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Brasília

Dia do psicólogo: profissionais ganham mais atenção e também necessitam de ajuda

Mais de seis meses depois que as aflições bateram à porta da sociedade, quem atua na área já passou a atender de forma virtual

Agência UniCeub

27/08/2020 18h19

Atualizada 28/08/2020 12h51

Vitoria Von Bentzeen, Bruna Alessandra Rossi e Bernardo Guerra
Jornal de Brasília/Agência UniCEUB

A pandemia trouxe à tona a importância da preservação da saúde mental e da atuação do profissional de psicologia. Mais de seis meses depois que as aflições bateram à porta da sociedade, quem atua na área já passou a atender de forma virtual e também, com os devidos rigores de afastamento, presencialmente. Mas quem cuida da cabeça do psicólogo?

Foto: Pexels/domínio público

Nesta quinta (27 de agosto) é celebrado o dia desse profissional que passou a ser mais reconhecido. A data recorda quando houve, em 1962, a promulgação da Lei n. 4.119/62, que regulamentou a profissão.

Segundo a psicóloga clínica Juliana Pimenta, atuante na área de ansiedade e saúde mental da mulher, as pessoas tendem a pensar que um psicólogo apenas trabalha com atendimento psicológico clínico, onde há uma poltrona e um divã. Porém, ela afirma que a atuação desse profissional é muito mais ampla, como, por exemplo, podem trabalhar em escolas, empresas e organizações. “Todas as áreas têm algo em comum: o psicólogo sempre trabalha a fim de promover a saúde mental, seja do coletivo considerando e respeitando toda a formação e, seja do indivíduo, manifestação de sua subjetividade”, expõe ela.

“O atendimento psicológico é altamente recomendado em momentos da vida que sejam difíceis de passar sozinho, em que se necessita de apoio emocional e acolhimento, como momentos de dor e angústia ou épocas de transição de vida e momentos de escolha”, afirma Juliana.

Aumento de trabalho

“O isolamento social tem ocasionado em muitas pessoas sintomas de tédio, ansiedade, estresse, raiva, humor deprimido e sobrecarga emocional. Muitos sentimentos que já existiam e eram controlados ficaram mais evidentes”, afirma a psicóloga clínica e organizacional, Stael Prata, que atua há 25 anos na área. Paralelamente, ela cita que, devido a esses ocorridos, houve um aumento considerável na procura por auxílio psicológico, e que, as tecnologias têm sido grandes aliadas nesse momento. “As ferramentas digitais são eficazes e possibilitam as pessoas escolherem profissionais até fora de suas cidades, economizam o tempo por não se deslocarem e evitam o contato nessa fase de pandemia”, explicou a psicóloga.

 Na visão de Juliana, psicólogo e paciente estão em um nível de aproximação, na pandemia, que nunca havia sido visto antes. Isso acontece porque, muitas vezes, os dois vivem temores, dores e angústias em relação à doença Covid-19. “Por um lado, viver dores tão parecidas aproxima e fortalece o vínculo terapêutico. Por outro, psicólogos precisam redobrar o cuidado para as possíveis interferências dos próprios conteúdos no processo do paciente”, ressalta ela, declarando que muito da psicoterapia acontece através da fala e, por isso, o atendimento online tem mostrado tanto resultado quanto o atendimento presencial.

A psicóloga Stael alerta que existem diversas situações comuns de nossas vidas que podem acabar necessitando de apoio psicológico, como dificuldades para tomar decisões, mudanças de humor repentinas, sentimentos de medo, tristeza ou solidão excessivos, dificuldades em superar um luto e, até mesmo, problemas de baixa autoestima. A psicóloga também aborda a importância de entender que todos passam por momentos difíceis e nem sempre é possível lidar com sentimentos e dificuldades por conta própria, e não devemos nos culpar por isso. “Essa normalização dos sintomas é necessária para conseguirmos desmistificar a resistência na procura de um profissional, demonstrando que a ajuda de um especialista é bem mais comum do que se pode imaginar”, comentou ela.

Cuidados

A profissional Nayara Torres de Oliveira acredita que o psicólogo também deve ter um acompanhamento, não só pela profissão mas por tudo que faz parte da vida. Ela explica que o acompanhamento psicológico é indicado desde o início da graduação como parte da formação do psicólogo, em qualquer que seja a direção teórica ou prática que o estudante for seguir. “Isso é colocado desde o início do curso para que o estudante experimente o lugar do paciente, dando contorno às próprias questões e não venha a confundir-se com o outro, quando estiver exercendo o seu lugar de escuta. E não só pela escolha profissional passa a demanda de um acompanhamento psicológico a quem se ocupa com a profissão, mas também por tudo aquilo que faz parte da vida e que, por vezes, se apresenta como impasses que podem ser elaborados, nessa aposta de fala endereçada à um profissional da área”, disse a psicóloga.

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