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Brasília

Combate à dengue: para não faltar leitos, DF estuda aumento de UTIs

Secretária de Saúde, Lucilene Florêncio afirmou que a pasta trabalha com a ampliação de leitos no combate à epidemia

Carolina Freitas

31/01/2024 16h29

Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) avalia, se necessário, ampliar o número de Unidades de Terapias Intensivas (UTIs) por conta da epidemia de dengue na capital. O DF conta atualmente com 568 leitos de UTIs, desses 197 são de rede suplementar, e outros 2.600 de enfermaria.

Segundo a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, a pasta já analisa contratos da rede suplementar para estudar o caso e aumentar o número de leitos, se houver necessidade. “As próprias UTIs e hospitais privados estão bastante demandados. Mas estamos preparados para estudar formas com foco na ampliação e na destinação de UTIs específicas para a dengue”, enfatizou a secretária.

Mas de acordo com a chefe da Saúde do DF, a capital ainda conta com leitos disponíveis para atendimento da população. A pasta trabalha também com o giro de leitos, a cada 6 horas os pacientes internados são reavaliados para que seja analisada uma possível alta.

“Nós temos capacidade e estamos cuidando de todos os pacientes com dengue. Nós estamos com nove tendas, UBS que funcionam até às 22h, e aos sábados e domingos. Estamos prontos para atender a todos, e se necessário, nós ampliaremos os locais de atendimentos”, afirmou a secretária.

Visita à tenda

Apesar do alto número de casos de dengue no DF, que encontra-se em 29.383, dos 1,5 mil atendimentos realizados em cada tenda de acolhimento, uma média de 33% necessitam de hidratação e, apenas, 2% precisam de internação hospitalar, e somente 0,2% são casos que necessitam de maior cuidado.

Os dados foram citados pela secretária Lucilene em visita a tenda de atendimento para casos suspeitos de dengue em Ceilândia, com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade. A inspeção serviu para que as autoridades nacional e local trocassem informações e atualizassem o cenário atual da epidemia no DF e no Brasil.

“A avaliação nacional é de uma concentração de casos agora com grande aumento nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. O DF, como é de conhecimento, está em uma situação de emergência por conta dos altos casos, assim como os estados de Minas Gerais e Acre. Esses são os pontos de maior preocupação no sentido do cuidado com as pessoas. Nós temos condições no Sistema Único de Saúde (SUS) de cuidar das pessoas e evitar o agravamento e mortes por dengue”, citou Nísia.

A ministra falou sobre o objetivo da visita à tenda de Ceilândia: “Uma visita como essa eu farei em todos os locais que forem possíveis em relação ao aumento de casos. A visita torna-se importante porque ela nos coloca mais próximos das soluções que estão sendo implementadas e ajuda a ampliar o pensamento em busca de soluções para o problema. É uma forma de vermos em conjunto que ações podem ser fortalecidas”.

Vacina

Segundo Nísia, são esperadas 6 milhões de vacinas da dengue para todo o Brasil em 2024, no qual serão aplicadas em duas doses. “Esse é um quantitativo para 3 milhões de pessoas. Esse ano vai seguir a faixa prioritária [de 10 a 14 anos] nos municípios que nos últimos 10 anos apresentaram aumento de casos, com circulação de dengue tipo dois, que é um dos fatores responsáveis pela explosão de casos”, disse.

“É muito importante nós afirmarmos que a vacina é o nosso instrumento de esperança em relação a um problema de saúde pública que tem quase 40 anos. Mas a vacina no quantitativo que o laboratório hoje pode nos entregar não pode ser apontada como solução. Neste momento nós precisamos focar no controle dos focos de dengue e no cuidado de quem adoece”, frisou Nísia.

A ministra não citou quantas doses serão destinadas para cada estado e para o DF, e nem a Secretária de Saúde sabe o número exato de vacinas disponíveis para a capital. “O DF tem, atualmente, 194 mil habitantes na faixa etária prioritária de 10 a 14 anos, mas nós não sabemos ainda o quantitativo que vamos receber de vacina. O que podemos dizer é que o DF conta com 124 salas de vacinas e chegando a vacina nós vamos conseguir rapidamente fazer a destinação”, comentou Lucilene Florêncio.

Atendimento

As autoridades de saúde reforçaram a importância de procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou as tendas de atendimento nos primeiros sintomas de dengue. O Jornal de Brasília esteve no Hospital Regional da Ceilândia (HRC), na qual foi informado por pacientes e vigilantes que casos de dengue que chegam à unidade são repassados às UBS e tendas de atendimentos próximas.

A Secretária de Saúde informou que os atendimentos de dengue estão sendo realizados em especial pelas UBS e tendas, mas alguns pacientes relataram à reportagem ausência de atendimento nas UBS. “O atendimento aqui [na tenda de Ceilândia] não está demorando muito, mas eu vim direto na tenda porque me avisaram que aqui estava sendo rápido. Na UBS perto da minha casa não está tendo médico e nem enfermeiro para realizar nenhum atendimento. A UBS está cheia de pessoas procurando atendimento, mas não tem atendimento nem de dengue e nem de nada”, disse a brasiliense Antônia Maria.

Sobre os casos de falta de atendimento nas UBS, a secretária Lucilene pontuou: “Podemos ter casos pontuais, mas não é o normal de acontecer. Nós podemos ver se é algum caso pontual para que seja feita a correção. O fluxo não é de UBS para tenda, o fluxo é demanda espontânea nas tendas e nas UBS e, se precisar hidratar as UBS e as tendas são capazes de realizar o serviço. E se precisar internar tem uma ambulância dos Bombeiros e do Exército Brasileiro em cada tenda prontas para levar esses pacientes até o hospital de internação”.

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