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Brasília

Intolerância no parkdog

De acordo com a PCDF, o caso foi registrado como Injúria e foi aberta investigação para ouvir as partes e apurar o ocorrido

Redação Jornal de Brasília

13/02/2023 6h10

Foto: Reprodução

Amanda Karolyne
[email protected]

Um caso de intolerância contra os animais aconteceu na última sexta-feira, 10 de fevereiro, na SQSW 104 do Sudoeste. Quatro pessoas foram constrangidas por um morador do prédio que fica próximo ao espaço que os cachorros dos moradores da quadra brincam. As vítimas registraram uma queixa na 3a Delegacia de Polícia.

De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o caso foi registrado como Injúria. A polícia está investigando e vai verificar os fatos. Mas segundo à empresaria Thainara Azevedo, 27 anos, uma das vítimas, quando a polícia foi o procurar no dia do ocorrido, ele não quis conversar.

De acordo com os relatos dela e de Ítalo da Silva Araújo, 35 anos, criador e monitor do Parkdog, tudo aconteceu às 21:32 do dia 10. Um homem desceu de seu apartamento visivelmente alterado, reclamando do barulho dos cachorros no parque. As pessoas presentes explicaram que o parque é legalizado e fecharia em breve, às 22:00, e eles só estavam ali com seus respectivos cachorros, para a varredura do parque e recolhimento de fezes. Mas a explicação não bastou, e o homem xingou as pessoas que estavam no parque. “Ele disse que se os cachorros “não calassem a boca” ele iria descer e “bagunçar” o parque”, contou Thainara.

Thainara conta que na hora, ela, Marcela Castello Branco Mamede, e os namorados de ambas, foram fechar o parcão. “E a gente costuma recolher os brinquedos do cachorrinho e o lixo, além de verificar no chão o que pode ter ficado durante os dias”. Como o parkdog é dividido em duas areas, ela elabora que estava na área dos grandes e a Marcela, estava na área dos pequenos, quando elas foram abordadas por um cara, que segundo ela, estava extremamente alterado e bem nervoso. “Na verdade ele não chegou pra conversar. Já chegou gritando lá com a gente. Perguntando se a gente não podia se reunir em outra hora”, destaca.

Thainara tentou explicar que o parque funciona de 7h às 22h, mas ele argumentava que a filha dele de onze meses estava tentando dormir, mas estava chorando muito com o barulho. Thainara então, pediu para ele reclamar na administração, que elas estavam dentro da lei. “Aí ele me xingou, me chamou de filha da puta”, adiciona.

Depois que ele subiu para o apartamento dele, Thainara lembra que uma mulher também ficou gritando com ela, mas como é um pouco distante, não deu pra entender o que ela estava falando.

Depois de darem os depoimentos, Thainara relata que o caso não foi registrado como ameaça, mas ela e os outros moradores que levam os cachorros para o parque, estão com medo do que pode acontecer. “Porque a gente mora aqui também, e a gente fica com medo de uma pessoa que está insatisfeita com o parque, fazer alguma coisa para prejudicar os cachorros”.

A preocupação é, não só de ter mais outra confusão, mas se por acaso, alguém resolve fazer alguma maldade com os cães, como por veneno. No sábado, depois do ocorrido, ela chegou a levar seis cachorros para outro parque, para evitar o parkdog.

Ítalo aponta que o parque foi criado pelo programa do governo Adote Uma Praça. Os moradores, com o apoio de empresas parceiras, fazem toda a manutenção do espaço que tem 1700 metros, e é dividido em duas áreas. Dentro do local tem brinquedos para entreter os bichinhos, bancos, lixeiras, e sacos para recolher as fezes dos animais. Em torno de cinco voluntários ficam com as chaves, para fechar o parquinho às 22h, para que Nao aja mal uso do espaço. “A gente conquistou o espaço e a gente está cuidando”.

Ítalo esteve presente na hora de registrar a queixa, por ser administrador voluntário do parque. Para ele é um absurdo não ter mais sossego, mesmo tendo um parque afastado a trinta metros dos prédios, as pessoas ainda se sentiram incomodadas. Ele entende que têm famílias com recém-nascido, mas acredita que faltou um pouco de maturidade da parte do morador, que deveria ter conversado com as meninas sem agressividade.

O outro lado

O morador do prédio da super quadra 104 do Sudoeste, que se sentiu incomodado com o latido dos cachorros na sexta-feira, 10 de fevereiro, falou com a equipe de reportagem do Jornal de Brasília. Ele prefere não ser identificado, e diz que não é contra o parkdog, mas sim, contra o horário de funcionamento do parque.

Segundo ele, existe a lei do silêncio, e se ele não pode incomodar os vizinhos as 7h da manhã, porque os cachorros podem? Ele ficou incomodado que as meninas justificaram os latidos, comparando com o choro de uma criança.

De acordo com informações da Administração do Sudoeste, a área intitulada como “Parcão da 104”, o Parkdog, é fruto de um programa do GDF, conhecido como o “Adote uma Praça”. Em nota, a administração ressaltou que que não houveram reclamações formais via ouvidoria da regional. “A Administração Regional do Sudoeste, Octogonal e Sig, se comprometeu a aumentar a fiscalização visando a promoção e o bem-estar de todos”.

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