“A abertura de agora terá um impacto daqui a 14 dias”, afirmou o médico infectologista Hemerson dos Santos Luz, referente à abertura de bares e restaurantes ocorrida nesta quarta-feira (15/07/2020). “Hoje estamos fazendo uma leitura de números de 14 dias atrás, que é o tempo de incubação e progressão nas pessoas que evoluem com óbito, por exemplo”, explicou o especialista ao Jornal de Brasília. O melhor aliado neste momento, segundo ele, é a fiscalização a ser feita por toda a sociedade.
“Será uma exposição maior. Temos que analisar e cobrar que essas regras sejam realmente seguidas, tanto dos prestadores de serviço, quanto dos clientes. Por enquanto temos que esperar para fazer uma leitura”, disse. O controle para a prevenção está pautado também em ferramentas tecnológicas, como o georreferenciamento, associando as taxas de isolamento aos novos casos deverá pautar as novas decisões do governo local.
“E se for necessário, fazer o fechamento setorizado em regiões com estatísticas maiores, como foi em Ceilândia”, complementou. “É um momento extremamente delicado que deveria ser realmente visto talvez com mais cuidado quanto à abertura.”
De acordo com a Diretoria de Vigilância Sanitária (Divisa), foi feita, antes da reabertura, uma orientação quanto às medidas sanitárias a serem atentadas para os estabelecimentos e passadas informações e técnicas para o cumprimento delas.
O órgão informou, por meio de nota, que houve um aumento nas fiscalizações e que, por dia, “300 ações são realizadas em todo o DF para verificar o cumprimento dos decretos durante a pandemia, sendo que 20% dessas ações são feitas a partir de denúncias encaminhadas à Divisa”. Mais uma vez, portanto, há o reforço do esforço conjunto para o cumprimento das determinações em Decreto.
“Dentro do esperado”
Diante do primeiro dia de reabertura, o movimento foi considerado pelo presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar), Jael Antônio da Silva, como “dentro do esperado”. Frente ao que foi verificado em alguns bares da cidade pela imprensa local, ele acredita que há um exagero em dizer que houve aglomerações.
“Considero que foi bom. Não houve aglomerações, até porque nesse primeiro momento as pessoas vão com mais calma, com mais cuidado”, afirmou. “Dos lugares que eu visitei, achei o movimento bem razoável, dentro do esperado; atingiu o objetivo do primeiro dia”, ponderou.
Sobre os restaurantes, o representante verificou um sinais positivos para o comércio, que significam, segundo ele, parte do processo de retomada econômica, com engajamento da população. “Claro que a lotação completa é de 50%, que é o que precisou ser reduzido, mas hoje vi restaurantes com todas as mesas ocupadas”, afirmou.
Segundo o representante, um bom parâmetro para entender o comportamento no DF será o que há de ser verificado na próxima sexta-feira (17). “Para amanhã, a expectativa é de maior fluxo em bares e restaurantes, como sempre foi”, finalizou Jael.
