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Brasília

Decreto delimita locais para banho e para veículos no Lago Paranoá

Arquivo Geral

27/12/2018 7h00

Atualizada 26/12/2018 23h01

Foto: João Stangherlin/Jornal de Brasília

RAFAELLA PANCERI
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Banhistas, atletas e pilotos de veículos náuticos terão áreas definidas para circular pelo Lago Paranoá, de acordo com decreto assinado ontem pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB). As zonas, definidas pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa), devem ganhar placas informativas em breve e serão monitoradas pela Capitania dos Portos da Marinha do Brasil e pela Polícia Militar. O objetivo é evitar acidentes. No ano passado, 20 pessoas morreram afogadas no lago e, neste ano, seis. Maioria das vítimas tinha entre 18 e 39 anos, de acordo com o Corpo de Bombeiros.

O Governo do Distrito Federal assinou, na mesma solenidade, a regularização do Projeto da Lei dos Clubes, criado em 2012. Ele permite que os estabelecimentos prestem assistência social em troca do barateamento das parcelas pagas pela utilização da área pública. Estudantes de escolas públicas e atletas de centros olímpicos poderão frequentar as áreas vazias durante a semana.

Locais tradicionais

O Decreto nº 39.555, que estabelece o Zoneamento de Usos do Espelho d’Água do Lago Paranoá, definiu que as áreas indicadas para banho são faixas de 100 metros de extensão lago adentro, situadas em locais tradicionalmente usados pela população, como a Prainha Lago Norte e o Parque Ecológico Dom Bosco. Outras sete áreas foram demarcadas (veja ilustração). Nelas, fica proibido a circulação de veículos náuticos a motor, exceto quando estiverem atracando nas margens — ainda assim, com velocidade inferior a dois nós.

Quem pratica caiaque, Stand Up Paddle (SUP), canoagem e outras atividades náuticas não motorizadas poderá frequentar o lago desde a margem até a distância máxima de 300 metros. A partir dali, veículos como lanchas, iates e jet skis estão permitidos. Seja em qual for a área do lago, a Adasa proíbe o acesso às áreas de captação de água para abastecimento, à Barragem e às zonas de segurança nacional (Palácio da Alvorada e Grupamento dos Fuzileiros Navais).

Lei dos Clubes

As áreas de clubes situados na beira do lago poderão prestar assistência social em troca de descontos no valor da concessão de uso dos lotes. Basta que recebam estudantes na área comum durante a semana. Os clubes pagam para usar as margens do Paranoá desde 2012, em conformidade com a Lei nº 4.974. Agora, eles poderão substituir o pagamento em até 100% pelo serviço social. Procurado, o GDF não forneceu detalhes sobre o valor arrecadado com as concessões.

Esgoto, carrapatos e insegurança

Esgoto sanitário, carrapatos transmissores da febre maculosa e irregularidades nos lançamentos de águas pluviais foram detectados pela Adasa durante vistorias feitas entre maio e novembro 2018. Durante as visitas, servidores e estagiários foram picados e ficaram doentes. A Agência expôs a situação à Secretaria  de Saúde (SES/DF) na última sexta-feira.
O relato consta em um documento publicado no último dia 7 de dezembro pelo superintendente de Drenagem Urbana, Marcos Helano Montenegro. Ele expediu um ofício à SES/DF com um pedido de providências quanto à presença “significativa de capivaras, bem como de diversas áreas infestadas com o carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa e hospedado nos animais”.
Irregularidades
Foi constatado, ainda, o despejo de esgoto sanitário em lançamentos da rede pública de águas pluviais. De 158 pontos visitados, oito estavam fora do cadastro da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e 17 apresentavam alguma irregularidade. A agência sugere que os lançamentos nunca tenham recebido manutenção.
Montenegro denunciou, ainda, que a Adasa não havia concluído, à época, o processo de aquisição de equipamentos de proteção   para os servidores da fiscalização.

Saiba Mais

O zoneamento será monitorado pelos órgãos competentes: Conselhos de Recursos Hídricos (CRH-DF) e do Meio Ambiente (Conam), secretarias do Meio Ambiente, da Casa Civil, Relações Institucionais e Sociais (CACI), Adasa, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba-DF.

O Exército Brasileiro é responsável pela zona de Segurança Nacional do Palácio do Planalto. Na zona de Segurança Nacional dos Fuzileiros Navais, a segurança fica a cargo dos próprios fuzileiros.

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