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Brasília

Educação financeira nas escolas

O projeto, criado em 2020, já chegou a mais de 160 escolas do Distrito Federal e promove o estudo na área para milhares de alunos da rede pública de ensino

Redação Jornal de Brasília

14/06/2023 6h36

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Elisa Costa
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Por meio do programa Aprender Valor, os alunos de escolas públicas do Distrito Federal, do 1º ao 9º ano do ensino fundamental, recebem aulas de educação financeira, para aprender a lidar com o dinheiro, com as economias, planejamento e alcance de objetivos. A iniciativa é do Banco Central do Brasil (BCB) realizada em parceria com a Secretaria de Educação do DF (SEE-DF), que leva os conhecimentos para mais de 160 escolas da capital. O foco é incentivar hábitos financeiros saudáveis e comportamentos que possam melhorar a vida dessas crianças e jovens.

O Aprender Valor começou em 2020 como um projeto piloto em seis estados do Brasil, em menos de 500 escolas. Atualmente, a ação já engloba 22.697 escolas por todo o país, de acordo com os dados mais recentes, de 29 de maio de 2023. Para as turmas do 1º ao 4º ano, são ofertadas aulas integradas às disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática, enquanto a partir do 5º ano, os projetos estão integrados às disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática e Ciências Humanas. A iniciativa varia entre 5 a 10 aulas em cada escola, que são divididas em tarefas individuais e em equipe.

“Sabemos que existe uma dificuldade das pessoas em ter o controle das suas finanças. Então, ensinar desde criança a ter noção de como fazer uma lista de supermercado, aprender o que é desejo e o que é uma necessidade, a fazer planejamento, são algumas das questões levantadas pelos professores”, explicou a coordenadora do programa Aprender Valor na SEE, Márcia Garcia Leal. As aulas seguem a abordagem recomendada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e segundo Márcia, os temas são inseridos de forma a fazer parte das atividades e do dia a dia das crianças na escola.

Os projetos escolares são compostos por sequências didáticas que levam a educação financeira de maneira transversal e integrada a componentes curriculares obrigatórios. O Aprender Valor ensina a planejar o uso dos recursos, a poupar efetivamente e a gerenciar o uso do crédito, bem como a autoconsciência, autogestão, consciência social, habilidades de relacionamento e tomada de decisão responsável. O programa possui o apoio do Fundo de Defesa de Direitos Difusos e também oferece formação para professores e gestores.

“O cidadão que se relaciona bem com dinheiro realiza sonhos, não apenas os próprios, mas também, daqueles que estão à sua volta”, explica o BCB, sobre a relevância do projeto. “A educação financeira é um requisito fundamental para a democratização do sistema financeiro e para a emancipação da pessoa. Saber priorizar realizações e despesas têm como resultado a autonomia e a sustentabilidade financeira”, comenta. No DF, cerca de 1,5 mil professores já receberam a qualificação, repassada a alunos de instituições públicas urbanas, rurais, indígenas e quilombolas.

Para o Banco Central, tratar sobre educação financeira no contexto escolar é uma “urgência social”, levando em conta os impactos na vida individual e coletiva, no presente e no futuro, causados pelo modo como as pessoas lidam com o consumo e com os recursos financeiros e materiais. Por isso, levar o assunto para as salas de aula atende a demanda contemporânea de promoção do letramento financeiro na escolarização de nível básico. Além de formar os estudantes, o programa impacta positivamente os professores, que criam mais confiança na hora de discutir o tema.

“É uma oportunidade para que diretores e professores se apropriem de conhecimentos e formas de melhorar a gestão de seus recursos financeiros, com orientações práticas sobre temas como planejamento financeiro, aumento dos níveis de poupança, aposentadoria e melhoria de investimentos financeiros”, argumenta o BCB. O programa acontece mediante algumas etapas: adesão das redes e escolas, cadastro de profissionais e estudantes, liberação da formação para gestores e professores, avaliação de entrada, aplicação dos projetos e avaliação de saída.

Exemplo para o exterior

Na primeira semana de junho, a rainha dos Países Baixos, Máxima Zorreguieta, visitou a Escola Classe 312 Norte para conhecer de perto o programa Aprender Valor. Na ocasião, ela relatou que quando as crianças têm educação financeira desde cedo, se torna mais fácil aplicar questões econômicas no cotidiano quando adultos. Também estava presente a secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, que afirmou: “Sabemos a importância de trabalhar a questão financeira com as crianças, para que elas cresçam e se tornem adultos com uma visão diferente”.

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