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Brasília

Conheça animais ameaçados de extinção abrigados pelo Zoológico de Brasília

A Fundação Jardim Zoológico de Brasília, abriga cerca de 40 animais que estão sendo ameaçados de extinção, como Lobo Guará, Arara Azul e Girafa

Redação Jornal de Brasília

02/06/2021 3h43

Atualizada 11/06/2021 19h01

Foto: Divulgação

Paloma Castro / Agência UniCEUB

Apesar da existência do Zoológico ser tratada ainda com polêmica, uns são contra, outros a favor, o espaço e o serviço ofertado por ele tem como principal objetivo: garantir a existência de animais, vítimas de extinção, para que eles não sumam completamente.

A Fundação Jardim Zoológico de Brasília, abriga cerca de 40 animais que estão sendo ameaçados de extinção. Entre eles, estão os famosos: Lobo Guará, Arara Azul, Girafa, Cervo do Pantanal, Hipopótamo, Mico Leão, Onça Pintada/Parda, Ariranha, Anta e muitos outros.

Foto: Ivan Mattos/Zoológico de Brasília

Confira a lista de animais em extinção divulgada pela Assessoria do Zoo, e que estão sendo abrigados pela instituição:

Diretoria de Aves:

Ara glaucogularis- Arara-boliviana

Pyrrhura pfrimeri- Tiriba-de-Pfrimer

Ara rubrogenys- Arara-de-testa-vermelha

Anodorhynchus hyacinthinus- Arara-azul-grande

Sporophila maximiliani- Bicudo

Harpia harpyja- Harpia

Aburria jacutinga- Jacutinga

Amazona vinacea- Papagaio-do-peito-roxo

Amazona rhodocorytha- Papagaio-chauá

Guaruba guarouba- Ararajuba

Branta sandvicensis- Ganso-havaiano

Amazona brasiliensis- Papagaio-da-cara-roxa

Penelope ochrogaster- Jacu-de-barriga-castana

Diretoria de Répteis, anfíbios e artrópodes:

Ambystoma mexicanum – Axolote

Diretoria de Mamíferos:

Addax nasomaculatus – Adax

Alouatta belzebul – Bugio de mãos ruivas

Ateles chamek – Macaco aranha de cara preta

Ateles paniscus – Macaco aranha de cara vermelha

Ateles marginatus – Macaco aranha de testa branca

Blastocerus dichotomus – Cervo do Pantanal

Chrysocyon brachyurus – Lobo guará

Giraffa camelopardalis – Girafa

Hippopotamus amphibius – Hipopótamo

Lagothrix cana – Macaco barrigudo

Leontopithecus chrysomelas – Mico leão de cara dourada

Leopardus colocolo – Gato palheiro

Leopardus tigrinus – Gato do mato pequeno

Loxodonta africana – Elefante africano

Lycalopex vetulus – Raposa do campo

Myrmecophaga tridactyla – Tamanduá bandeira

Panthera onca – Onça pintada

Pteronura brasiliensis – Ariranha

Puma concolor – Onça parda

Puma yagouaroundi – Jaguarundi

Saguinus bicolor – Sauim de coleira

Saguinus niger – Sagui una
Speothos venaticus –

Cachorro vinagre
Tapirus terrestres – Anta

Tolypeutes tricinctus – Tatu bola da caatinga

Tremarctos ornatos – Urso de óculos

Conforme cita Igor Morais, biólogo e gerente de projetos educacionais do Zoológico de Brasília, quando uma espécie desaparece por completo, é provável ter uma extinção em massa de 50% de todas as espécies, porque elas estão ligadas e dependentes uma das outras.

E o impacto desses animais chega a atingir a vida do ser humano, que também faz parte dessa teia de vida.

