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Brasília

Comércio lucra com Dia de Finados em cemitérios

O faturamento desta terça-feira (2) é importante para o ano todo, sendo fonte de reserva de emergência em meses cujas vendas estão mais fracas

Vítor Mendonça

02/11/2021 16h57

Considerado o dia mais cheio do ano nos cemitérios do Distrito Federal, quem lucra durante o feriado do Dia de Finados são os comerciantes de flores e velas, que têm barracas montadas nas entradas dos locais. Sendo um dia de lembrar de entes e amigos falecidos, aqueles que prestam homenagem têm o costume de levar os ramos e acender velas em memória aos que se foram.

Se aproveitando disso, portanto, os vendedores, desde cedo, gritam das tendas montadas com o estoque, querendo atrair a clientela: “olha a flor”, “olha a vela”, “levando duas flores, a vela sai de graça”, promovem alguns. No cemitério Campo da Esperança da Asa Sul, os comerciantes se posicionam ao lado de um dos muros na lateral esquerda de quem chega ao local, abordando os pedestres que passam por ali.

A vendedora Marytania Santos Bispo, de 37 anos, trabalha no comércio do pai, que vende flores há quase 30 anos. O período de Finados, segundo ela, é o momento de maior proveito nas vendas do ano, com pico no dia do feriado, chegando a quase zerar o estoque de produtos, tamanha a quantidade de consumidores que querem comprar flores para deixar nos túmulos do cemitério.

“Uma semana antes, no Dia de Finados, e uma semana depois é o período que mais vendemos. Ontem [segunda-feira, 1º], cerca de 40% do estoque já tinha saído durante o dia. Hoje está fluindo muito bem também – já temos cerca de 85% vendido”, afirmou ela quando ainda nem eram 11h. 

De acordo com ela, corre-se o risco de ficarem sem nenhum estoque para o restante da semana, já que o próximo carregamento com o fornecedor só chega na próxima segunda-feira (8). “As flores artificiais são as que mais saem porque as naturais estragam mais rápido que as falsas”, informou. Na tenda montada pela família, que administra a Ternura Flores, já não havia mais modelos artificiais à venda; estavam esgotadas.

O faturamento desta terça-feira (2) é importante para o ano todo, sendo fonte de reserva de emergência em meses cujas vendas estão mais fracas. O comportamento dos consumidores neste ano, entretanto, mudou segundo Marytania.  “Por causa da pandemia, muita gente veio semanas antes, para evitar as aglomerações. O mês de outubro praticamente inteiro teve mais gente. Não foi um fluxo grande igual hoje, mas notamos que vieram muitas pessoas espalhadas durante o mês.”

Na opinião dela, a quantidade de cidadãos que visitava o cemitério no Dia de Finados era bem mais expressiva do que a vista no ano passado e neste ano. Por conta da expectativa da diminuição de público, encomendaram menos flores dos fornecedores, para não haver prejuízos.

No entanto, notando a quantidade de pessoas aumentar durante todo o mês de outubro e contabilizando todas as encomendas necessárias, ela concluiu que o número de flores recebidas para a venda foi praticamente o mesmo de quando não havia a covid-19, conforme afirmou a vendedora. “Mas não acho que esse vai ser um padrão. Com fé em Deus essa pandemia vai acabar e será só alegria, voltando ao normal”, finalizou.

Pequenas aglomerações

O Campo da Esperança da Asa Sul, apesar das restrições em decorrência da pandemia da covid-19, recebeu muitas pessoas e, como esperado, houve, na entrada de pedestres, pequenos picos de aglomeração, gerados pela venda de flores e pela quantidade de pessoas que saíam do local ao mesmo tempo. A tenda da missa também concentrou fiéis com pouco distanciamento em alguns pontos durante a cerimônia religiosa.

Os ajuntamentos, porém, eram dinâmicos e logo se dispersavam. Além disso, todos estavam usando máscaras, cobrindo nariz e boca, diminuindo a possibilidade de contaminações pela covid-19 no local.

Os cemitérios abriram os portões para as visitas típicas do Dia de Finados às 7h e devem mantê-los abertos até as 19h de hoje. A data é celebrada pela igreja católica como um dia dedicado a rezar por entes e amigos falecidos, sendo uma das formas de honrar a memória de quem já partiu. Pela quantidade de pessoas esperadas para o dia, alguns preferiram ir mais cedo.

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