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Brasília

Desemprego cai no DF, diz pesquisa da Codeplan

Essa queda se deve à criação de vagas de emprego, o que foi possível com a diminuição dos números da pandemia da covid-19

Redação Jornal de Brasília

27/07/2022 8h38

Foto: Agência Brasil

Por Camila Bairros e Gabriel Souza
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Segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal (PED-DF), divulgada pela Codeplan e pelo Diesse na noite de terça (26), a taxa de desemprego na capital federal caiu de 18,7% para 15,6% entre junho de 2021 e deste ano.

No mesmo período, a taxa de participação e proporção de pessoas com 14 anos e mais incorporadas ao mercado de trabalho como ocupadas ou desempregadas, reduziu, ao passar de 65,0% para 64,2%.

Essa queda se deve à criação de vagas de emprego, o que foi possível com a diminuição dos números da pandemia da covid-19. Áreas como o setor de serviços, comércio, construção e indústria foram as que mais cresceram e, consequentemente, mais ofertaram oportunidades.

Em maio, a Codeplan já havia anunciado que pelo segundo mês seguido, o DF registrou uma queda no desemprego quando comparado a mesma data em 2021. Na época, o setor que mais abriu postos de trabalho foi o da administração pública.

A comparação entre maio e junho deste ano mostra que o setor de comédio e reparação foi o que mais cresceu, com um aumento estimado de 11 mil pessoas a mais empregadas. No mesmo período, o setor de serviços teve uma queda, de 1,002 mi para 989 mil, uma baixa de 13 mil.

Apesar de melhora nos índices, o desemprego no Distrito Federal ainda atinge cerca de 257 mil trabalhadores, o que corresponde a 15,6%.

Número de ocupados aumentou em um ano

De junho de 2021 para o mesmo mês de 2022, o número de ocupados em postos de trabalho no DF cresceu 4,3%, chegando a 1 milhão e 393 mil pessoas, sendo registrada a criação de 57 mil novos postos de trabalho em um ano.

Os setores que tiveram um maior aumento percentual de novos postos de trabalho foram o da construção, com um aumento de 8,3%, seguido pela indústria de transformação, que registrou um acréscimo de 4,6%. Em números totais, o setor de serviços foi o que mais abriu novas vagas, com 37 mil novos trabalhadores ocupados.

O estudo da Codeplan indica que os ocupados recebem remunerações mais elevadas do que no ano passado. Em maio de 2021, o salário mensal médio do trabalhador era estimado em R$ 3.826, enquanto que no mesmo mês deste ano, o valor cresceu R$ 192, chegando a R$ 4.018.

O salário médio dos que trabalham no setor público registrou um crescimento de R$ 118. Em maio de 2021, a remuneração estimada era de R$ 9.515, já neste ano é de R$ 9.633. Porém, a média salarial dos que trabalham no setor privado diminuiu no mesmo período. Em 2021, era de R$ 2.469, reduzindo para R$ 2.309 em 2022.

Conjunto de fatores influenciou queda

De acordo com o economista César Bergo, especialista em mercado financeiro pela Universidade de Brasília (UnB), a recente queda da taxa de desemprego no Distrito Federal ocorreu devido a uma série de fatores. Segundo ele, o investimento do governo local em infraestrutura, o impulsionamento dos setores de serviços e de construção, além da alta renda per capita dos consumidores, colaboraram com o surgimento de novas ocupações.

“Pelo o que o foi mostrado no levantamento, o setor de serviços vem mostrando força. Brasília foi sempre dependente do setor público. E não deixa de ser, porque existe aquele lazer político em que as pessoas vêm para Brasília para visitar o Congresso, o que movimenta também o turismo”, afirma Bergo.

O economista observa que, além das instabilidades políticas que foram geradas após o término do ano de 2015, diversos outros motivos econômicos e administrativos fizeram com que a taxa de desemprego no DF aumentasse naquela época. Tais fatores, conforme explica Bergo, requerem dos administradores públicos a responsabilidade para mudar tal cenário.

“Você teve uma letargia, nos anos de 2015 e 2016, com as questões políticas. Você teve também a questão do impeachment da presidente, e isso acaba refletindo em Brasília também. Brasília é assim, se o Governo vai bem, ela vai bem, e se o Governo vai mal, Brasília vai mal”, conta o especialista da UnB.

O economista avalia que a tendência é que a taxa de desemprego continue caindo no Distrito Federal, da mesma forma em que o índice nacional também deve sofrer uma redução. Bergo destaca que o setor de serviços está tendo um bom desempenho em seu crescimento econômico, e prevê que este fenômeno continue trazendo reflexos nos próximos meses. “Na visão geral, não é só Brasília. A taxa de desemprego no Brasil tende a cair. Tá lento, mas vai caindo. Em Brasília não é diferente, ela sempre está na média, não é a melhor, mas também não é a pior”, conclui Bergo.

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