“Hoje, 82% dos alimentos que consumimos dependem de polinizadores, como abelhas, borboletas, aves e morcegos, para se desenvolverem. Se perdermos esses polinizadores, perderemos também esses alimentos. Isso é o que nós chamamos de ‘serviços ambientais’ e além da polinização, existe também a água, ar, ciclagem de nutrientes no solo. Um estudo financiado pelo Banco Mundial sugere que, caso percamos a biodiversidade, seriam necessários 33 trilhões de dólares para substituir tais serviços. Para se ter uma ideia do problema, o PIB mundial atual está em cerca de 15 trilhões de dólares. Ou seja, este PIB teria de dobrar com a perda da biodiversidade.

Além disso, o profissional revela que a espécie humana é apontada como a causadora do “sexto evento de extinção em massa do planeta”. E dentre as atividades praticadas pelo ser humano, 5 delas estão ocasionando essa perda massiva de biodiversidade:

  1. Destruição dos habitats
  2. Introdução de espécies exóticas
  3. Poluição
  4. Crescimento desordenado da população
  5. Caça ou coleta excessiva

Zoológico como símbolo de conservação

Mapa do Zoológico de Brasília/Reprodução

Os animais que chegam no Zoo de Brasília, geralmente são resgatados e trazidos por Órgãos Ambientais do DF e do entorno, ou por algum Programa de Conservação. Os que estiverem em situação maior de extinção participam desses programas em cativeiro, tanto nacionais como internacionais. Após avaliação veterinária, se forem considerados independentes e saudáveis, eles devem ser reintroduzidos na natureza.

Segundo Luísa Helena Rocha, superintendente de conservação e pesquisa do Zoológico de Brasília, esses programas visam “reproduzir populações genéticas e demograficamente viáveis em cativeiro para que seja possível subsidiar com indivíduos dentro dos programas de reintrodução na natureza”.

Além disso, a Fundação de Brasília busca atuar na recuperação de animais, para que os órgãos responsáveis façam a reintrodução. E caso seja oportuno, ou até mesmo, quando solicitado, a instituição pode acompanhar as solturas dos animais por estes órgãos.

A superintendente acrescenta que o Zoo acaba se tornando uma “ferramenta de conservação”, desempenhando um grande espectro que também envolve universidades, pesquisadores, órgãos nacionais e internacionais, tanto públicos quanto privados. A partir desses agentes se torna possível um maior e melhor funcionamento da conservação das espécies.

Cerrado e a perda de espécies na construção de Brasília

Igor Morais nos esclarece que o Cerrado é um dos biomas mais ameaçados do mundo e 50% de sua cobertura original já foi perdida devido às atividades agropecuárias e crescimento desordenado das cidades.

Uma outra ameaça é a mudança climática que está gerando estações secas mais rigorosas e, com isso, queimadas mais intensas. Isso, juntamente com a fragmentação do habitat, traz grande pressão para espécies ameaçadas como o lobo-guará e o tamanduá-bandeira. O período da estiagem é também a época reprodutiva desses animais e, a cada ano, o Zoológico de Brasília recebe vários filhotes órfãos que perderam as mães para as queimadas ou atropelamentos.

Quando ocorre a construção de alguma cidade ou meio urbano em uma área antes rural, consequentemente afeta a fauna daquela região. Alguns animais migram para outros lugares, outros, que devido a inadaptabilidade, acabam por falecer, e o pior é chegar a inexistir mais na região.

“Existem duas espécies icônicas no DF que representam bem o impacto que a construção de Brasília causou. A primeira é o pirá-Brasília (Simpsonichthys boitonei), um pequeno peixe que só existe aqui na região e está ameaçado de extinção. A espécie só existe hoje em 3 locais, e por se tratar de um peixe que vive em córregos, foi bastante impactado com a criação do Lago Paranoá. A segunda espécie é o rato-candango (Juscelinomys candango), que foi descrito pela primeira vez durante a construção do Zoológico de Brasília. Esse pequeno roedor não é visto desde 1960 e a espécie é conhecida por apenas 3 indivíduos taxidermizados e depositados hoje no Museu Nacional do Rio de Janeiro”, explica o biólogo e gerente de projetos educacionais do Zoológico de Brasília.

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