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Brasília

Dengue faz a primeira vítima fatal em 2022

Uma idosa faleceu em Sobradinho II na última semana, sendo a primeira vítima da doença no ano

Redação Jornal de Brasília

28/03/2022 18h24

Foto: Divulgação/Fiocruz

Gabriel de Sousa
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A dengue fez a sua primeira vítima no Distrito Federal em 2022. De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES), uma senhora com a idade entre 60 e 69 anos que residia em Sobradinho II, faleceu pela doença no neste mês de março.

Até o dia 24 de março, quando o boletim sanitário foi finalizado, 13.589 casos prováveis de dengue foram registrados em 2022. Em comparação, os três primeiros meses de 2021 registraram 3.123 casos, o que representa um aumento de 335% em relação ao ano anterior.

A Ceilândia lidera o número de notificações totais, com 2.536 casos. Em seguida, São Sebastião (1.215), Samambaia (945), Taguatinga (821) e Planaltina (753) são as regiões administrativas com o maior número de registros.

Destes 13.589 casos prováveis, 204 tiveram sintomas alarmantes e tiveram que ser conduzidos a hospitais do DF e 17 ficaram em estado grave. Os números mostram que a faixa etária de 40 a 49 anos foi a mais contaminada até aqui, com 2.289 doentes.

Um número importantíssimo e que está sob os olhares do governo local é a da incidência por 100 mil habitantes em cada região administrativa no DF. Neste cenário, São Sebastião possui 1.047,52 ocorrências por 100 mil moradores, e é a RA mais afetada até então. A fim de comparação, Ceilândia, região com o maior número de casos, tem a metade, já que a sua taxa foi calculada em 571,40.

Em segundo lugar, está Sobradinho II, cidade de residência da primeira vítima da doença, que tem 876,31. Procurada pela equipe de reportagem do Jornal de Brasília, a Secretaria de Saúde, afirmou que está ciente da alta taxa de contaminações nestas cidades, e informou que regularmente aplica fumacê nas cidades com maior incidência de casos e presença de mosquitos, além de uso de armadilhas para capturar mosquitos, e a realização de ações intensas contra depósitos dos criadouros, como entulhos e locais abandonados.
As atividades estão sendo feitas com o auxílio de diversos órgãos como o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), NovaCap, Defesa Civil, DF Legal e a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF).

No último dia 22 de março, o Governo do Distrito Federal inaugurou um novo modelo de fumacê no bairro do Mestre D’Armas, em Planaltina. O novo sistema faz o veneno ter um alcance de 100 metros, enquanto o antigo tinha apenas 30. Além disso, agora a altura atingida pelo produto pode ser de até 20 m, passando por muros altos de residências e outros lotes.

Moradora de Sobradinho II alega insegurança

Moradora do Condomínio Mini Chácaras, em Sobradinho II, a estudante Alice Sousa, de 19 anos, acredita que teve dengue apenas na sua infância, mas conta que no seu ciclo social, muitas pessoas já foram picadas pelo mosquito aedes aegypti nos últimos anos. “Recentemente, de 2020 para cá, a minha sogra pegou três ou duas vezes, e o condomínio dela tem uma incidência muito estranha. A gente nunca viu nada específico, mas como o condomínio dela é bem pequenininho, a gente fica sabendo”, relembra.

A jovem observa que os seus vizinhos ficam doentes em determinadas épocas do ano, sendo mais frequente entre dezembro e janeiro. As campanhas de combate à doença, de acordo com ela, se tornaram menos frequentes desde o surgimento da pandemia de coronavírus, que acabou deixando a dengue “em segundo plano”.

“O combate à dengue ficou meio desfalcado durante a pandemia, e de fato algumas vezes a gente viu o fumacê passando. Mas desde o início da pandemia, foram no máximo cinco vezes, e eu acho que estou exagerando neste número”, afirma.

Alice comenta que com o grande número de casos, a sua insegurança em morar na região aumenta. Como solução, ela espera que o governo local volte a realizar atividades de prevenção ao mosquito aedes aegypti. “Eu não me sinto segura morando aqui, e inclusive as campanhas da Secretaria de Saúde de passar nas casas e olhar caixa d’água, olhar vasinhos de plantas, não existe há muitos anos por aqui”, conclui a moradora de Sobradinho II.

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