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Brasília

Defesa Civil descarta entrada no prédio que caiu em Taguatinga: “não será mais uma opção”

A estrutura instável já afundou 4 metros e inclinou 50 centímetros para a frente. O espaço permanece interditado

Redação Jornal de Brasília

11/01/2022 19h00

Luciana Costa
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O desabamento do prédio em Taguatinga desabrigou 24 famílias, que agora procuram por um novo lar. Após vistoria na terça-feira (11), a Defesa Civil do Distrito Federal informou mediante nota que “avaliou a edificação e observou por estudos topográficos que a edificação continua movimentando, assim sua estabilidade ainda está distante”. A demolição da edificação é uma das opções, que está sendo avaliada por especialistas em colapsos.

Na QS AE 20 de Taguatinga, a parte inferior do prédio de quatro andares desabou na última quinta-feira (6). Após os moradores ouvirem estalos nas edificações, o Corpo de Bombeiros foi acionado às 11h e, às pressas, evacuaram o prédio em vinte minutos. Por volta das 14h, três horas depois, os pilares dos pilotis quebraram e a estrutura desabou.

O espaço interditado impede que os moradores resgatem os pertences pessoais. Ao todo, foram 57 pessoas transportadas em ônibus do Corpo de Bombeiros e realocadas em um hotel no Pistão Sul, em Taguatinga. O proprietário do imóvel está arcando com o custo das hospedagens.

A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal avaliaram que ainda há risco de queda dos outros três pavimentos do edifício. Em análise topográfica, a estrutura continua movimentando: afundou quatro metros e inclinou cinquenta centímetros para a frente. Com a proibição de entrada no prédio, a Coordenação de Gestão de Riscos e Desastres contatou a líder dos moradores, Cristiane, para construir estratégias de autonomia das famílias.

Crisnaiana Nascimento, 41 anos, estava cuidando do filho gripado de seis anos, quando o irmão dela, que também mora no prédio, bateu à porta para avisar que os bombeiros começaram a evacuar o prédio. Ela vive com o marido e os três filhos, mas estava apenas com as crianças em casa quando a estrutura estava prestes a ceder. “Só deu tempo mesmo de pegar um pouco de roupa para crianças e para meu esposo. Ainda não consegui recuperar nada, só temos o que pegamos naquela hora”, conta Naiana.

Ela deixou os filhos na casa da mãe no Recanto das Emas no dia do desabamento. Ainda hospedados no hotel, as famílias de Naiana e de outros moradores estão à procura de imóvel para alugar. “Desde o desabamento que eu não vejo meus filhos, eu até recebi a doação de alguns móveis e roupas, então eu preciso mesmo encontrar uma casa para poder colocar o que eu tiver ganhado dentro de casa e poder recomeçar minha vida”.

Imóvel irregular

O prédio encontra-se em situação irregular pela ausência de alvará de construção ou carta do Habite-se. O Governo do Distrito Federal informou que a obra não foi autorizada pela Central de Aprovação de Projetos da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEDUH). Já a Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) apontou que o único registro encontrado de ações fiscais no local trata-se de uma notificação por descarte irregular de resíduos.

As doações

A Defesa Civil informa que não são mais necessárias doações de roupas e calçados. Neste momento, os itens que estão sendo mais necessários são alimentos, eletrodomésticos e utensílios domésticos. Os postos do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) e da Defesa Civil estão como ponto de apoio para recolher doações. Os bombeiros já doaram duas mil máscaras N95 aos desabrigados.

A Dona Raimunda, mãe de uma das moradoras, disponibilizou a casa para recolher e distribuir doações, no endereço: QSE 7 casa 35, rua do CEF 10, em Taguatinga. Para mais informações, os interessados podem contatar Cristiane, pelo telefone (61) 98408-6817. Este número também recebe doações via PIX.

A Administração Regional de Taguatinga recebeu ontem 40 cestas básicas em doações. O Chefe de Gabinete, Ezequias Pereira, complementa que todas as doações que chegarem à administração serão devidamente catalogadas e, em seguida, encaminhadas à Defesa Civil.

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