Dieese, a maioria dos jovens de 15 a 29 anos do DF ocupados entre maio de 2020 e abril de 2021 eram homens (55%) e principalmente negros, representando 67,6% desse total.

Em relação aos jovens que só trabalhavam, os homens também estão à frente no estudo: são 56,8% contra 49,7% de mulheres em posto de trabalho.

Quando que se refere ao quesito cor, o estudo registra que os homens negros estão em destaque nesse percentual alcançando 69,2%. Essa ocorrência é ainda mais intensa na faixa etária de 18 a 24 anos, cuja proporção de jovens negros que se dedicam exclusivamente ao trabalho foi de 71,9%, e a de não negros que estudam e trabalham foi de 39,1%.

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