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Jovem de Expressão incentiva os jovens moradores da Ceilândia a criar

O projeto social na Ceilândia Norte tem transformado a rotina de jovens de 18 a 29 anos pelo caminho da arte

Redação Jornal de Brasília

15/03/2024 17h32

Foto: Divulgação

Por Valentina Lisboa
Agência de Notícias do Ceub/Jornal de Brasília

Henrique Jesus entrou no Jovem de Expressão em 2017, projeto social na Ceilândia, como aluno de fotografia e audiovisual. Hoje é instrutor da oficina de introdução audiovisual. Morador de Samambaia, Henrique conheceu o projeto por um amigo com quem tinha um coletivo chamado “Referência de favela”. O sonho era produzir eventos culturais periféricos. 

“A gente buscou se capacitar dentro do coletivo para o projeto acontecer. Eu fiz o curso de fotografia e audiovisual”, diz o instrutor da oficina de audiovisual.

Após entrar no JEX, o professor percebeu que não é apenas um ambiente de ensino educacional, e sim de convivência, onde se aprende a viver e respeitar o próximo, principalmente por ser um lugar de muita diversidade. Se tornar professor foi um diferencial para Henrique Jesus. 

“Pra mim, fazer parte e hoje me tornar professor é muito bom porque eu tive dentro da sala de aula. Hoje em dia eu consigo aplicar uma metodologia que eu consiga dialogar com o aluno em uma linguagem que conecta mais com o aluno, ensinar da forma que eu aprendi”, afirma.

O projeto social na Ceilândia Norte tem transformado a rotina de jovens de 18 a 29 anos pelo caminho da arte. O Jovem de Expressão é uma iniciativa do Instituto CNP Brasil, em parceria com a Rede Urbana de Ações Socioculturais (Ruas). Fundada há mais de 15 anos para promover a saúde de jovens entre 18 a 29 anos. Localizado em Ceilândia Norte- DF, o programa atrai jovens periféricos de forma gratuita para a realização de atividades como ações de terapia comunitária, prevenção à violência, ao crime e ao uso de drogas como objetivo de práticas saudáveis e empreendedoras.  

Os profissionais buscam mostrar para os jovens que há como aproveitar a arte ali produzida de forma profissionalizante.  No caso do JEX, como é chamado o programa, são abordadas atividades voltadas à cultura, como dança, fotografia, teatro e música. 

“A partir de uma pesquisa que foi feita em relação à juventude no DF, e a partir do resultado dessa pesquisa demonstrava que o índice de vulnerabilidade na juventude era muito alto na Ceilândia”, afirma Rayane Soares, de 31 anos, pedagoga, mestranda em políticas públicas na juventude e coordenadora do projeto.

Um dos maiores incentivos do JEX é a democratização do acesso e incentivo à cultura. Todos os cidadãos de uma sociedade têm o direito de acesso à cultura, mas infelizmente o Brasil possui baixos investimentos culturais na educação, principalmente com as desigualdades sociais. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, destaca que 10% dos mais ricos do país são os responsáveis por cerca de 40% do consumo cultural no Brasil. 

Gisele Vitória, de 20 anos e moradora da Ceilândia desde 2020, diz que conheceu o projeto pelas redes sociais e se interessou pela oficina de fotografia que estavam oferecendo. Ela destaca que para aqueles que não têm acesso à universidade e cursos particulares é uma grande oportunidade. 

Apesar desse fator, existem políticas que buscam diminuir essa distância da democratização do acesso e facilitam a acessibilidade. Um exemplo é o ID – Jovem, um vale-cultura que beneficia os jovens para aquisição de produtos e serviços culturais. Além dessas ações, existe espaço para diferentes tipos de dança, como o charme, a urbana e a dança do ventre. 

“Apresentar um novo mundo mesmo, porque acho que foi isso que me apresentaram aqui no jovem de expressão, foi mostrar que eu poderia ir por outro caminho, né, dar potencialidade a nossas vozes” – Henrique Jesus, instrutor de audiovisual no JEX.

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