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Brasília

Com transplante de pele, Hran transforma vidas

Os transplantes de pele começaram a ser feitos no hospital em 2019, por meio de concessões emergenciais

Redação Jornal de Brasília

03/07/2023 18h23

Foto: Divulgação

O adolescente Etelvino Mateus tinha 13 anos quando sofreu um acidente doméstico e teve 70% do corpo queimado por líquido inflamável. Ele deu entrada na Unidade de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) com braços e parte dos membros inferiores afetados. Após passar por um transplante de pele há dois anos e extenso processo de fisioterapia, pois o atendimento é multidisciplinar, hoje, Etelvino está 100% recuperado.

Os transplantes de pele começaram a ser feitos no hospital em 2019, por meio de concessões emergenciais. A partir de 2023, com o aval do Ministério da Saúde, médicos do Hran foram qualificados com autorização permanente, tornando o processo mais ágil.

O chefe da equipe de transplante de pele do Hran, Fernando Pontes, conta que, como os de tantos outros pacientes, o procedimento em Etelvino foi um sucesso. “Os bons resultados de recuperação são também reflexo da atuação multidisciplinar da unidade. Há diversas linhas de cuidado e olhares em busca de um objetivo único: a cura dos pacientes e a solução do problema.”

Mãe do adolescente, hoje com 15 anos, Gizeane Oliveira, 30 anos, destaca o apoio do hospital. “A equipe do Hran foi extremamente atenciosa na recuperação do meu filho. Hoje, ele leva uma vida normal, estuda, brinca, joga videogame e adora esporte”, diz.

Capacitação

Para oferecer o melhor atendimento, os profissionais investem em capacitação. “Conheci novas tecnologias de tratamento como matrizes de regeneração dérmica [da pele] e precisamos alcançá-las para incorporar aos nossos processos”, relata Fernando que, neste mês, participou de um congresso sobre queimados na Irlanda. O médico reforça que, no Brasil, a qualidade da assistência e os protocolos são excelentes.

A fisioterapia também é parte essencial do processo de recuperação, pois reduz o impacto nas funções e evita retrações que impedem os movimentos e, no caso de Etelvino, o desenvolvimento. “Esses cuidados vão até a fase adulta”, aponta o especialista, ao destacar a importância dos cuidados pós-transplante.

Kessia Pereira, de 30 anos, sofreu um acidente doméstico com líquido inflamável em 2019 e teve 75% do corpo queimado. Depois de 57 dias de tratamento e várias cirurgias, ela fez fisioterapia por três anos para restabelecer a movimentação dos braços.

“Tenho algumas limitações, pois tive um encurtamento na mão, mas fiz fisioterapia no Hran por muito tempo para melhorar. A equipe foi fundamental para minha melhora, também tive um acompanhamento nutricional que ajudou muito. Apesar dos meus desafios, hoje tenho uma vida nova”, afirma Kessia.

Fernando lembra que o procedimento de Kessia foi um desafio, pois ela tinha uma parte muito extensa do corpo queimada. “Sem o transplante, é provável que ela não tivesse conseguido. Ela fez diversas cirurgias durante a internação e atualmente está reabilitada. É realmente um caso de sucesso.”

Referência

A Unidade de Queimados recebe, anualmente, cerca de 3 mil pacientes, cuja média de internação é de 10% (cerca de 300 casos ao ano). As pessoas atendidas recebem cuidados de uma equipe multidisciplinar, mesmo após a alta hospitalar. O espaço conta com equipe de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e o suporte da assistência social.

O pronto-socorro de queimados do Hran funciona 24 horas, todos os dias. Após os primeiros cuidados, caso seja preciso, o paciente é encaminhado para a internação. A unidade, além de atender pacientes do entorno do DF, é referência para o Centro-Oeste, o norte de Minas Gerais e o oeste baiano.

As informações são da Secretaria de Saúde

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