O Distrito Federal registrou em 2024 o seu maior aumento no preço médio do metro quadrado para aluguel desde o início da série histórica, em 2019, de acordo com o Índice de Aluguel QuintoAndar Wimoveis. O índice subiu 14,4% em 12 meses. O preço médio do metro quadrado chegou a R$ 46,20 no mês de junho, uma alta de 0,95% em comparação com o mês de maio.
De janeiro até o momento, a alta foi de 7,07%. Em junho, o aluguel de apartamento de um, dois e três dormitórios voltou a subir, após uma queda em 2022. Se comparado com o mês de maio, os apartamentos de um quarto tiveram aumento de 0,61%, os de dois quartos tiveram aumento de 0,57% e os de três quartos tiveram aumento de 1,05%.
Em entrevista ao Jornal de Brasília, a advogada especialista em direito imobiliário, Lara Roriz, explicou que o aumento do preço do metro quadrado pode ser explicado pelo aumento da demanda aliado à baixa oferta. Além disso, a taxa de juros de financiamentos também permanece em alta.
“No mercado imobiliário atual, estamos observado um aumento expressivo das locações, principalmente das gerações millennials e Z, o que também estimula uma supervalorização dos microapartamentos. Em contrapartida, há um estoque limitado de imóveis para locação”, destacou Lara.
Segundo a advogada, a expectativa é que ocorra uma “discreta” desaceleração no aumento dos preços conforme for mantido o ritmo de cortes na taxa Selic. “A redução da taxa tende a resultar em taxas de financiamento mais atrativas para os compradores, contudo, acredito que a desaceleração será lenta já que não tem expectativa de aumento significativo na oferta”, pontuou.
Procura difícil
Para Mateus Ribeiro, jovem de 22 anos, o preço dos aluguéis em Brasília são “exageradamente caros”. Ao Jornal de Brasília, ele contou que passou cerca de dois meses procurando um imóvel para alugar, sendo que o valor máximo que ele poderia pagar mensalmente era de R$ 2 mil.
Para ele, a missão foi difícil, já que muitas vezes o preço dos aluguéis não condiz com a condição do imóvel. “O preço não é justificável. Antes de me mudar, eu morava numa região que era perto de tudo, e ainda pagava o mesmo preço por um apartamento com o dobro do tamanho”, detalhou.
Diante do aumento dos preços, Mateus optou por procurar imóveis de forma independente, por meio de amigos e conhecidos, até conseguir fechar negócio com um colega de trabalho. “Por imobiliária ou por anúncios na internet é sempre mais caro. Minha estratégia foi boca a boca mesmo”, contou.
À reportagem, a advogada Lara Roriz ressaltou que, no Distrito Federal, a localização do imóvel afeta diretamente o preço, por isso, é importante procurar locais que tenham mais unidades disponíveis para locação – com baixa demanda – onde o valor costuma ser menor. “Outra forma de economizar é buscar imóveis maiores para dividir com amigos e familiares”, afirmou.
Valorização
De acordo com o Índice de Aluguel QuintoAndar Wimoveis, o bairro mais caro do DF é o Setor de Clubes Esportivos Sul, com metro quadrado a R$ 92,80. Logo em seguida está a Asa Norte, com metro quadrado a R$ 51,60 e em terceiro a Asa Sul, com metro quadrado a R$ 49,70. Na sequência, o Sudoeste aparece em quarto, com R$ 49,50 o m² e o Lago Norte em quinto, com R$ 47,50 o m².
Nos últimos 12 meses, a região mais valorizada foi a Asa Norte, com aumento de 22,8% no preço dos aluguéis, seguido do Sudoeste (20,9%) e da Asa Sul (16,8%). Segundo o levantamento, estas são “áreas que estão se desenvolvendo rapidamente e que têm potencial para oferecer retorno no futuro”.
O índice também mostrou que a região que mais valorizou nos últimos três meses foi o Guará, com aumento de 10,1%, e a região que mais desvalorizou foi a Asa Sul, com queda de 4,1%. Com esse panorama, é possível identificar mudanças recentes para agir de forma mais ágil na tomada de decisão.