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Brasília

DF registrou 18º feminicídio nesse domingo (25)

Com os dois casos deste fim de semana, a capital ultrapassa o número de assassinatos decorrentes de gênero do último ano

Mayra Dias

26/06/2023 18h44

Foto: Reprodução

Menos de 1 dia separa os dois últimos casos de feminicídio na capital federal. Na madrugada de domingo (25), em São Sebastião, uma vendedora autônoma, de 47 anos, foi morta pelo ex-companheiro, um pedreiro de 27 anos. Segundo a Polícia Civil do DF (PCDF), com esse, o número de assassinatos decorrentes de gênero sobe para 18, o que supera todos os casos do ano passado, que totalizaram 17.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado na 30ª Delegacia de Polícia, Valdeci Veiga Santana teve uma “morte violenta por esganadura”. O agressor, Bruno Gomes de Oliveira, foi preso em flagrante após os peritos identificarem os sinais de asfixia por estrangulamento. A polícia relatou que o suspeito chamou o Corpo de Bombeiros dizendo que a vítima havia morrido enquanto dormia.

Na delegacia, o homem, que se relacionava com Valdeci havia 2 anos, disse que “não se lembrava de nada”. Ambos moravam no bairro São Bartolomeu, e a mulher deixou três filhos. O acusado possuía histórico de ameaças, mas a vítima nunca havia registrado ocorrência. Em depoimento, ele não possuía sinais de embriaguez.

De acordo com o delegado-chefe da 30ª DP (São Sebastião), Érico Vinícius, o casal começou a consumir bebida alcoólica às 18h de sábado e foi dormir. Bruno alegou, então, que acordou de madrugada, por volta das 5h, e percebeu que a mulher “estava gelada”. Segundo a ocorrência da PCDF, o corpo da vítima foi encontrado com sinais claros de violência física e, além das marcas de morte por esganadura, também foi constatado marcas de sangue nas cavidades naturais e laceração do fígado. O corpo da vítima foi removido ao Instituto de Medicina Legal (IML) e o homem foi recolhido à carceragem da PCDF. Ainda na 30ª DP, a corporação instaurou o inquérito policial.

No sábado (24), no Sol Nascente, outra mulher foi vítima do mesmo tipo de crime. Aos 20 anos de idade, Emily Talita da Silva foi morta pelo ex- companheiro com uma facada nas costas. O crime ocorreu na Chácara 64 pela manhã. A vítima, tinha medida protetiva contra o suspeito, Jonas Costa, de 29 anos, e os dois tinham uma filha de 1 ano e meio.

O corpo de Valdice foi sepultado nesta segunda-feira (26) no cemitério da Cidade Ocidental, no Entorno do Distrito Federal.

O que dizem os números

Dados do levantamento da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) revelam que a maioria dos crimes registrados de janeiro a junho deste ano ocorreu no interior de residências das vítimas. Segundo o painel da violência, 14 mulheres foram mortas dentro de casa. O caso deste domingo ainda não consta no levantamento.

As armas brancas foram os instrumentos mais utilizados nos crimes do tipo, seguido por uso de arma de fogo e asfixia. Neste ano, janeiro é o mês que acumula mais casos de feminicídio, com 5 registros. Com a ocorrência do fim de semana, junho chega a 4 vítimas.

Os dados apontam que Ceilândia é a Região Administrativa com mais casos na capital federal, até o momento com 4. O DF registra 165 casos de feminicídio entre 2015 e 2023.

Saiba como denunciar

No DF, a Secretaria de Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP) oferece canais de atendimento que funcionam 24h. As denúncias e registros de ocorrências podem ser feitos pelos seguintes meios:

Telefone 197

Telefone 190

E-mail: [email protected]

Delegacia eletrônica

Whatsapp: (61) 98626-1197

Além disso, a capital tem duas delegacias especializadas no atendimento à mulher (Deam), na Asa Sul e em Ceilândia, todavia, os casos podem ser denunciados em qualquer unidade. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) também recebe denúncias e acompanha os inquéritos policiais, auxiliando no pedido de medida protetiva na Justiça.

Há, ainda, o Programa Violeta, voltado ao atendimento de crianças e mulheres vítimas de violência sexual e estupro. O acolhimento é feito por uma equipe composta por assistente social, ginecologista, psiquiatra, psicólogos, técnica em enfermagem e técnicas administrativas. O serviço é prestado no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

Se tratando de flagrantes, qualquer pessoa pode pedir o socorro da polícia, seja testemunha ou vítima.

A Secretaria de Justiça e Cidadania também conta com canais de denúncia de casos de violência contra a mulher. Um exemplo é o Centro Integrado 18 de Maio, que trata de ocorrências de exploração sexual de crianças. O Conselho Tutelar também recebe denúncias de violação de direitos de crianças e adolescentes. Ainda há o Disque 100, que trata da violação de direitos humanos.

Veja, abaixo, onde procurar por esses canais:

Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM)

Endereço: EQS 204/205, Asa Sul, Brasília
Telefones: (61) 3207-6195 e (61) 3207-6212

Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (DEAM II)

Endereço: QNM 2, Conjunto G, Área Especial, Ceilândia Centro
Telefone: (61) 3207-7391

Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)

Endereço: Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sala 144, Sede do MPDFT
Telefones: (61) 3343-6086 e (61) 3343-9625

Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar

Contato: 3190-5291

Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal
Contato: 180

Centro Integrado 18 de Maio

Endereço: SHCS EQS 307/308
Telefone: (61) 2244 – 1512 e (61) 98314 – 0636

Conselho Tutelar

Endereços: clique aqui e consulte
Telefone: 125

Disque 100

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