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Brasília

Desemprego aumenta na periferia do DF

A taxa de desempregados aumentou 2,8% nos 12 municípios que circundam a capital entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021

Redação Jornal de Brasília

24/02/2021 5h53

Cezar Camilo
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O número de pessoas que procuram emprego aumentou na região periférica do Distrito Federal, resultado da diminuição dos postos de trabalho e estabilização da população economicamente ativa durante a pandemia de covid-19.

A taxa de desemprego aberto aumentou 2,8% nos 12 municípios que circundam a capital. No total, o desemprego aumentou de 23,2% para 23,8%, entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021.

Os dados foram disponibilizados ontem pela Pesquisa de Emprego e Desemprego do Distrito Federal (PED), divulgados pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

“De uma maneira geral, percebemos um maior vigor no aumento do desemprego da periferia. Junto a um pequeno crescimento da desocupação no DF, até então estável (0,1%), mas que vem se consolidando”, relatou a técnica do Dieese, Lúcia Garcia. O total de desempregados na capital teve variação de 18% para 18,1% entre o mesmo período. Para melhor compreender a situação, a Coodeplan e o Dieese começaram, em 2020, a pesquisar o desemprego também na Área Metropolitana de Brasília (AMB).

Isso ajuda a melhor compreender o mercado de trabalho da macrorregião econômica que envolve o DF – incluindo as 12 cidades vizinhas ao quadradinho. “É interessante analisar como esses movimentos afetam a expansão urbana e a oferta de serviços. Todo dia, alguém da periferia cruza a fronteira para trabalhar na capital“, disse Lúcia Garcia ao Jornal de Brasília.

A pesquisa de janeiro demonstrou uma relativa estabilidade na População Economicamente Ativa (PEA) da região metropolitana, entre aqueles que trabalham ou procuram um posto. Segundo o Dieese, a estabilização no número de possíveis trabalhadores apresenta um viés negativo frente a diminuição de postos de trabalho disponíveis. “Ao invés de gerar empregos, reduzimos a oferta, o que leva as pessoas a desistirem futuramente de procurar um ofício regular”, explicou a técnica do departamento que realizou o estudo.

Em janeiro de 2021, 147 mil pessoas estavam desempregadas na região, a taxa de desemprego aberto – pessoas que ainda procuram uma ocupação – aumentou de 19,4% para 20,4%, e a taxa de desemprego oculto – aqueles que já desistiram da busca – reduziu de 3,8% para 3,4%.

Segundo os segmentos de empregados, o decréscimo no contingente de ocupados derivou da redução no número de postos de trabalho entre os assalariados do setor privado sem carteira de trabalho assinada (-9,7%, ou menos 6 mil) e com carteira assinada (-1,9%, ou -4 mil), e da variação negativa entre os assalariados do setor público (-2,3%, ou -1 mil). Por sua vez, cresceu o contingente de empregados domésticos (10,6%, ou 5 mil) e o de trabalhadores autônomos (8,0%, ou 7 mil).

No mês de janeiro de 2021, o contingente de desempregados foi estimado em 291 mil pessoas só no território da capital. O número corresponde ao que foi observado no mês anterior, em dezembro de 2020, resultando no aumento do desemprego aberto (2,1%, ou 5 mil) e do decréscimo entre aquelas em desemprego oculto (-10,4%, ou -5 mil). A relativa estabilidade na taxa de desemprego total, de 18,0% para 18,1%, refletiu a variação positiva da taxa de desemprego aberto, que passou de 15,1% para 15,4%, e a taxa negativa de desemprego oculto, de 2,9% para 2,7%.

O contingente de assalariados aumentou em 0,7% – em torno de 6 mil pessoas – em decorrência do acréscimo no setor público (1,7%, ou 5 mil) e da variação positiva no setor privado (0,3%, ou 2 mil).

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