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Brasília

Geneticista alerta para falsos cursos de adestramento de cachorros; “animais precisam estar na coleira”

A geneticista Camilli Chamone alerta para um risco desse tipo de aprendizado porque os cursos não são regulamentados por nenhum órgão

Redação Jornal de Brasília

07/04/2023 19h58

Imagem: reprodução

Por André Araújo
Agência de Notícias do CEUB/Jornal de Brasília

No “YouTube”, imagens de cachorros sem coleira hipoteticamente ensinam criadores a deixarem o animal à vontade pelas ruas. A geneticista Camilli Chamone alerta para um risco desse tipo de aprendizado porque os cursos não são regulamentados por nenhum órgão ou conselho.

“ Na prática, isso significaria que qualquer pessoa poderia se autointitular profissional do comportamento canino, mesmo sem ter nenhuma formação básica em neurociência comportamental. E, como não há regulamentação, também não há fiscalização”, alerta a especialista, que é consultora em bem-estar e comportamento canino e criadora da metodologia neuro compatível de educação para cães no Brasil.

Adestramento

Ela explica que o adestramento de cães serve para condicionar a ensinar comportamentos pré-determinados como, sentar, deitar e rolar.

A especialista salienta que, no caso do animal se sentir ameaçado, o sistema límbico entra em ação, reduzindo a atividade do córtex pré-frontal. Nessas situações emocionais, o cão não atende a nenhum chamado, ficando “surdo”. Ele não atende aos chamados dos tutores reagindo apenas pelo seu instinto fugindo e atacando o que considera uma ameaça.

“Adestrar um cachorro não é garantia de controle ou segurança. E nem impedirá que esse cão deixe de ser um risco, quando solto na rua”, ressalta a pesquisadora.

Perigos para pets

Em algumas situações, cães que se sintam ameaçados podem fugir, afirma a especialista, o que pode provocar atropelamentos e outros acidentes com os animais.

“A rua é um espaço coletivo. Não é o quintal da nossa casa, onde podemos soltar o nosso cachorro e ele pode se comportar como deseja. Portanto, é exercício de civilidade considerar que vulneráveis (idosos e crianças, por exemplo), pessoas que têm medo de cães e outros animais, acompanhados de seus tutores, têm o direito de circular por vias públicas, sem se sentirem ameaçados ou incomodados por cães soltos.”.

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