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Brasília

Grupo empresarial suspeito de lavagem de dinheiro e sonegação de impostos é alvo da PCDF

A ação de hoje mobilizou 120 policiais civis e foi batizada de “Sarto”, que significa alfaiate em italiano, em referência ao ramo de confecções no qual os investigados atuam

João Victor Rodrigues

11/04/2024 8h31

Foto: PCDF

Nesta quinta-feira (11), a Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Ordem Tributária (DOT), ligada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor), deflagrou a Operação Sarto. A ação visa combater crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e sonegação de impostos, que resultaram em uma dívida superior a R$ 45.061.267,01 com o Governo do Distrito Federal.

Um total de 26 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão temporária foram cumpridos durante a operação. As buscas ocorreram em empresas e residências de investigados em diversas regiões administrativas, incluindo Sudoeste, Águas Claras, Vicente Pires, Núcleo Bandeirante, Taguatinga, Recanto das Emas, Ceilândia, além de Planaltina de Goiás e Cidade Ocidental.

A investigação revelou que um grupo empresarial utilizou aproximadamente 123 empresas fictícias ou de fachada para emitir notas fiscais fraudulentas. Essa prática tinha como objetivo a supressão de tributos distritais e a movimentação de dinheiro proveniente de atividades ilícitas tributárias. Estas empresas, que estavam vinculadas às empresas reais, tinham em seus quadros societários pessoas com padrões de vida modestos, muitas vezes funcionários, incompatíveis com os valores milionários movimentados por algumas das empresas. Um único funcionário, que era motorista, teve 47 CNPJs vinculados ao seu nome.

O uso de interpostas pessoas nos contratos sociais das empresas de fachada tinha o propósito de proteger os verdadeiros donos do grupo, que se beneficiavam da sonegação de impostos e da criação de créditos fiscais fraudulentos. Através de contas bancárias associadas a essa rede de CNPJs em nome de “laranjas”, as quantias provenientes da sonegação fiscal eram divididas e movimentadas para dificultar o rastreamento por parte das autoridades.

A análise do crescimento temporal das empresas vinculadas ao grupo em operação, que atualmente conta com mais de 60 filiais, indica que os recursos ilícitos da fraude fiscal foram mesclados com recursos legítimos da empresa original e suas diversas filiais. Isso permitiu uma ampla expansão do grupo através da criação de redes de empresas aparentemente legítimas, com diferentes ramos de atuação, como confecção de roupas e comércio de alimentos.

A Operação Sarto tem como alvos principais os verdadeiros responsáveis pelas empresas e beneficiários da sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Caso sejam comprovadas as condutas, os envolvidos podem responder por crimes de organização criminosa, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, com penas que podem chegar a até 28 anos de prisão.

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