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Brasília

Estudantes e professores da UnB se manifestam por proteção à democracia

Pela manhã, estudantes e professores leram quatro cartas à democracia, que exigia o respeito às urnas e aos futuros resultados

Redação Jornal de Brasília

11/08/2022 18h18

Foto: Gabriel de Sousa / Jornal de Brasília

Gabriel de Sousa
[email protected]

Restando 52 dias para o primeiro turno das eleições gerais de outubro, nesta quinta-feira (11), os estudantes universitários de diversas partes do país promoveram a leitura de cartas abertas que exigem a defesa da democracia e o respeito às instituições eleitorais. Pela manhã, alunos, professores e servidores da Universidade de Brasília se reuniram em frente à Faculdade de Direito, onde apresentaram quatro manifestos que pediam pela proteção da soberania do voto popular.

Como forma de rememorar o dia 11 de agosto, que é, simultaneamente, o dia do estudante e também o dia do advogado, outra carta à democracia, apresentada na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), também foi lida pela manhã desta quinta-feira (11). O manifesto dos universitários paulistas contou com a adesão de 107 entidades e teve mais de 900 mil assinaturas.

Na Faculdade de Direito da UnB, o ato começou às 10:30 e contou com a presença da reitora da instituição, Márcia Abrahão Moura, e do vice-reitor Enrique Huelva, além de outros membros importantes da gestão acadêmica. Candidatos às eleições de outubro também participaram do evento, como o concorrente ao Governo do Distrito Federal, Leandro Grass (PV) e a sua vice Olgamir Amancia (PCdoB), além da postulante ao Senado Federal Rosilene Corrêa (PT) e a Câmara dos Deputados Ana Prestes (PCdoB).

Os universitários da UnB realizaram a leitura do documento “Em Defesa da Democracia e da Justiça”, o mesmo que foi lido pelos manifestantes da USP, além de um manifesto que representava a posição das organizações gestoras de institutos públicos de ensino superior em nível federal, estadual e municipal, e que foi apresentada pessoalmente ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Edson Fachin.

Por fim, foram apresentadas duas cartas que representavam a posição dos estudantes e dos professores da Faculdade de Direito, que afirmaram estar sempre ativos para defender a democracia e expressaram o desejo de eleições limpas que respeitem a Constituição Federal.

Ato da manhã foi convocado pelos professores

De acordo com a graduanda em Direito e militante estudantil Luísa Valadares, o ato de leitura das cartas à democracia foi convocado pelos próprios professores da Faculdade. A direção do departamento cancelou todas as aulas da manhã, e convocou o corpo docente para descer à portaria do prédio.

“Essa foi uma manifestação convocada pelos professores da Faculdade de Direito em respostas às tentativas golpistas do Bolsonaro, que vem levantando o tom, desmerecendo o processo eleitoral, descredibilizando as urnas, e que vem ameaçando dar um golpe, caso não ganhe as eleições”, conta Valadares.

Relembrando a comemoração do dia do advogado, Luísa diz que o ato de leitura das cartas à democracia não foi exclusivo aos estudantes e professores de Direito, e lembrou que a justiça eleitoral deve ser defendida por todos os universitários do país. “Foi feito para mostrar que as tentativas do Bolsonaro são antidemocráticas e que nós estamos aqui para defender a democracia e a Constituição, na forma que ela foi proposta”, explica.

Estudantes desceram para a Esplanada

Pela tarde, diversos ônibus fretados levaram os estudantes e professores dos campus Darcy Ribeiro, Ceilândia e Planaltina para o Museu Nacional da República, na Esplanada dos Ministérios. Por lá, os manifestantes expressaram a sua insatisfação pelas falas do presidente Jair Bolsonaro (PL), que, em diversas ocasiões, colocou a confiança no sistema eleitoral brasileiro em cheque.

Um dos primeiros a chegar na Esplanada foi o estudante ceilandense de ciência política, Ângelo Gabriel, 19, que diz ressalta a importância da participação dos jovens nestes atos. “Como uma juventude que vai estar trabalhando com política, a gente está se mobilizando para mostrar para os políticos e para a sociedade que a gente está insatisfeito com essas ameaças que rondam a questão das eleições”, afirma.

Já para Guilherme Perez, gestor do Centro Acadêmico de Ciência Política (CAPOL/UnB), a manifestação de ontem significou muito mais do que a pauta eleitoreira, refletindo para as reivindicações dos discentes sobre um maior investimento público nas escolas e universidades.

“Nós entendemos a importância desta eleição e a importância da gente conseguir eleger alguém que realmente respeite os estudantes e que invista na educação. […] As eleições são um ponto importante para a gente eleger o próximo governo, mas a luta vai muito além dela, ela parte das ruas e que, independentemente do governo, é importante que a gente discuta”, afirma.

Além dos manifestantes, viaturas da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e carrinhos de ambulantes também estiveram presentes no evento. De acordo com o vendedor de picolé Joabson Sousa, ele decidiu ir para a manifestação quando viu a grande gama de estudantes descendo dos transportes coletivos. “Eu vi o povo se encontrando aqui e pensei que era uma boa para mim. Atualmente o dinheiro tá pouco, e sempre quando tem esses protestos, eu consigo vender tudo”, explica.

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