Lígia Vieira
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A moradora de Recanto das Emas II Arlete Campos de Oliveira Araújo, 49 anos, foi vítima de feminicídio na madrugada, desta segunda-feira (5). Os policiais militares da 27ª Delegacia de Polícia (DP) prenderam Alexon Bezerra Rocha, 33 anos, o namorado da mulher, que é acusado de matá-la com uma facada no abdômen. O corpo de Arlete foi encontrado na cama do casal.
Segundo a filha da vítima de 13 anos, os dois brigavam com frequência, mas ela nunca chegou a ver Alexon agredindo a mãe. Na madrugada desta segunda, o homem acordou a jovem e contou a ela que Arlete tinha se suicidado. Então, a menina chamou a polícia e os bombeiros para tentar socorrer a mãe por volta das 5h.
Ela ainda contou aos policiais que quando chegou em casa, por volta das 3h, viu a mãe coberta de uma forma não usual: o lençol cobria até a cabeça da mulher. A jovem também percebeu que namorado da mãe estava muito nervoso e irritado.
De acordo com a investigação da PMDF, Alexon limpou a cena do crime e tentou mostrar que Arlete teria cometido suicídio. “O corpo de uma vítima de homicídio ou suicídio não se apresenta da forma que foi encontrada: na cama deitada, sem manchas de sangue no colchão, sem marcas de sangue nas proximidades do ferimento. Então, é uma cena montada”, explica o delegado-chefe da 27ª DP Pablo Aguiar.
Os policiais militares ainda encontraram rastros de sangue na parede do quarto e a faca usada no crime foi achada limpa e escondida. Além disso, os vizinhos contaram à polícia que ouviram uma discussão entre o casal durante a madrugada. “Testemunhas escutaram, por volta de 2h30, o casal discutindo e de forma praticamente instantânea a discussão se encerra o que leva a crer que foi o momento da facada fatal”, comenta o delegado-chefe.
Essa é a quarta vez que Alexon é enquadrado na Lei Maria da Penha e o homem diz que não foi o autor do crime, bem como afirmou que algum outro criminoso poderia ter invadido a casa e que tinha consumido bebidas alcoólicas. Na versão dele, ele teria encontrado a namorada na cama com pouco sangue e a faca na mão dela. “O sangue na parede do quarto é meu. Foi um murro que levei na boca em uma briga antiga”, contou Alexon.
