Menu
Brasília

Inadimplência no DF diminui, mas endividamento ainda preocupa

Conforme pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a população da capital tem conseguido quitar dívidas atrasadas

Redação Jornal de Brasília

10/11/2022 6h12

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Na contramão do cenário brasileiro, a inadimplência no Distrito Federal dá sinal de melhora em outubro. De acordo com dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada na última segunda-feira (7) pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), a capital federal teve queda de 1,3 pontos percentuais no índice de dívidas atrasadas, fechando o último mês com 22,9% de inadimplência.

No Brasil, a quantidade de famílias com dívidas atrasadas atingiu a maior taxa anual em seis anos, chegando a 30,3% – 0,3 pontos percentuais a mais que em setembro deste ano e 4,6 pontos em 12 meses. Este é o quarto aumento consecutivo desde julho.

O cenário se inverte, entretanto, no cenário de pessoas endividadas entre a capital federal e a média nacional. Segundo a PEIC, 86,6% da população brasiliense tinha contas a vencer, contra 79,2% no contexto brasileiro. Apesar de diminuir 0,2 pontos percentuais em relação a setembro deste ano, a atual taxa é 13 pontos maior que o calculado em outubro do ano passado, aumentando o risco de cair em inadimplência – quando as dívidas atrasam o prazo do vencimento.

A modalidade mais utilizada no DF e Brasil no endividamento é o cartão de crédito, seguido do cheque especial, pelo cheque pré-datado e os carnês de lojas, tendo este último registrado um aumento nas compras feitas pelos brasilienses.

Em comparação ao ranking entre os estados brasileiros, o DF está em 6º lugar entre as unidades de federação com maiores índices de endividamento, com contas dentro do prazo de validade. A capital está atrás apenas dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. Entre as UFs inadimplentes, o DF ficou na 20ª colocação.

Contas mais equilibradas

Apesar de ainda ser um alerta aos consumidores, a diminuição do índice, que tem acontecido desde julho deste ano – com redução acumulada em 2,8 pontos percentuais –, indica que a população do DF tem conseguido gerir as contas pessoais e familiares de maneira equilibrada, com capacidade de quitar as dívidas atrasadas e não se comprometer financeiramente além do que pode.

De acordo com a economista e responsável pelo levantamento da PEIC, Iziz Ferreira, o cenário é positivo, mas é preciso manter o cuidado financeiro neste fim de ano para que o índice continue a melhorar. O cenário na capital, com menor inadimplência e maior endividamento indica que as famílias estão se esforçando para ajustar as contas dentro de casa. “Estamos com um conforto maior em Brasília, mas ainda são cerca de 23% de consumidores precisando atrasar as dívidas porque não conseguem pagar”, destacou.

A razão para a melhora no DF está no cenário econômico mais favorável, com a deflação ocorrida nos meses anteriores, e no aumento do emprego formal, conforme explica a especialista da CNC. Tais situações deram maior segurança financeira para as famílias quitarem as dívidas atrasadas.

“O consumidor precisa ficar mais atento e é bom que esse maior cuidado permaneça [neste fim de ano] por conta do aumento de despesas que acontece no início de cada ano, com tributos, materiais escolares, etc. […] 2023 também ainda tem muita incerteza pela mudança política. Esperamos que a inflação continue caindo, mas a insegurança ainda é grande. Não se sabe quem serão os escolhidos nos ministérios, nem qual política econômica será adotada”, observou Iziz.

Durante as festividades de fim de ano, a especialista também recomenda que o consumo seja ponderado, de acordo com as possibilidades de cada família para arcar com as despesas posteriormente, optando por promoções e pelas melhores condições de parcelamento, sem impulsividade.

O aumento das contratações com os cargos temporários neste fim de ano também poderá garantir melhor cenário de manejo econômico familiar, segundo Iziz. Com maior oferta de vagas para suprir as demandas da Copa do Mundo, Black Friday e Natal, a balança entre os gastos e as condições de pagamento deve ser equilibrada. O décimo terceiro será outro fator relevante no controle e na quitação das dívidas familiares.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado