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Brasília

Cobertura vacinal contra a Influenza está abaixo da meta após quase um mês

Equipe de saúde na linha de frente afirma que procura entre grupos prioritários está baixa

Guilherme Pontes

15/04/2024 19h32

Cobertura vacinal contra a influenza. Foto: Guilherme Pontes Lima

Após 28 dias do início da Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza, o DF apresenta apenas 13% da população alvo plenamente vacinada. Esse dado foi apurado pela Secretaria da Saúde do Distrito Federal (SES DF) com base em números recolhidos até o dia D da vacinação, no último fim de semana, quando foram disponibilizadas 100 mil doses em 98 pontos e apenas 14 mil foram aplicadas. Na rodoviária do Plano Piloto foi montado um dos pontos de vacinação, dado ser um lugar de grande fluxo, mas, como no resto do DF, a procura também está baixa.

Segundo do Boletim informativo da campanha de vacinação contra a influenza, da SES DF, A meta da campanha era, e é, vacinar pelo menos 90% dos grupos prioritários, crianças, gestantes, puérperas (mulheres que deram à luz recentemente), idosos com 60 anos ou mais, e povos indígenas. Os demais grupos prioritários, que nesse caso são definidos quase totalmente pela área de ocupação, como professores de ensino básico e superior, funcionários do transporte coletivo rodoviário ou funcionários do sistema de privação de liberdade, não entram nesse cálculo pela indisponibilidade de denominadores para os grupos, não sendo possível definir, assim uma meta de cobertura vacinal.

A estimativa que a Secretaria criou em cima dos dados disponíveis apontou que, no Distrito Federal, cada grupo tenha em torno de 1.108.087 pessoas. “No entanto, sabe-se que existem grupos que não apresentam denominadores definidos, o que pode levar à sobreposição da população em diferentes categorias de modo simultâneo, como observado em campanhas anteriores”, afirma a pasta. Baseado numa estimativa feita com o número de crianças e idosos, a pasta informou, por fim, que “a proporção de vacinados da campanha no DF está em 13,8%”.

De acordo com Lorrane Oliveira, enfermeira a serviço da Secretaria no ponto de vacinação aberto na rodoviária, o ritmo de vacinação estava alto no início da campanha, mas vem baixando nos últimos dias. “No início o movimento estava bem maior, mas hoje está mais fraco por já termos um tempinho de campanha e ainda estarmos vacinando as pessoas dos grupos prioritários. Porém, mesmo entre os grupos prioritários, a procura está sendo baixa. A gente tá dando, em média, 100 doses de vacina por dia. Não tem número ideal, mas por ser um local tão movimentado, a gente esperava que tivesse mais. No início da campanha a gente acabava fazendo mais de 300 doses”, afirma. Segundo diz, algo que pode ter influenciado na diminuição da procura daquele ponto, em específico, é porque, apesar de ser um ponto movimentado, o que o fez ser visto como estratégico, quem já tinha de se vacinar ali, muito provavelmente já o fez. “As pessoas que passam por aqui costumam ser as mesmas, então elas já tomaram”.

Segundo explica a profissional da saúde, o cuidado do cidadão comum com o vírus Influenza deve ser constante e independente da sazonalidade, que é o que inspira a presente campanha de vacinação. “Nunca é momento de relaxar. Em Brasília, a gente tem o período sazonal da doença, só que a qualquer momento as pessoas podem se contaminar. A gente vê o exemplo da Covid, porque a gente nunca deixou de ter Covid. Nesse período chuvoso, o risco acaba sendo maior, porém, a qualquer momento do ano, a pessoa está suscetível a pegar”, diz. 

Lorrane explica ainda que o objetivo final da vacina não é evitar que os vacinados evitem pegar gripe, mas, se pegarem, que tenham um caso mais brando, eliminando por vezes a necessidade de ir ao hospital, desafogando, assim, o sistema de saúde já tão sobrecarregado pela dengue. “Ela existe para impedir que você pegue os casos graves de gripe. Então você pode gripar, você pode pegar um resfriado, mas o esperado com a vacinação é que o seu caso seja mais brando”, afirma.

Uma das pessoas já bem adaptadas a esse efeito da vacinação é Genolina Rodrigues, aposentada de 60 anos que usou o início da tarde de segunda para se prevenir de ter que se hospitalizar num futuro próximo, por causa do vírus influenza, tão perigosa em sua idade. “Eu dou muita importância. Já tem uns 3 ou 4 anos que eu tomo e eu vejo uma diferença no quadro do resfriado, porque quando vem, vem fraquinho. Mesmo que pegue, é coisa rápida”, afirma. “Eu tenho direito pela minha idade”

De acordo com a Secretaria da Saúde, público que tem direito a se vacinar contra a influenza através do sistema público de saúde são os idosos (com 60 anos ou mais), trabalhadores da saúde, crianças de 6 meses a 5 anos e 11 meses e 29 dias, gestantes, puérperas (mulheres em pós parto de até 45 dias), povos indígenas, pessoas em situação de rua, professor de ensino básico e superior, pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, pessoas com deficiência permanente, caminhoneiros, trabalhadores do transporte coletivo rodoviário (urbano e de longo curso, trabalhador portuário, funcionários do sistema de privação de liberdade, população privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos), e profissionais das forças armadas. “O que a gente recomenda é que se faça a imunização o quanto antes para que a gente diminua os casos”, pede Lorrane.

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