Menu
Brasília

Eleitores do DF definem o perfil de candidatos em que mais rejeitam

Segundo os eleitores, os candidatos pouco atuantes, com marcas de corrupção e que não olham para as periferias são os que mais estão distantes

Redação Jornal de Brasília

27/09/2022 17h57

Gabriel de Sousa
[email protected]

Para conquistar os brasilienses no período eleitoral, os políticos apostaram em todos os tipos de publicidade nos materiais de campanha: combate à corrupção; religião; pautas sociais; proteção da família e promessas de melhora no funcionalismo público são algumas delas. No domingo, iremos descobrir os candidatos que mais tiveram sucesso no “flerte” com o eleitorado, mas também vamos conhecer aqueles que não tiveram o mesmo êxito.

Nas disputas, candidatos de todos os perfis buscam atrair os brasilienses para conseguir um voto de confiança nas urnas. Alguns são mais conhecidos, outros não. Há também aqueles que buscam a continuação do seu trabalho político, ao mesmo tempo que novatos tentam conquistar o seu primeiro mandato.

Na democracia, tanto o apreço quanto a rejeição são particularidades do eleitor. Diversos motivos causam uma resistência para alguns, mas podem não ser um empecilho para outros na hora de escolher as suas preferências. A fim de saber mais sobre o perfil de candidato que é desconsiderado pelos brasilienses, a equipe de reportagem do Jornal de Brasília conversou com populares nas ruas do DF, e trouxe as suas opiniões sobre os políticos menos atraentes.

Os que muito falam e pouco fazem

O motorista de aplicativo Miguel Andrade, de 48 anos, conta que os políticos em que mais rejeita são aqueles que aparecem apenas nos anos eleitorais. Morador de Planaltina, ele diz que o eleitor deveria prestar mais atenção nos parlamentares que surgem apenas na hora de conseguir votos dos eleitores.

“São esses que não nó cego demais. Esses que não possuem projeto e só aparecem de quatro em quatro anos. O cara tá ali apadrinhado e ele não produz, não se mostra. A maioria aqui de Brasília é desse jeito. Quando é na hora de pedir votos, ele decide ir para rua”, conta o eleitor.

No domingo, o eleitor pretende apostar em políticos que nunca foram eleitos. Para ele, os parlamentares que já atuam no legislativo devem dar o seu lugar para candidatos mais novos. Ele explica que a sua rejeição aos veteranos se dá pela falta de contato deles com a população do Distrito Federal: “Não é para o cara ficar só na Câmara Legislativa blindado. É para ele aparecer para a população e mostrar o porquê que a gente saiu de casa para votar nele”.

Os que não olham para as periferias

Domingo será o dia em que a estudante Clara Lima, de 19 anos, irá votar pela primeira vez. Mesmo inexperiente com as eleições, a jovem diz que já possui um perfil de candidatos em que rejeita. Moradora da Ceilândia, ela diz que não pretende votar em políticos que não possuem propostas concretas para a melhoria das periferias do Distrito Federal.

“Quando eu observo o que eles dizem nas campanhas, eu vejo que, para o Plano Piloto, sempre tem uma solução para tudo, mas tem muita pouca coisa para se fazer nas cidades satélites. Quando tem alguma coisa, é sempre as questões de transporte e segurança. Jovens como eu também querem saber de cultura, sabe? O que eles pretendem trazer de lazer para perto da casa da gente?”, pergunta a eleitora.

A moradora da Ceilândia observa que nem todos os políticos que vivem nas periferias buscam trazer melhorias para a população local, e defende que o voto deve ser destinado a aqueles que apresentam projetos benéficos para a cidade. “Não é só porque tal pessoa nasceu na periferia que ele vai fazer um mandato voltado para quem é periférico. É questão de se comprometer em olhar para a gente se for eleito”, afirma.

Os que possuem históricos de corrupção

Para o cientista político André César, o perfil do candidato mais rejeitado pelos brasilienses seria aquele que possui um histórico de envolvimento com corrupção. Apesar de haver exemplos de políticos populares no DF que conseguiram ser populares apesar do envolvimento em escândalos, o especialista acredita que o eleitor possui a honestidade como um dos seus principais parâmetros.

“É uma pergunta muito difícil, e eu nunca tinha me atentado nesta ótica. Tanto no âmbito distrital como federal, eu acredito que talvez seja um cara que tenha a questão da corrupção. Ele não pode estar envolvido com a corrupção, ele deve ter uma ficha limpa, por mais que, na prática, a gente veja que, aqui no DF, não é bem assim”, avalia o cientista político.

Para André César, os postulantes que não se incluem a nenhuma área também podem ter dificuldades para se destacar. Para o especialista, o político atraente tem que se apresentar como um futuro integrante de alguma bancada, como a da saúde, educação, trabalho e esportes. “Se o candidato a distrital não se enquadra a nenhuma destas temáticas, fica aquela coisa: Quem é você?”, conclui.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado