João Paulo Mariano
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Um homem de 33 anos foi preso por ser o principal suspeito de matar a companheira a facadas. O crime teria ocorrido na madrugada desta segunda-feira (5), na Quadra 803 do Recanto das Emas – porém, só foi descoberto pela manhã. A vítima, Arlete Campos de oliveira de Araújo, 49 anos, já havia registrado oito ocorrências de agressão ou ameaça, enquadradas na Lei Maria da Penha. Alexson Bezerra Rocha foi detido pela Polícia Militar e levado para a 27ª DP (Recanto das Emas), onde prestou depoimento.
Alexson Bezerra Rocha, 33, é acusado de matar a esposa a facadas. Imagem cedida ao Jornal de Brasília
Segundo o que o delegado Pablo Aguiar adiantou ao Jornal de Brasília, o homem forjou a cena do crime para dar a entender que a esposa havia se suicidado. O corpo foi encontrado em cima de uma cama do lado de fora da casa. “As características do crime levam a entender que não foi um suicídio. Primeiro, não é rotineiro que suicídios ocorram com facadas na barriga. Até porque a vítima era destra e a facada foi no lado esquerdo. Pela perícia inicial, não há dúvidas de que não foi suicídio”, relata. Mais detalhes serão informados em uma coletiva de imprensa nesta tarde.
Aguiar ainda relatou ao JBr. que uma faca, tipo peixeira, possivelmente utilizada no crime, foi encontrada escondida dentro da casa. Outro fato que leva a Polícia Civil ter a certeza da participação de Alexson no feminicídio é que uma roupa dele, toda suja de sangue, foi encontrada no cesto de roupa. Tudo foi encaminhado à delegacia e vai ser periciado.
Brigas constantes
Uma das primeiras a chegar à cena do crime foi a sargento Rosana Assis, do Batalhão de Polícia Militar do Recanto das Emas. Ela afirma que no momento em que entrou na casa, junto a um integrante do Corpo de Bombeiros, percebeu que havia algo errado. Alexson, companheiro da vítima, se contradizia a todo momento, além de estar visivelmente bêbado e com indícios de ter utilizado algum outro entorpecente.
“A princípio, o que ele falava não condizia com o que encontramos. A barriga da vítima estava avermelhada, e o local do ferimento, limpo. A faca que estava do lado do corpo era muito pequena”, detalha a sargento. A militar ainda lembra que Alexson primeiro disse que tinha passado a noite fora de casa, vigiando carros no estacionamento de um mercado. Depois, afirmou que tinha dormido no quarto e não tinha visto a mulher ali.
Desconfiada, a sargento não permitiu que o suspeito saísse da casa e o levou para averiguações na 27ª DP. Depois, a militar ouviu de vizinhos que eles brigaram à noite e que gritos puderam ser ouvidos. A vizinhança já considerava Alexson violento. Além das agressões, ele tem passagens por roubo e ameaça.
Duas vítimas em menos de 24 horas
Também nesta segunda-feira (5) veio à tona outro caso de violência contra a mulher. Uma mulher de 35 anos segue em estado grave de saúde depois de ter sido esfaqueada pelo ex-companheiro, na noite desse domingo (4), no Paranoá. Maria do Livramento Alves está internada no Instituto Hospital de Base do DF (IHBDF). O suspeito, identificado por João Evangelista Paixão de Sousa, de 39, foi espancado por populares que presenciaram o crime. Ferido, ele precisou ser levado ao hospital. O homem não aceitava o fim do relacionamento.
