Menu
Brasília

Encontro de carrinhos de rolimã reúne de crianças a idosos no Paranoá

Objetivo é resgatar a tradicional brincadeira de criança. Ao longo de 640 metros, pessoas de todas as idades desceram no carrinho de rolimã em um dia de bastante diversão

Redação Jornal de Brasília

01/05/2023 21h51

Foto: Marcos Nailton/Jornal de Brasília

Marcos Nailton
[email protected]

Comum na infância de muitos moradores do Distrito Federal, a tradicional brincadeira de carrinho de rolimã reuniu centenas de brasilienses no Parque Ecológico Vivencial do Paranoá na 4º edição do Encontro de Carrinhos de Rolimã. Nesta segunda-feira (1), feriado do Dia do Trabalhador, a diversão tomou conta, crianças, adolescentes, adultos, e até idosos, entraram na brincadeira.

O circuito tem ao todo 640 metros de distância, pelo desnível presente na ciclofaixa, os carrinhos de rolimã rapidamente ganham velocidade na descida, podendo atingir um pico de até 45 km/h, uma verdadeira adrenalina.

Ao fim do percurso, há uma curva em forma de “S do Senna” que, mesmo sendo menor, é similar à presente no Autódromo de Interlagos, que reúne o melhor do automobilismo. A existente no Parque Vivencial do Paranoá, requer uma habilidade dos pilotos, para que eles não batam na barreira de proteção.

Ao Jornal de Brasília, o empresário Rosil Alves, um dos organizadores do evento e integrante de Os Rolimistas, disse que ficou muito realizado com a recepção do público no evento. “Você vê na cara das pessoas a alegria, a satisfação, o sorriso no rosto, ainda sendo novidade para muitas crianças que não tem o costume com o carrinho de rolimã”, contou.

Rosil afirmou que o maior objetivo do encontro de carrinhos de rolimã foi atingido, de conseguir mover todos os públicos até o parque para que se desvinculassem um pouco do mundo digital, principalmente as crianças. “Essa ação nos trás alegria, de ver as nossas crianças felizes. Esse é justamente o nosso objetivo, transformar essas crianças, tirar de dentro de casa e trazer para o parque num dia de atividade de lazer”, destacou.

Para o empresário, o que garante a essência de toda a comemoração, é a participação de toda a comunidade. “Tem crianças, jovens, adultos, a gente vê senhoras aí de 80 anos descendo de carrinho de rolimã. Então isso é motivo de alegria, resgatar essa atividade e poder fazer um evento para toda a família e todas as idades”, salientou Rosil Alves.

Para ninguém ficar de fora, 20 carrinhos de rolimã foram confeccionados pelos organizadores para emprestar aqueles que não tinham o próprio veículo. Outros 20, foram entregues a alunos do Colégio Esplanada no Paranoá.

Para comemorar, brinquedos infláveis, pula-pula e mesa de totó estavam disponíveis para a criançada. Além da distribuição de algodão doce e cachorro-quente. A festa contou também com a presença das equipes do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) e do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), que realizaram ações educativas sobre a segurança no trânsito neste mês do Maio Amarelo, que completa dez anos de conscientização.

O maior carrinho que desceu a ciclofaixa, foi apelidado de “trem-bala”, é composto pela junção de nove carinhos acoplados um ao outro para uma descida em grupo. A estudante, Amanda Silva, 19, relatou a experiência de descer nesse comboio. “É pura adrenalina. Eu desci sozinha na primeira vez e já achei rápido, agora nesse em conjunto a velocidade mais que duplicou, […] Ele vai descendo que nem cobra, a gente pensa até que vai cair. É uma sensação ótima, sem dúvida”, enfatizou.

Foto: Marcos Nailton/Jornal de Brasília

De geração em geração

O brasiliense, Henrique Correa, 36, foi um dos moradores que entrou na brincadeira. “No meu tempo eu já brinquei muito de carrinho de rolimã, a gente fazia né, hoje em dia você não vê mais, é só joguinho, celular e internet”, contou. O morador do Paranoá desceu todo o percurso no carrinho acompanhado do filho, o pequeno Alef, 7 anos.

“Foi muito bom, e essa é uma experiência que ele vai carregar para o resto da vida. Achei maravilhoso essa oportunidade de resgatar as lembranças, das brincadeiras sadias de antigamente”, relembra.

Henrique se recorda de que quando criança, costumava brincar diariamente na roça dos familiares. “A gente fazia na roça de qualquer jeito, era tudo mais simples, não tinha muita facilidade como tem hoje. Você pegava madeiras e amarrava um arame, batia com pregos, era desse jeito”, contou.

Perguntado se gostou de sentir a adrenalina, o pequeno Alef já mostrava-se animado para descer novamente. “Achei muito legal, a gente desceu muito rápido”, disse o garoto, com um sorriso animado no rosto.

O dia do encontro foi escolhido pelos organizadores por ser um feriado nacional, do Dia do Trabalhador, e também por ser a data de morte do piloto Ayrton Senna, como forma de homenagear esse grande ídolo brasileiro.

O percurso do carrinho de rolimã é finalizado na Capela São Geraldo, construída em 1957, local esse onde ficava a antiga Vila Paranoá. A arquitetura é o segundo templo mais antigo do Distrito Federal e considerado patrimônio histórico e cultural do quadradinho desde 1993.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado