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Brasília

Em protesto, rodoviários tiram 140 ônibus extras e prometem greve geral

Arquivo Geral

22/06/2016 13h19

Rafaela Felicciano/Cedoc

Jéssica Antunes
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Há menos ônibus nas ruas do Distrito Federal nos horários de pico. Em novo protesto dos rodoviários por reajuste salarial, os cerca de 140 coletivos extras que deixavam as garagens para reforçar o serviço não têm prazo para voltar a circular. Para quem depende do transporte público, a situação fica ainda mais complicada associada à greve dos metroviários, que já dura nove dias, porque estão incluídos os 45 veículos que atendiam as regiões afetadas pela paralisação do Metrô.

O ato afeta todas as regiões administrativas e ocorre em dois períodos: entre 4h30 e 8h30 e das 15h às 18h30. Levantamento parcial do sindicato da categoria aponta que há 14 ônibus parados na garagem de Brazlândia; 54 na do Paranoá; 35 na de Samambaia; 71 nas do Recanto das Emas; 70 na de São Sebastião; 35 na de Taguatinga; 60 na de Planaltina; 35 na do P Sul; e 40 na do Setor O.

A categoria reivindica aumento de 19,68% e tem feito protestos pontuais. No início do mês, foram quatro dias de paralisações relâmpago no início do dia e, na tarde desta terça-feira (21), ônibus demoraram a sair dos terminais. As negociações dos rodoviários com as empresas seguem sem acordo em um imbróglio que já dura dois meses. O Tribunal Regional do Trabalhou negou, em caráter liminar, a ilegalidade das paralisações, pedida pelo Governo de Brasília na semana passada.

O último reajuste dos 12 mil rodoviários aconteceu em junho do ano passado, quando houve aumento de 10% no salário e 11% no tíquete alimentação e na cesta básica. Hoje, o salário dos motoristas é de R$ 2.121 e dos cobradores, R$ 1.108, com tíquete de R$ 660.

Indicativo de greve

O sindicato chegou a se reunir, na semana passada, com representantes das empresas e do GDF para discutirem a pauta da categoria. De acordo com Saul Araújo, diretor da entidade, não houve nenhum avanço e as companhias alegariam endividamento por atrasos de repasses do GDF. A informação, no entanto, já foi negada pelo Executivo. Entre janeiro e abril, 47 milhões teriam sido repassados às empresas de ônibus do DF.

“O trabalhador não pode ser prejudicado por isso. Queremos negociação e apresentação de proposta. Como não temos nada, a alternativa que temos é a greve”, avisa Saul Araújo. No domingo (26), a categoria se reunirá em assembleia, quando decidirão se será iniciada uma greve geral de rodoviários. A Associação das Empresas de Transporte Coletivo informou que não se pronunciará sobre o assunto.

Metroviários seguem de braços cruzados

Em assembleia realizada na manhã desta terça-feira (21), os metroviários decidiram manter a greve que já dura nove dias. O transporte continua funcionando apenas nos horários de pico – das 6h às 9h e das 17h30 às 20h30, com 100% da frota de funcionários. No domingo, as estações ficam fechadas.

De acordo com Júlio César Oliveira, diretor judiciário do Sindicato dos Metroviários do Distrito Federal (Sindmetrô-DF), não há previsão para o fim da greve: “Já tentamos de tudo, até reduzimos a pauta, mas o governador não se sensibiliza com a nossa situação”.

Até o fim do movimento grevista dos metroviários, as faixas exclusivas da Estrada Parque Taguatinga (EPTG) e Estrada Parque Núcleo Bandeirante estarão liberadas para outros veículos.

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