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Brasília

Chacina: vídeos mostram entrada e saída de carros de cativeiro

Nos vídeos, é possível ver os carros das vítimas deixando o local durante a madrugada do dia 14 de janeiro

Geovanna Bispo

23/01/2023 13h56

Foto: PCDF

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) divulgou, nesta segunda-feira (23), algumas provas encontradas na chácara onde parte da família assassinada vivia e no cativeiro onde duas vítimas foram mantidas. Entre elas, estão imagens das câmeras de segurança de uma casa próxima ao cativeiro.

Nos vídeos, é possível ver os carros das vítimas deixando o local durante a madrugada do dia 14 de janeiro. Depois, ambos os carros foram encontrados queimados com parte da família carbonizada dentro.

“As imagens do circuito de segurança do local mostram os dois veículos saindo de uma casa, à 1h15. Verifica-se que uma das lanternas do Siena está queimada. Por volta, das 5h03, apenas o Senic retorna. Cerca de 30 minutos depois, às 5h35, um homem, trajando bermuda, camiseta, boné e chinelo, sai do mesmo local de onde os veículos estavam”, explica a corporação.

Anotações

Além das imagens, a polícia ainda divulgou um bilhete supostamente escrito por um dos suspeitos de praticar o crime para tentar atrair a cabeleireira Elizamar da Silva, o marido Thiago Gabriel Belchior e os três filhos para a casa dos familiares.

“Vou precisar de ajuda urgente. Thiago, tem como você vir na chácara? Vou explicar o que tá acontecendo. Se puder vir hoje com a Eliza e os meninos”, diz o bilhete. Além desse, ainda foi encontrado um caderno com nomes das vítimas e as informações bancárias de cada uma.

Em entrevista ao Jornal de Brasília e ao programa Pão na Chapa, uma familiar próxima de uma das vítimas afirmou não acreditar na teoria de que a família teria sido assassinada por causa de dinheiro. Segundo Suzana*, os supostos R$ 400 mil da venda de um imóvel nunca existiram.

Inicialmente, com base no depoimento dos suspeitos, a polícia trabalhava com a possibilidade de que os crimes teriam sido encomendados por Marcos Antônio e Thiago Gabriel, que teriam prometido R$ 100 mil para que eles matassem a família. Porém, após o corpo de Marcos e o bilhete atraindo Thiago terem sido encontrados, a teoria tem perdido cada vez mais a força.

Ainda assim, a corporação ainda considerava que os assassinatos teriam sido motivados por dinheiro e o caderno com os dados bancários reacende essa teoria. Porém, para Suzana, o que motivou o crime foi a suposta inveja dos assassinos por Marcos Antônio. Dois dos acusados pelo crime trabalhavam para Marcos e moravam na mesma chácara que a família.

Caso

No último dia 13, a cabeleireira Elizamar e seus três filhos desapareceram após deixarem a casa do sogro, onde ela teria ido para buscar o marido, Thiago Gabriel Belchior. Dois dias depois, o carro da cabeleireira foi encontrado queimado com quatro corpos carbonizados na GO-436, em Luziânia (GO).

No mesmo dia, Thiago, os sogros de Elizamar, Marcos Antônio de Oliveira e Renata Juliene Belchior, e a cunhada, Gabriela Belchior, também desapareceram. Na madrugada de segunda-feira (17), o carro de Marcos foi encontrado também queimados com os possíveis corpos da esposa e da filha dele, na BR-251, próximo a Unaí (MG).

Ainda no dia 17, a ex-esposa de Marcos, Cláudia Regina Marques de Oliveira, e a filha dela, Ana Beatriz Marques de Oliveira, também tiveram o desaparecimento registrado. Mesmo assim, familiares delas afirmam que elas teriam sumido ainda no dia 13.

Três homens foram presos acusados de participação no crime. Dos 10 desaparecidos, até o momento, sete corpos foram encontrados, mas apenas cinco foram identificados pelo Instituto Médico Legal (IML). “Ainda temos esperança que ele [Thiago] apareça vivo”, disse a familiar.

Na última quarta-feira (18), a PCDF e o Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) encontraram o corpo de Marcos enterrado na casa onde Renata e Gabriela teriam sido mantidas em cativeiro, em Planaltina.

O cadáver, enterrado em uma cova com 30 a 50cm, estava decapitado e sem os braços. Segundo o tenente Abreu do CBMDF, o estado de decomposição indica que Marcos foi morto entre 4 e 10 dias atrás.

4º suspeito

A PCDF está procurando o quarto suspeito de participar do sequestro e assassinato da família. Carlomam dos Santos Nogueira, de 26 anos, teria relação com Horácio Carlos e Gideon Batista, outros suspeitos já presos por participação nos crimes. Além deles, Fabrício Silva Canhedo, de 34 anos, também foi preso acusado ter sido contratado para vigiar Renata e Gabriela no cativeiro.

As digitais de Carlomam foram encontradas em vários locais do cativeiro e no veículo de uma das vítimas.

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